Quantos funerais? Tantos. Como tantos os casamentos.
Este sussurrar. Estas falas compungidas, em surdina.
O padre, que alguns esperavam, veio encomendar a alma. Com um discurso encomendado. As partes em coro ciciadas, os amens.
As flores e o cheiro. O desgosto de uns rodeado pela solidariedade (in)diferente de muitos.
Estar morto é estar sem ser. Também há vivos que assim estão. Não sendo.
Mas é tão diferente!
Quem está morto vai deixar de estar. Para o cemitério vai e lá ficará. E ficar não é o mesmo que estar.
Quem está vivo não sendo, vai continuar a estar. Até que a morte nos separe. Em definitivo.
2 comentários:
Comovente e extremamente lúcido!
As tuas palavras saltam e cruzam-se com a melancolia, real e fria
Reflicto! Não adianta, é a única coisa que ninguém nos tira e somos todos iguais.
Porém, reflicto! Sinto como uma mágoa.
GR
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