sábado, fevereiro 25, 2006

A propósito...

Mas... a propósito de quê? Sei lá... é daquelas coisas que sempre me parecem apropósito e, às vezes, saltam cá para fora.

Não foi Marx que disse que a propriedade é um roubo. Foi o sr. Proudhon.
Aliás, estes dois não sintonizavam na mesma onda. Quando um (Proudhon) escrevia a filosofia da miséria, o outro (Marx) respondia com a miséria da filosofia.

18 comentários:

Anónimo disse...

Claro que não!
Marx ,defendia o materialismo dialéctico.
Proudhon, defendia o federalismo.

Quem me dera ter assistido, às polémicas acesas entre os dois!
Eram discussões civilizadas e inteligentes!
Pena não estarem filmadas!!!
Assim, limitamo-nos a ler os livros e as cartas!

GR

Sérgio Ribeiro disse...

Pois é, GR.
E também não havia blogs!
Quanto ao Proudhon, para não exagerarmos na síntese, também diria que foi anarquista ou municiador (intelectual...) de anarquistas. A meu/nosso ver faltou-lhe o balanço para ir ao fundo das questões, às raízes, às classes e à luta das ditas. Como o "outro" fez.

Anónimo disse...

Olá Sérgio. Soube hoje ao janter que tinhas um blog. Quem mo disse foi a Mariana e o Armando Morais.
Tu não me conheces, de nome pelo menos, mas eu conheco-te e admiro-te muito.
Visitar-te-ei muitas vezes neste blog certamente.
Um abraço,

Sérgio Ribeiro disse...

Bemvindo!
Aparece sempre, neste e noutros blogs e lugares que vou procurando animar.

Anónimo disse...

A despropósito:
Tambem não foi Marx que explicou como o proletário pode ser visto como força politica - foi o sr. Proudhon.

Anónimo disse...

A desproposito 2:
Não foi de Marx que Lenin se considerou, até ao fim da sua vida, como discipulo - foi de Kautsky.

Anónimo disse...

A proposito:
Citações:
1- 'O poder é como o violino. Segura-se com a esquerda mas toca-se com a direita'.
2- 'Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive 'para' a política ou se vive 'da' política. Nessa oposição não há nada de exclusivo. Muito ao contrário, em geral se fazem uma e outra coisa ao mesmo tempo, tanto idealmente quanto na prática.

Sérgio Ribeiro disse...

Para o meu caro amigo Mário Abreu.
Estou a gostar disto!
Mas proudhência nas citações!
1º despropósito - Marx não inventou nada, soube descobrir, com o que aprendeu noutros e , se não inventou o proletário, explicou que há classes e luta.
2º despropósito - O Kautski foi o professor primário de Lenine? Se esse despropósito tem algum fundamento não me aquenta nem me arrefenta: eu sou marxista-leninista apesar de Kautsky e, se calhar de Marx e de Lenine enquanto homens que foram e algumas vivências que tiveram.
3º despropósito - a) "O poder é como o bombo quando tocado pelo capital: zumba com a mão direita, festinhas com a mão esquerda" (gostei desta... sou um vaidoso!);
b) "Há várias maneiras de fazer política: i) fazendo-a com sentido cidadão, ii) aproveitando-a em proveito próprio, iii) ignorando que se faz política deixando que os outros a façam por nós. Redundância: não há maneira de não fazer política".
Obrigado, Mário pelas estimulantes "picadas".

Anónimo disse...

Caro Presidente:
Estas 'picadas' são, como ambos sabemos, apenas e só entre amigos com objectivos comuns e visões diferentes.
Quando me aconselha prudencia refere-se aos despropósitos ou às citações (ou ambos)?
Se é às citações (como penso ser), não tenho clarividência para ser o autor de tais afirmações. São literalmente citações a primeira de um politico brasileiro (que achei curiosa) a outra é de Max Weber.
Quanto aos despropositos:
i) não disse proudhon inventou disse que explicou como
ii) o fundamento são afirmações do proprio
Já agora, a talho de foice (e martelo): é coincidencia quando distingue camaradas de companheiros? (apenas curiosidade)

Sérgio Ribeiro disse...

Caríssimo Mário,
comecemos pelo fim: dou pouca importância aos epítetos: há camaradas de quem não sou amigo, háamigos de quem não sou camarada. Camarada tem uma conotação partidária, companheiro tem outras conotações mais largas. Costumo tratar por camaradas os meus companheiros de partido. Mas não faço qualquer questão...
Quando aconselhei proudhência quis fazer, mais do que qualquer outra coisa, uma brincadeira com Proudhon e as citações.
Citações a que também não dou grande importância porque recusei sempre, e recuso, os argumentos de autoridade que podem conter. Como essa argumentação de que Proudhon "explicou como"...
Mas deixemos os outros. Reaja é à minhas auto-citações, ao que inventei - eu que não invento nada - no decurso da réplica às suas pica(r)d(i)as.
Abraços

Anónimo disse...

Desculpe-me a insistência (se tiver a ser incoveniente mande-me para aquele sitio):
Um quiz de baixo valor de dificuldade:
Quem são os autores das seguintes citações?
i) O trabalhador só se sente à vontade no seu tempo de folga.
ii)um réquiem será cantado sobre a República Soviética ou sobre o mundo capitalista.

Exemplar: Quando o machado entrou na floresta, as árvores disseram:
- O cabo é dos nossos !!
(Provérbio Turco)

Sérgio Ribeiro disse...

Insista, insista que assim não ganha barriga... e pode estar certo que não o mandarei a qualquer sítio menos conveniente. De modo algum!
Não sei de quem são as citações, não me esforçarei nem vou procurar... mas gostava que me dissesse. (Perdi o quiz, apesar do seu baixo valor de dificuldade!)
Quanto ao provébio turco, é giro... nalguma das muitas leituras possíveis. E cada um de nós terá a sua.
E agora esta: quem disse que "o capitalismo não é o fim da História"?... com ou sem réquiem, e por muitos réquiens que se façam, ou encomendem, para o que que foi a URSS (isto digo eu).
Um abraço

Anónimo disse...

Caro Presidente,
Tudo isto começou com as 'manias', e ando 'numa' de citações - uma mania como outras.
A primeira é de Marx e a segunda de Lenine.
Quanto ao 'fim da historia' penso que é uma expressão que Fukuyama aproveitou de Hegel.
Com ou sem comunismo; marxismo; capitalismo (e continuando numa de citações) O meu Zé é que sabe(atenção que não o Zé da Maria - é o de Borba): 'Mais vale rico e com saude que pobre e doente'.
Continuo amanhã
Abraço

Anónimo disse...

o proudhon, o marx e respectiva seita de discípulos, o cabo do machado do provérbio turco, o capitalismo, as classes sociais, os camaradas, os companheiros, o fim da história e o raio que vos parta são assuntos menores perante a tragédia em gente que é essa túlipa co dois pés chamada adriaanse. taqueopariu! a cabeça do gajo deve ser boa para usar como pedra de curling. desta revolução sou adepto. assim como sou adepto do genro do marx, muito mais arguto do que o desgraçado do sogro, e que escreveu le droit à la paresse.

Sérgio Ribeiro disse...

Exmo. Senhor sf,
Fala VEXA de Lafargue e do direito à preguiça?
Isto muito mais parece o direito à execução sumária de um senhor holandês y sus 11 muchachos de várias cores e tons que perdeu com (mal e porcamente mas felizmente...) a um outro senhor holandês y sus muchachos igualmente cada côr seu paladar.
Bibó berde!

Sérgio Ribeiro disse...

Caríssimo Mário Abreu,
Há manias saudáveis e outras que não. Essa das citações estará entre as primeiras. Mas têm de ser datadas. Não é só o que disse quem mas também o quando se disse o quê. Por exemplo, citar o que diz o nosso amigo sf na noite em que o Porto perde com o Benfica é muito cruel para o nosso amigo sf...
Mas há mais. Nunca bastará escorarmo-nos numa citação. Essa do seu amigo Zé de Borba (tinto ou branco) não pode ser avaliada fora do contexto e dos antecedentes.
"Mais vale"...? E como se chegou à riqueza de uns e à pobreza de outros? E essa coisa do direito à saúde é como o sol, quando nasce é para todos?
Já estou no dia de hoje... e estou à espera. Até já.
Abraços.

Anónimo disse...

Olha! Olha! Quem está tão agreste!
A paixão condiciona a razão!
Ó presidente e se este SF participasse na tal tertulia? (para animar a malta).
Luta de classes? Nos sec XXI?
O marxicismo-leninismo do ponto de vista historico-filosofico é incontornavel, mas será nos dias de hoje uma opção?
Quem define os parametros e das referidas classes? Quem as caracteriza? A qual pertenço (patronato - cruzes/canhoto/abrenuncio)?
(E isto não sou eu que digo, sou eu que questiono).

Sérgio Ribeiro disse...

Este sf, mesmo quando dragão ferido (e mal pago) é sempre benvindo!
Quanto à questão das classes elas são como as bruxas. Não se acredita nelas - no século xxi como xx como no xix -... pero que las hay las hay!
Como sempre foram? NÃO! Como são, em permanente redefinição e recomposição.
Isto é o que eu penso, inveterado marxista-leninista, que sempre me ensinou a não cristalizar o pensamento, a não ser dogmático mas a ter uma estrutura de pensamento e uma metodologia de análise da realidade sempre em mudança.
E, já agora, o marxismo-leninismo nunca - cá para mim - foi uma opção enquanto modelo acabado de uma sociedade para se opor a outro modelo. O que foi a riquíssima, e também incontornável, experiência histórica soviética não foi o marxismo-leninismo mas uma tentaiva de construir uma sociedade através da aplicação dos seus princípios e valores. E, como se diz no meu partido, é possível!
A que classe pertenço eu, a que classe pertences tu, essa é uma outra questão que fica para depois. Aliás, vou abrir um novo post porque este está a ficar demasiado cheio. Não acha, Mário?
Abraços