segunda-feira, agosto 15, 2005

Abrindo gavetas... para arejar

Um texto que nelas, nas gavetas, estava muito sossegadinho,
com a data de 16 de Agosto de 2003:

“As netas francesas

As netas francesas
e as velhas avós do Zambujal
a comerem borrego no salão paroquial

As netas francesas
com o umbigo à vista
... e outras belas coisas nunca vistas.

As velhas avós do Zambujal,
no Zambujal, hoje como sempre!
Mas, hoje, sem lenço,
calçadas,
alindadas,
cheirando ao Chanel
da última prenda,
recém-chegada com os já de partida.

O perfume ficará,
no Zambujal,
junto ao sorriso,
triste,
das velhas avós,
que ficam,
outra vez – talvez a última –,
sós!

O perfume ficará,
nas velhas avós do Zambujal,
como recordação,
das netas francesas
de umbigo à vista
... e outras belas coisas nunca vistas
no salão paroquial,
onde estamos todos,
a comer borrego,
na festa do Zambujal."


E, hoje, apenas (?!) três anos passados, os umbigos à mostra das netas francesas já não despertam qualquer reacção… e algumas avós, não as velhas avós do Zambujal que tão poucas começam a ser, já os umbigos mostram.

Sinto que o mundo mudou muito nestes três anos!

Ou quem mudou muito fui eu?!

2 comentários:

Anónimo disse...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. É inevitável!

Elvira disse...

Lá isso é verdade! Mas há outros tabús...