No blog da Som da Tinta, apareceu lá este comentário:
Gosto de Saramago! Comprei de imediato o livro, começando a ler! Nesse mesmo dia recebi uma chamada de uma livraria, dizendo que o livro por mim pedido, tinha chegado! Há tanto tempo aguardado… Que me desculpe, Saramago, mas estou a meio de um outro livro! E que livro! “… porque vivi e quero contar” de um autor galardoado com o prémio da Amizade, Liberdade e muita Vontade!
Alguém saberá dizer-me, qual o nome do escritor?
GR
(Enviado por GR em novembro 12, 2005 02:54 PM )
Respondi assim, logo que li:
Ler este comentário... alegrou-me muito e comoveu-me. Confesso ser o autor desse livrinho. De que me resta um único exemplar...
E peço-te, amiga, que me digas coisas depois de o leres.
De vez em quando, penso neste livrinho e dá-me vontade de o re-escrever, em versão corrigida, aumentada, actualizada, sobretudo o último capítulo com o episódio histórico do assassinato de Dias Coelho.
A amizade e o reconhecimento do Sérgio Ribeiro (que, se estiveres de acordo, vai transferir este tema para o blog pessoal, para o anónimo do séc. xxi)
Assim fiz, antes mesmo de chegar o acordo pedido!
7 comentários:
Agradeço as palavras!
Mas o livro “ …porque vivi e quero contar”, não é um livrinho!
Um livro com 209 páginas, é um livro grande, mas é também um Grande Livro!
Não o digo por simpatia. Mas pelo que estou a sentir! Pela sua importância política!
A reedição dele, seria necessária! Quase direi, obrigatória!
Sendo um livro autobiográfico, é também um livro histórico!
A narrativa é rápida, precisa. A descrição de lugares, sentimentos, situações é de tal forma autêntica que me causa sorrisos,recordações, nostalgia e emoção! O livro é emotivo e sobretudo Honesto! Sim, é um livro de uma grande honestidade. O escritor Sérgio Ribeiro, relata as suas emoções; coragem, fragilidades, alegrias, preocupações, cumplicidades entre familiares, amigos, camaradas. Suavidade de momentos íntimos que os dias acelerados da Revolução, vão criando alguma rotura (!).
Estou a lê-lo, com todo o calma. É um livro importante demais. Não pode ser lido com leviandade! Há datas a reter. Momento que nos levam a perceber os avanços e retrocessos da nossa Revolução!
O sofrimento de quem soube calar heroicamente, sofrer até ao limite. Com lágrimas, palavras, pensamentos,"cálculos matemáticos" para enganar o exíguo espaço claustrofobico em que mal conseguia respirar. As horas de um tempo que teimava em não passar, mesmo que as badaladas de um relógio distante se fizessem ouvir.
O tormento de quem injustamente, incompreensivelmente está enclausurado.
Tivesse eu capacidade de por em palavras, o que sinto em cada página que leio, em cada sorriso que esboço em cada lágrima que afasto!
Pela simpatia, pelo afecto, pelo respeito, por tanto que nos deste (sei que não foste o único, mas é de ti que falo agora), pelo desempenho permanente da Luta que sempre travas-te. Pelo teu exemplo de integridade, solidariedade, honestidade e confiança no dia de amanhã que muitos de nós, humildemente, tentam acompanhar-te, seguir os teus passos.
OBRIGADO.
GR
Ó GR, nem sei que te diga!
Estou embaraçado e comovido.
Fizeste-me sentir o que melhor um homem (uma mulher) pode sentir. Que valeu a pena, que vale a pena, que só tem um caminho: continuar!
Um livro do José Saramago é sempre um acontecimento. Pelo menos para mim. Ainda não li este último, mas estou deserta para o fazer.
Ainda o livro!
"...porque vivi e quero contar"
No capitulo VII – Reacções e «Oportunas» Greves pág.195
Penso que este capítulo, é actualíssimo, para o momento político!
“Terei eu ido para a lista negra?” pág.196 Porquê????
Continuando o perfil, do dito na pág.197
Penso que não devo transcrever o texto, não que não queira mas seria grande ousadia minha. Porém, é necessário o debate! O branqueamento é tão grande que hoje já ninguém se lembra, da opção que "ele" fez quando Ramalho Eanes queria dar a Medalha da Liberdade a Álvaro Cunhal e “ele” achou por bem que seria melhor entrega-la a Carlucci! Por ser o nº 2 da CIA? Ou por ter trabalhado tão bem, para a contra Revolução portuguesa?
Uns não se lembram outros não sabem (os mais jovens).
É importante a reedição do livro, para se ficar a saber o que a história actual esconde branqueia!
O livro é-nos contado na primeira pessoa!
Mas nem tudo é triste, muito menos preocupante!
O 1º 1º de Maio!
Uma deliciosa história! Tanta alegria! Tanto para contar!
Porque esse dia, continua presente na nossa memória! Onde quer que se tenha festejado. Norte, sul ou Centro! Mas só tu tens, esse teu jeito, de dizer, de contar.
Consegui ouvir a Grândola, os gritos eufóricos, Viva a Liberdade, Viva o 1º de Maio. Parei para te ver dançar descalço!
A última história, dolorosamente verdadeira! Foi-me também contada por ti! Com mais pormenores, sentindo a tua dor pela perda do camarada Dias Coelho, e vendo nos teus olhos a tristeza!
Só tu poderás relatar, também na primeira pessoa! Estavas lá! No desencontro, se encontro tivesse havido… às vezes penso, como teria terminado!
È urgente que se saiba a verdade dos factos, tão esquecidos!
É urgente que este livro saia novamente p’ra rua!
Como disse o nosso querido poeta Ary!
«A VERDADE A QUE TEMOS DIREITO!»
Um beijo solidário
GR
Claro que também gostava de ler o seu, caro Sérgio! :-)
Caríssimas GR e Elvira (por razões diferentes mas num mesmo abraço),
o livro do José Saramago que estou a ler, é um grande romance.
O livrinho que escrevi em vários momentos da minha vida e publiquei em 1983 (edição de autor com os logotipo da Prelo e da Estampa) é... outra coisa. E que, passados vinte e tal anos, me parece que valeu a pena ter sido escrito, embora seja ignorado entre os que se pretende que façam a memória bibliográfica do 25 de Abril. Mas foi o MEU 25 de Abril, com a importância de ser o testemunho de alguém que estava preso em Caxias e que, passados estes anos todos, se reconhece quando se olha no espelho...
Se calhar assim me acontecem coisas porque, como não tenho hesitado em o fazer ao longo da vida, incomodo alguns "bonzos" com o que vivi e quero contaar.
Por favor continua a incomodar... Se for possível, incomoda cada vez mais...
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