quarta-feira, abril 30, 2008

Agosto de 2008

Por Amsterdam gosto de caminhar, de olhar e ver. De calcorrear canais e pontes, de olhar e ver fachadas e janelas e montras.
De repente, tropecei nesta .
É de uma loja, que estava fechada, e dentro parecia um templo budista (acho eu...).
Com este programa em Nantes, e logo para Agosto, fiquei hesitante em ir ou não aos Jogos Olímpicos.
Até porque fui ver o "site" criado para o evento, que me parece minuciosamente preparado (por quem "sabe da poda"), e os preços nem são caros, e ainda dão a possibilidade de não pagar nada. Só os transportes, claro. Mas até para isso deve haver "boleias"...
De qualquer modo, se calhar espero o programa definitivo porque este senhor é capaz de dar um saltinho a Fátima. Vamos a ver...
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Do "site":


"Tarifs
Une contribution financière de votre part nous est nécessaire pour couvrir les frais d’organisation de l’événement. Cette participation est nettement la plus basse de tous celles demandées pour des enseignements de ce type organisés en Europe au cours des dernières années. Le but est de couvrir les frais engagés, sans faire de profit. Les éventuels excédents de recettes seront offerts pour différents projets humanitaires, choisis par Sa Sainteté le Dalaï Lama.
La grille tarifaire des places pour l'événement Dalaï-lama Nantes 2008 est la suivante :
........................................Plein tarif ................Tarif réduit*
Evénement complet....................190 €........................130 €
Enseignements & initiation...........175 €........................120 €
Conférence publique....................15 €..........................10 €
*Tarif réduit - Un tarif réduit est proposé pour les étudiants, chômeurs, Rmistes, adolescents (entre 12 et 18 ans). Les personnes en difficulté financière sont invitées à contacter directement l’association.

terça-feira, abril 29, 2008

Eram 4 os do Fundo de Coesão!

Em 1972, a Irlanda aderiu ao “Mercado Comum” (com o Reino Unido e a Dinamarca, mas não com a Noruega porque o seu povo não ratificou a negociação para a entrada), passando de 6 para 9 membros.
Em 1982 entrou a Grécia, e em 1986 Espanha e Portugal. 9 mais 3 igual a 12. Não só o dobro dos Estados-membros mas bem diferente a “comunidade”.
A periferia (e as duas velocidades) começou a tomar forma.
O Acto Único definiu o objectivo “mercado interno” para 1992 e, para atenuar graves consequências do inevitável agravamento das desigualdades sociais e das assimetrias regionais, apareceram os fundos estruturais e a coesão económica e social.
No Tratado de Maastrich, que apontou logo para o caminho em que se está de moeda e banco únicos, de passos federalizantes, de crescente neo-liberalização e militarização na União Europeia, ainda se incluiu um Fundo de Coesão para os quatro Estados-membros mais atrasados. Por virtude de quem negociou esse fundo especial, e o impôs na defesa dos interesses nacionais, Portugal apanhou a boleia…
Dos 4 Estados-membros do Fundo de Coesão do começo dos anos 90, a Irlanda foi o que mais cresceu economicamente, estando neste momento em 2º lugar entre os PIB per capita (em PPC) da UE, perto do de 40% acima da chamada “média europeia”, só estando entre Luxemburgo e a Irlanda a Noruega… mas este país não conta para estas contas da União Europeia (e até se duvida se ainda existe depois de 2-vezes-2 os noruegueses terem, em referendo, dito “não à Europa”…).
A Irlanda, desde esse tempo em que era um dos “4 mais pobres”, descolou, convergiu até passar a divergir positivamente. A Espanha recuperou e os seus indicadores estão à roda da tal “média europeia”, a Grécia mantém-se abaixo dessa “média (agora alargada a 27) mas bem acima de Portugal que, depois de ter verificado alguma recuperação, há anos que diverge, e não têm sido os alargamentos que o fazem aproximar-se da “média europeia”.
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Ah! irlandeses, irlandeses… vejam lá o que é que fazem…
Olhem para o exemplo português, vejam como compensa a obediência…

segunda-feira, abril 28, 2008

O referendo na Irlanda, previsto para 12 de Junho

Nas vésperas do 25 de Abril, o PS e o PSD, também com os votos dos deputados do PP, ratificaram o chamado Tratado de Lisboa.
Assim, estes partidos teriam feito o que seria a sua obrigação, não perante o povo português mas lá sabem eles (e nós) perante quem. Como um único partido, embora com algumas declarações de voto de um certo distanciamento, que ficam sempre bem para se poder dizer que existe uma consciência crítica.
Particularmente o PS não cumpriu o compromisso que tomara, na campanha para as legislativas de onde saiu esta composição da Assembleia da República, e o governo, de fazer um referendo como via de concretizar essa necessária ratificação para que tal tratado possa ser válido.
E para tanto se fez, até, uma alteração constitucional que possibilitaria esse mesmo referendo.
Ficou como mera promessa eleitoral!
Porque, com o receio de que voltasse a acontecer o que se deu com a dita (mal) “Constituição”, em que os referendos holandês e francês rejeitaram o documento agora sujeito a uma pequena cirurgia plástica, julgou-se conveniente prevenir em vez de ter de novo de vir remediar (como também já acontecera aquando de Maastrich), e foi decidido, lá entre os "maiorais", que em nenhum Estado-membro houvesse referendo.
Só que na Irlanda a lei fundamental deste Estado-membro vai mais longe do que foi a Constituição da República Portuguesa e não só possibilita como exige um referendo para este caso de tratado internacional, pois – veja-se lá… – parece que, por respeitar à soberania nacional, tem de ser ratificado por referendo.
Talvez por isso pouco se fala da Irlanda. E faz-se um pouco como a avestruz que mete a cabeça na areia.
Digo isto porque acabo de ler, assim a escapar entre as folhas, que na última sondagem realizada na Irlanda apenas 28% dos irlandeses disseram ir votar “sim” ao Tratado e 60% dizem-se indecisos.
Adivinha-se o alvoroço que vai nas hostes para convencer os indecisos, contraditado pela surdina que convém colocar na situação. É um verdadeiro susto!
Voltarei ao tema Irlanda e União Europeia.

sábado, abril 26, 2008

O Diário de Notícias e ao que ele chegou...

Saramago é homem que tomou partido. A ele tem sido leal. nunca fiel porque não é de fidelidades, por vezes incómodo porque nem sempre informado e não raro fazendo prevalecer o seu ego.
Dele estão, ou deveriam estar, orgulhosos os portugueses, de uma forma muito particular os seus camaradas. Do partido que tomou. Há muitas décadas.
O Diário de Notícias resolveu escolher, para portugueses orgulhosos de Saramago, Sócrates e Soares. Estranha escolha mas, dir-se-á, boas ou más escolhas cada um faz as que quer. Sujeita-se, no entanto, a ser criticado por elas.
Por razões pessoais (e doridas... que para aqui não vêm), não estive na abertura da mostra de homenagem a Saramago que justificou esta tão infelizmente significativa escolha. Mas bem pior que a escolha trazida para a primeira página do DN foi o final da reportagem, em que o jornal refere as "figuras públicas dos meios políticos e culturais " presentes onde se incluiu, por exemplo, José Berardo, muitos ministros do actua governo, e em que houve o cuidado de expurgar o nome de qualquer de camarada de Saramago, inclusivé o do secretário-geral e de um membro da comisão política que compunham a delegação oficial do Partido, e o de alguns outros camaradas em funções institucionais.
Tive o cuidado de me informar e de confirmar o que classifico como uma vergonha (!). Ainda agravada pelo facto de se ter quase estabelecido um "cordão sanitário" para que o acesso a Saramago só fosse acessível por quem tivesse a capacidade de "romper" esse círculo ou anel de protecção criado e reforçado.
De tudo se quer tomar posse!

sexta-feira, abril 25, 2008

Intervenção na Assembleia Municipal

Ontem, houve sessão da Assembleia Municipal de Ourém.
Li esta intervenção:
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Hoje é o dia 24 de Abril. De 2008.
Espero e gostaria que todos compreendessem que, neste dia, eu fale do dia 24 de de Abril de 1974. Mas também acrescento que se alguns não compreenderem de pouco me importa...
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Há 34 anos, neste dia, esperava, numa cela em Caxias, que me viessem buscar para o interrogatório e a tortura. Que já conhecia de outras vezes que por ali passra. Numa delas com permanência de longos meses.
Não foi o que aconteceu. Porque, no dia seguinte, do dia da manhã, militares e familiares e amigos, e camaradas, e mais uns bastantes, vieram abrir as portas da cadeia. Pelo lado de fora.
Estava preso, eu e muitos, por lutarmos pelas nossas ideias e ideais, por querermos para Portugal e os portugueses democracia e liberdade.
Libertamos temos, democracia temos. Naquela vivemos, esta parece-me bem escassa, bem pobre, a necessitar urgentemente de ser melhorada, que se trave a rampa perigosa em que a colocaram.
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Ainda ontem, na Assembleia da República, foi ratificado um tratado a que deram o nome de Lisboa, em que, ao definir os seus princípios democráticos, afirma no art. 10º que a democracia representativa é o seu elemento essencial, para logo no art. 11º dizer que as instituições, or orgãos compostos pelos eleitos, pelos representantes, podem dar, repito, dar (!) a possibilidade aos cidadãos de participarem nas decisões que a eles dizem respeito.
Assusta.me esta formulação. A democracia representativa é muito mas nada é se os representantes, nos seus mandatos, deixarem de fortalecer ou de manter a democracia participativa.
Na exemplificação deste risco, do risco da fragilização da democracia até pôr em causa a liberdade, os governos, e quem, neles manda, os partidos daquela maioria, e quem neles manda, fugiram ao debate sobre o dito Tratado de Lisboa, e impediram que o povo participasse, pronunciando-se sobre a sua ratificação. Porque a sua matriz a dita (e mal) Constituição Europeia foi rejeitada pelos holandeses e pelos franceses, e não se quer que, de novo, isso possa acontecer.
Ao contrário do que ouvi, não haveria pior maneira de celebrar o 25 de Abril, celebrando-se o 23 e o 24 de Abril.
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Lamento-o hoje, aqui neste orgão democrático, que deveria ser a "ponte" para os cidadãos poderem participar, até porque todas as sessões aõa públicas e um ponto da ordem de trabalhos lhe é dedidao, à sua participação e intervenção. Aqui quero fazê-lo.
E mostrar como nos pequenos pormenores estamos a deixar fugir a oportunidade temporal de trazermos os nossos concidadãos ao exercício dos seus deveres e direitos.
Já aqui chamei a atenção para estapequan-grande falha. Mas eu insisto porque teimoso sou.
O edital que convoca esta sessão da Assembleia Municipal termina assim "para constar e devidos efeitos, será este edital afixado nos Paços do Concelho, Juntas de Freguesia e lugares de estilo". Pois o lugar mais "de estilo", por ser o da "informação municipal" à frente dos Paços do Concelho continua vazio destes editais.
Pormenor sem importância, dirão. Sinal dos tempos, direi eu, em que nada se faz para valorizar a democracia participativa, em que tudo se faz para a subalternizar até ao apagamento face à democracia representativa.
E termino gritanto, em voz baixa mas vinda bem cá de dentro e cá para dentro de mim:
viva o 25 de Abril!

O dia acordado

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Acordaram para o dia

ainda nem madrugada era

(mas tantos não acordaram para o dia

porque dormido não teriam…)

Acordaram para o dia,

para o dia que 25 era

e do mês 4

e do ano de 74

Vestiram a farda de capitão

e juntaram mais um galão

aos três do regulamento,

o galão de um cravo.

Acordaram para o dia

que iam fazer o dia novo

o dia povo

o dia ovo.

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Acordou para dia,

sozinho na cela,

com a unha riscou na parede suja

uma outra manhã acordada em Caxias.

Acordou para o dia,

para o dia que 25 era

e do mês 4

e do ano de 74.

Lembrou os camaradas,

que em Peniche e noutros lugares

punham mais um risco em paredes sujas

como calendários de dias assim contados.

Seria aquele o dia de ir para a tortura?

NÃO!

Acordava para o dia

que ia ser o dia novo,

o dia ovo,

o dia povo.

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Acordaram para o dia,

na casa clandestina,

para mais um dia de luta,

de sobressaltos, de tarefas.

Acordaram para o dia,

para o dia que 25 era

e do mês 4

e do ano de 74.

Reviram as agendas e as gentes a ver

um encontro, uma reunião,

o chumbo para a tipografia,

o papel para imprimir o avante!,

uma luta no seio da luta.

A vigilância, camaradas,

a segurança, camaradas,

não falhar um pormenor, um sinal

que tudo e tantos poria em risco,

de prisão ou até mortal.

Poucos sabiam que acordavam para o dia

que vinham preparando

dia a dia, todos os dias,

o dia novo,

o dia ovo,

o dia povo.

-----------

Acordou para o dia,

na cama vazia e fria,

ausente do corpo amado,

para mais um dia de trabalho e luta.

Acordava para o dia,

para o dia que 25 era

e do mês 4

e do ano de 74.

Preparou o pequeno-almoço,

acordou o miúdo,

ajudou-o a vestir,

levou-o à carrinha,

ouviu a pergunta de todas as manhãs

desde que o tinham levado…

“Mãe… quando é que o pai volta?... será hoje?”

Respondeu, com um sorriso cansado e triste,

“Não sei, filho, era tão bom que fosse…”

FOI!

Acordava o dia

que ia ser o dia novo,

o dia ovo,

o dia povo.

-----------

Acordaram para o dia

com a rádio a dar notícias estranhas,

depois do “Depois do adeus” e de “Grândola, vila morena…”

para mais um dia de trabalho.

Acordaram para o dia,

para o dia que 25 era

e do mês 4

e do ano de 74.

Hesitaram...

entre as recomendações para ficarem em casa

e a vontade de ir para as ruas,

de serem massas e revolução.

Saíram à procura de cravos e da liberdade,

juntaram-se no Largo de Carmo,

exigiram a libertação dos presos políticos

e da Pátria que recuperavam.

Acordava o dia

que ia ser o dia novo,

o dia ovo,

o dia povo.

-----------

Do outro lado da vida,

acordaram estremunhados

e não querendo acreditar.

Alguns saberiam de alguma coisa,

muitos apenas se preparavam

para ir prender e torturar.

Acordaram para o dia,

para o dia que 25 era

e do mês 4

e do ano de 74.

Uns, em desespero,

e assustados com gente e gente nas ruas

que julgavam suas,

ainda dispararam os últimos tiros,

ainda cometeram os últimos assassinatos.

Acordava o dia

que ia ser o dia novo,

o dia ovo,

o dia povo.


23 (e 25) de Abril de 2008
(ilustrado com um desenho de Roberto Chichorro
e um cravo mandado do Uruguai por um amigo e camarada)

domingo, abril 20, 2008

Pequenas notas caseiras

... isto é, aqui à volta do quintal:

1. Este blog vem referido no "Ourém e o seu Concelho", nas habituais notas do director, que vale sempre a pena serem lidas. Diz ele, nessa nota que versa as eleições autárquicas do próximo ano, e passando em revista partidos e nomes da terra, que eu ando por aqui «em ambiente de reflexão e quase nos atrevemos a acrescentar que, este "anónimosecxxi" encontrou na internet um fato quase por medida». Foi agradável saber de mais um visitante, e foi agradável ler, ali, o seu comentário com apreciações muito lisonjeiras que me escuso de reproduzir. E se não importa se o fato foi feito "à medida" ou se foi em pronto a vestir que o comprei, o fa(c)to é que me sinto bem nele.
2. Na minha "caixa de correio", a Nersant ataca de novo. Depois do convite para eu ir a uma reunião com a ministra da educação por causa de umas coisas sobre empreendedorismo para os meninos que ainda estão só a começar a aprender a ler, a escrever e a contar, e a que, evidentemente, não correspondi (sou assim, pronto!), desta vez é um folheto com uma capa: Aposte no seu FUTURO, Aprenda a EMPREENDER, Crie o Seu próprio NEGÓCIO. No miolo do prospecto, a "oferta" de dois cursos, um sobre empreendedorismo no ambiente, outro sobre empreendedorismo no turismo, a que me poderia candidatar mediante inscrição e cumprimento de condições. Que não tenho. Por exemplo, não estou desempregado pelo que não me posso candidatar. Mas fiquei a empreender nisto de me andarem a desafiar para apostar no meu futuro, para aprender a empreender, para que crie o meu próprio negócio. Mas teria de estar desempregado. Se estivesse empregado, desempregava-me... mas estou reformado. Que chatice!

Notas "sociológico"-políticas...

Enquanto decorria a Assembleia da ORSA (Organização Regional de Santarém do PCP) ia ocupando os dedos enquanto ouvia (sempre tive esta "mania" de fazer mais que uma coisa ao mesmo tempo...).
Por isso, embora não fizesse parte da "comissão de verificação de mandatos", de que a porta-voz apresentou um excelente e sucinto relatório, eu fiz um outro, só para mim. Mas que, sendo só para mim, torno público. Como notas e pistas de reflexão.
A nova DORSA (Direcção da Organização Regional de Santarém) passou de 47 para 48 membros. Sairam 14, entraram, de novo, 15. Noutras notas virei, eventualmente, a fazer o confronto, quantificado, entre as duas composições. Do que não tenho dúvida é que houve rejuvenescimento e "feminização".
Quanto aos níveis etários, a média é de 44 anos e:
- entre os 20 e os 39 anos passou a haver 19 camaradas, 40%
- entre os 40 e os 59 anos passou a haver 23 camaradas, 48%
- acima dos 60 anos passou a haver 6 camaradas, 12%
- destes, há apenas 1 acima dos 70 (que fujo a dizer quem é...)
- é (ou pode ser) significativo que a "casa" dos 40 aos 49 anos seja aquela em que há uma quebra, com apenas 8 camaradas e apenas 1 do sexo feminino, talvez ilustrando o que se sente: que se trata de um escalão etário crítico relativamente ao PCP, entre os "antigos" e os "novos".
Quanto ao sexo - para usar terminologia "à moda" seria... género -, há 25% do sexo feminino, o que foi sublinhado como insatisfatório mas um passo:
- acima dos 60 anos, apenas há uma mulher, 17%
- entre os 40 e os 59 anos, há 5 mulheres, 22%
- entre os 20 e os 39 anos, há 6 mulheres, 32%
- para ainda melhor sublinhar esta subida, tão significativa enquanto se "desce" na idade, na "casa" dos 20 anos a percentagem é de 44%, 4 camaradas e 5 "camarados".
Quanto à distinção entre "antigos e novos":
- apenas um camarada é membro do Partido desde antes de 1974 (que me recuso a dizer quem é)
- 13 camaradas entraram para o Partido entre 1974 e 1978
- 7 entre 1980 e 1988
- 5 entre 1990 e 1998
- 15 entre 1999 e 2005
- 6 em 2006
- 1 em 2008
- deve sublinhar-se que, destes últimos, uns não poderiam entrar muito antes porque não tinham nascido como é o caso de um que tem 20 anos!), e outros passaram para o Partido vindos da JCP, confirmando-se a "crise" entre 1980 e 1999. É significativo!
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Isto vai, camaradas, isto vai!
Ó se vai!

sábado, abril 19, 2008

A demissão (?) de Luís Filipe Menezes, ou o caricato reflexo de uma situação muito séria

Reagi, sorrindo para dentro das minhas barbas, à notícia da demissão de Luís Filipe Menezes (LFM) de líder do PSD (é assim que “eles” dizem, não é?). Procurei ser irónico. Arrependi-me.
É que, depois, pensei melhor, passado o impacto da surpresa, e achei que a questão era demasiado séria para ser encarada com bonomia, superficialidade disfarçada de ironia.
Explico-me:
1. LFM chegou onde chegou, e da maneira que chegou, num momento em que nas “bases” do PSD – nos que escolheram o PSD como seu partido, nos seus “sócios”, nos seus votantes – havia alguma desorientação por o “seu partido” não estar a ser, corrijo: a aparecer, como oposição ao PS (sem D). Porque o PS estava a fazer a política “deles”, a ocupar, com essa política, o espaço “deles”. Até havia acordos a que os do PS estariam a levar os "seus" dirigentes…
2. Os das “bases” terão visto, em LFM, a possibilidade de voltarem a ser o que nunca foram, ou seja, oposição ao PS… em alternância com o PS voltar a ser o que nunca foi, ou seja, oposição ao PSD.
3. Nem se terão lembrado, essas “bases”, que até houve, de tão alternantes, governos PS-PSD, ou, lembrando-se, acharam que tinha sido noutras circunstâncias, unidos rumo à Europa que os une.
4. Vai daí, as ditas “bases” elegeram LFM, e este, populista como é, e pela “bases” eleito, começou a corresponder. Ou a tentar. E gorou-se um acordo que os “barões” – dos dois partidos –, e quem os tem ao seu serviço, viam com muito bons olhos: a revisão da legislação para as autarquias. E outras coisas.
5. LFM terá estragado alguns projectos na prancheta ou em estaleiro. Não por boas razões. Mas tê-lo-á feito. E, depois, deu alguns "tiros nos pés" (como aquele da Câncio...), por si ou por entrepostas pessoas, que podem ser ou aproveitados ou ignorados. Foram aproveitados.
6. E agora?
7. Bem, agora a luta (outra e nossa!) continua.
8. Não pode haver distracções.

sexta-feira, abril 18, 2008

Não me digam...

Antes de voltar a casa , nesta noite invernosa, disseram-me que o dr. Filipe Menezes se tinha demitido. Não quero crer... é que pensava que ele nunca tinha sido admitido...
Ando mesmo desactualizado. O homem nem 9 meses teve para mostrar o que (não) vale. Foi prematuro?

quinta-feira, abril 17, 2008

Hoje - 3 posts para 3 blogs

Acontece-me sempre isto! Tenho de ir a qualquer lado. Entro no carro e faço-o levar-me onde tenho de ir. Logo, ao mesmo tempo que o motora arranca, se liga a telefonia. Ouço os noticiários. É inevitável e necessário. Como vou sozinho, há como que uma simbiose entre a informação que me entra pelos ouvidos e a condução a que estou atento.
Trago sempre "ideias" para o regresso aqui, ao teclado. Muitas se perdem. Tanto é o percurso a fazer antes de ficar disponível para concretizar as "ideias"...
Desta vez, resolvi que não: 3 posts para os 3 blogs que animo (que pretendo animar...)!
Um, para o cultural-livresco, já está, no som-da-tinta. blogspot.com, sobre a morte de Aimé Césaire.
Outro, para o lúdico, farei, depois deste, sobre uma "coisa" que até parece que foi ficção e que aconteceu ontem, no docordel.blogspot.com.
Para aqui, para o "político-económico", um simples apontamento sobre um aspecto da vida de todos nós, e que cada vez se complica mais.
As taxas de juro voltaram a aumentar, na tendência que penaliza quem foi "na cantiga" (ou nos "cantos de sereias") dos "produtos financeiros" com que os bancos acenaram despudoradamente (e continuam a acenar) a toda a gente, que levaram quase toda a gente ao endividamento e, depois, à vida toda ensarilhada.
Para compensar - sem que nada compense - a notícia de que os prazos vão aumentar de 30 para 50 anos. O mal, mas mesmo o mal!, está nesta vertigem sem saída de que o acesso das gentes ao que necessitam (ou ao que as levam a sentir necessidade...) está no crédito e não nos salários!

quarta-feira, abril 16, 2008

Protecção contra a reacção do empregador

Tenho entre mãos uma tarefa que me obriga a consultar as disposições em vigor na União Europeia relativamente à chamada coesão económica e social. Procuro, como quem procura agulha em palheiro, o que me possa ajudar relativamente a um tema "menos salários e mais lucros na estratégia da União Europeia" que me foi proposto.
Mas se é difícil encontrar o que possa comprovar, nos textos comunitários, particularmente no Tratado (dito) de Lisboa, a ajuda para fundamentar a abordagem que procuro - porque a ela se foge... -, e é evidente para nós, vou descobrindo "coisas", outras "agulhas".
Este exemplo... por exemplo. E trago o exemplo para aqui por me ter lembrado de Pedro Jorge, o electricista que interveio no Prós e Contras de 28 de Janeiro,a e que, por essa intervenção, em que apenas disse verdades e em nada foi ofensivo ou contundente, particularmente para a empresa em que trabalha, teve desta a recção que foi a de levantamento de um processo disciplinar, de que não conheço as mais actuais consequências.


«Protecção contra a reacção do empregador
Os trabalhadores são protegidos contra todo o despedimento que constitua uma reacção do empregador a uma queixa formulada na empresa ou a uma acção em justiça visando a respeitar o princípio.»

É, na verdade, um exemplo. De hipocrisia.
Em que aquele "na empresa" quase proíbe o trabalhador a queixar-se "fora da empresa", a não ser na justiça, isto é, em tribunais, e depois de despedido, tendo então de provar que o despedimento teria sido por queixa formulada "na empresa".
Isto digo eu que de interpretação de leis e regulamentos e recomendações não percebo nada. Mas que quero perceber de ética, de comportamentos, de moral, de relações entre humanos.

terça-feira, abril 15, 2008

Eleições em Itália

Perante resultados eleitorais, há sempre várias leituras. Subjectivas. Mas há, também, objectividades. Que, aliás, se podem reforçar em previsões e prevenções.
Quando os dirigentes de partidos comunistas começam, para ganharem peso institucional, para serem abrangentes, a "facilitar" na base teórica, escondendo o que, sem ter de ser ostentivo, tem de ser identidade e firmeza, cedem em formas de organização, abandonando a luta de massas, a democracia interna e a direcção única, copiam o que deveria ser combatido, quando se começam a rever na caricatura que do comunista é feita e querem corrigir o retrato e não a caricatura, quando, em suma, são eles que, continuando dirigentes de partidos comunistas, deixaram de ser comunistas, que resultados se poderiam esperar? Não se ganha um voto dos "outros" (que "nossos" poderiam vir a ser, por condição de classe), perdem-se os votos dos "nossos" (e alguns "nossos" deixam de o ser).
É triste, é angustiante, ter esta razão. Nem é tanto o facto de, desde o fim da guerra, pela primeira vez não haver comunistas eleitos num País que já teve mais de um terço dos votos votados, é mais a forma como se procedeu ao lento suicídio institucional... com o argumento-pretexto de se querer ganhar peso institucional.
Em contrapartida, e com muita alegria e esperança, vejo por outros lados os sinais serem outros.

Liberdade e igualdade

Li , algures por aqui perto, "usufruo da minha liberdade que sei inimiga da igualdade".

Arrepiei-me, até porque reconheço alguma boa fé na afirmação, não por ela em si, mas por outras coisas que a acompanhavam. E tomei a frase como um desafio:

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"Por liberdade entende-se, no interior das actuais relações de produção burguesas, o comércio livre, a compra e venda livre.

(...)

Censurais-nos, portanto, por querermos suprimir uma propriedade que pressupõe como condição necessária que a imensa maioria da sociedade não possua propriedade.

(...)

O comunismo não tira a ninguém o poder de se apropriar de produtos sociais; tira apenas o poder de, por esta apropriação, subjugar a si trabalho alheio.

(...)

(...) transformais as vossas relações de produção e de propriedade de relações históricas transitórias no curso da produção em leis eternas da Natureza e da razão (...)"

(Manifesto do Partido Comunista, K.Marx/F.Engels, 1848, edições avante!, 4ª edição, 1997, págs. 52-3 )

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Há 160 anos!

Para mim, são pérolas.

E corri o risco de transcrever estas, porque é um risco pegar num texto como este e dele retirar pequenos trechos, como o é reproduzir, de um quadro, o que foram apenas algumas pinceladas, ou de transmitir, de uma sinfonia, parte de um andamento.

Crescimento em baixa, divergência em alta

Depois do "incidente" com o relatório do FMI que se atreveu a pôr alguma água na fervura da euforia autista deste governo, esperava-se com alguma curiosidade como é que o Banco de Portugal e o seu inefável governador iriam descalçar a bota.
Pois aí está:
Reconhece-se que o crescimento em 2007 não foi tão elevado (?!) como previsto... mas sublinha-se, apressadamente, que teria sido o mais alto dos últimos seis anos. Aleluia!
O PIB terá crescido 1,9%! Vejam só do que "eles" foram capazes os rapaces rapazes...
Entretanto, não foi possível deixar de se dizer que, apesar disso, não obstante, contudo, este crescimento ainda, por enquanto, até ver, foi inferior ao crescimento médio da Europa, quer dizer dos países da União Europeia. Logo, continuou a aumentar a divergência, que é o contrário da convergência (isto digo eu...), que seria a aproximação, pequenina que fosse, dos "níveis europeus". Embora haja quem esteja entre "os mais ricos da Europa" para compensar continuar a maioria mais que absoluta entre "os mais pobres da Europa", e cada vez mais.
Mas conseguiu-se, ah!, isso conseguiu-se, nada dizer sobre as previsões para este ano e para o próximo. Isso é que havia que evitar a todo o custo, para que não se desse razão aos tais do FMI. Para não desinquietar os espíritos, claro.
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Não há dúvida, vive-se um tempo de manipulação e de mentira! E sabem porquê? Porque não pode deixar de haver informação. Onde, antes, havia proibição e censura, hoje há manipulação, omissão e mentira.
Contra isto, uma única atitude: informar, informar, informar sempre. Informar-SE.

segunda-feira, abril 14, 2008

Em visita a Peniche no aniversário do "Cravo de Abril"

Em Peniche marcámos encontro.
Em Peniche nos encontrámos.
Nós e com a História que é nossa.
Porque vivida por nós.
Pelo Manel Pedro, pelo Zé (deixem-me dizer também por mim, que por Aljubes e Caxias passei…).
Porque vivida por quem antes de nós.
Pelo Álvaro, pelos do Tarrafal tão nossos.
Porque vivida pelos de hoje e pelos de amanhã.
Porque vivida pelo João (que tinha feito anos na véspera do Cravo de Abril, e tudo organizou) e pela Joana (se alguma não estava, alguma podia ter estado), e pela Mercedes e pela Mariana, que tudo viram, em todos os lugares nos acompanharam, e não esquecerão… se nós continuarmos a lembrar.
Por aqui se entrava
Por aqui se fugia (Dias Lourenço)
O "redondo" e "segredo"
Quantas gerações a ouvirem o Samuel?!

domingo, abril 13, 2008

Recomendação veemente!

Escrevi o que "postei" abaixo a caminho de Peniche, onde íamos (a "condutora" e eu) participar numa visita ao Forte e num convívio amigo. Daqueles que nos dão força. Gracias à la vida!
Esta manhã, antes de partir para a Assembleia da Concelhia de Ourém do PCP, passei pelo "site" do Partido.
Recomendo que ouçam (e vejam) as 4 intervenções do secretário-geral do PCP, no debate de que tinha e escassa e pobre informação e em que baseei o meu "post". Não tenho nada a corrigir. Apenas sublinharia. E recomendo, viva e veemente, que o façam. E que vejam a cara dos nossos governantes, talvez em particular o "ar" do ministro da economia,ao ouvirem verdades duras como punhos, ditas com uma convicção e fundamentos irrespondíveis... a não ser em confissão ao pároco lá da paróquia de cada um deles.

sábado, abril 12, 2008

Os cancros da democracia

Os cancros da democracia e da política são os "políticos". Instalam-se na democracia, por via democrático-representativa, e vão minando o organismo, enfraquecendo-o, descredibilizando-o. Metastisando-se.
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1. - A promiscuidade entre os "políticos" e os "senhores do dinheiro" é pornográfica. Utilizam-se uns aos outros.
Na Assembleia da República, o PCP já colocara a questão em termos adequados. Éticos.
Na sessão quinzenal do folclore socratiano, esta sobre energia, o presidente (ou lá o que é) do BE aproveitou para trazer a mesma questão mas em termos fulanizados, do sr. Jorge Coelho. Foi o ping-pong...
Acabou com o primeiro-ministro a dar a sua estocada final: se ele, ao acabar o mandato, porque preside ao governo, estava impedido de ir trabalhar para onde lhe arranjassem emprego? É o argumento socretino, irrisório, mas dirigido aos portugueses, como se eles fossem parvos e ignorantes.
É, aliás, o ponto fulcral da sua concepção de política e de democracia (representativa qb). O "político" Sócrates não tem lugar de regresso no termo do seu mandato! Ia lá voltar a fazer (ou a assinar) aqueles projectos de construção com que começou a vidinha... agora com a licenciatura em engenheiro, tirada enquanto ministro. Agora, como ex-, só conselhos de administração e consultorias.
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2. - Jerónimo Sousa interpelou o primeiro-ministro sobre o aumento dos preços dos combustíveis, que subiram desproporcionadamente ao aumento do custo do petróleo por se basear o cálculo na grande desvalorização do dólar - sendo a "nossa" moeda o euro -, aumento que está a ter efeitos muito nefastos na actividade económica portuguesa .
Na resposta, Sócrates, lá do alto seu império (como diria o Aleixo) confirmou as suas concepções de política e de democracia. Que o défice é que condiciona tudo. Que quem usa o combustível é que deve pagar os acréscimos de custos para não sobrecarregar os contribuintes (como se estes não os pagassem nos produtos que consomem, nos transportes que utilizam!).
Um chorrilho, na esteira do poluidor, pagador; do quem quer saúde, paga; do quem quer educação, paga; do quem quer almoçar, paga sempre... Porque não há almoços grátis, e têm de ser caros. Sem redução do IVA! (cf. com os preços e IVAs da "pobre" Espanha, em que os contribuintes devem estar a pagar o que apenas uns "privilegiados" utilizam).
Cheira tudo a argumentos simplistas e/ou falsos. Impressionantemente vazios de sentido social.

quinta-feira, abril 10, 2008

Recomendação: leiam o Avante!

Independentemente de posições partidárias, insisto na recomendação.

É outra coisa. É (de) outra classe. E se nós, os que somos "do avante!", temos de apanhar com toda a informação que nos vem de outros lados (e classe), recomendamos a quem de boa fé esteja que, antes de falar de "coisas" (e de nós!), leia o avante!.

Sai-me este "grito, depois de ter começado a ler o número de hoje, e de ter parado na página 4, no "actual".

3 breves artigos, de três jovens (se é verdade que, para mim, todos começam a ser... jovens, estes são-no também para quem tenha 40, e 50, e 60 anos!).

Um sobre a reunião da NATO (ouviram falar?), do Ângelo Alves, outro sobre a aluna, a professora e o telemóvel (conhecem a "nossa posição"?) da Margarida Botelho, o último sobre o que aconteceu ao Pedro Jorge (não sabem quem é?... foi ao prós e contras de 28 de Janeiro) do Manuel Gouveia.
Se quiserem informar-se, ampliem, por favor, os recortes:

Que tal?... se não conseguiram... comprem o jornal!

Nem de propósito!

Acabara de "postar" o que está abaixo, desliguei a "blogosfera". Ia à vida. Mas, antes, fui ver se havia algum mail. E encontrei lá este "convite":

Chega a ser assustador!

"Posso mostrar-vos como ganhar o dinheiro que precisam, para as coisas que querem, para viver da maneira que preferirem viver" - Bob Proctor

Para já... comprem o bilhetinho e encham o Pavilhão Atlântico.

E quem paga as despesas de promoção do "espectáculo"?! Quem faz o investimento?! Quem entra com o capital inicial?!

Já repararam?

Depois de ver, na RTP1, o relato directo e integral do encontro Igreja Católica-Maçonaria:
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Já repararam que estão a regressar alguns tiques, ritos e rituais de igrejas, ordens e sociedades (+ ou -) secretas, medievais e esotéricas, com a ajuda de harry potters, códigos da Vinci & Cias. Lª.
Ah! ser humano e racional que parece não quereres saber de racionalidades, a quem te querem convencer que podes ultrapassar (pelo esotérico... e pela direita!) os limites que são os teus, e que só pela razão (e pela esquerda) poderás ir vencendo, contigo e os teus, razão a razão, esforço a esforço, trabalho a trabalho, luta a luta...

quarta-feira, abril 09, 2008

O FMI e a robustez da economia portuguesa

Parece que o Fundo Monetário Internacional veio, com um seu relatório e suas previsões, cometer o crime de "lesa majestade" de beliscar quem diz que em Portugal vai tudo no melhor dos mundos, mesmo que à roda de nós se esteja a viver no (e a prever o) pior dos mundos...
Como é possível vir um FMIzito contrariar o clima de euforia que se respira em Portugal, dada a evidente "robustez" que, segundo as "majestades" que gerem as finanças portuguesas, caracteriza a economia portuguesa e a distingue das outras? Como é que se atreveram?
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Mas isto está tudo louco?!
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Já aconteceu - os que vivem mais anos têm o privilégio de se lembrar do que viveram - que relatórios deste FMI, que punham a eventual necessidade do Banco de Portugal vir a ter de vender ouro para resolver alguns problemas mais prementes, foram aproveitados para falar em bancarrota e atacou-se de forma violentíssima governos de Vasco Gonçalves. E conseguiu-se inflectir a política, começando-se a escrever ao tal FMI cartas. Cartas de intenções, de intenções bem cumpridas de fazer voltar o capitalismo e os capitalistas que, aliás, só alguns tinham ido "dar uma (pequena) volta". E nem precisavam porque, segundo a Constituição, tinham cá lugar desde que cumprissem regras que não fossem exclusivamente suas, e privilegiassem o interesse colectivo.
E lê-se que "entre 2002 e 2006, o Banco de Portugal alienou ouro que se fosse hoje renderia mais 1800 milhões de euros" (Expresso de 23.02.08, sublinhados e tudo). Foram só 225 toneladas, e o "prejuízo" desta gestão do ilustríssimo Vítor Constâncio foi só (!) no valor de mais de 1% do PIB (dito pelo mesmo Expresso).
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Mas isto está tudo alienado?

Sem comentários (para já!)

Mulheres Comunistas fora da CIG

8 de Abril de 2008

Conferência de Imprensa do PCP, com Fernanda Mateus, da Comissão Politica:

1. Realiza-se hoje a primeira reunião do Conselho Consultivo da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) que concretiza o afastamento, entre outras organizações, da Organização das Mulheres Comunistas, que integrou desde 1977 o Conselho Consultivo da Comissão da Condição Feminina e da CIDM extinta em Maio de 2007.

A Comissão junto do Comité Central do PCP para a Luta e Movimento das Mulheres, que dirige a Organização das Mulheres Comunistas, avalia de forma muito crítica todo o processo de recomposição do novo Conselho Consultivo da CIG. Desde logo porque se desconhecem os critérios adoptados para a recomposição da Secção das Organizações Não Governamentais deste novo órgão[1] (que resulta da extinção da CIDM) que veio, no quadro das orientações estabelecidas pelo Governo PS/Sócrates para o Programa da Adminstração Central do Estado, alterar profundamente esta estrutura.

A este propósito, o Grupo Parlamentar do PCP questionou oportunamente o Governo pedindo esclarecimentos[2] sobre:
- Quais as associações que tendo assento na Secção das ONG do Conselho Consultivo da CIDM e que não estão agora representadas no organismo homónimo? Que motivos levaram à exclusão dessas associações?
- Que fundamentos políticos e legais alicerçam o afastamento da Secção das ONG's dos departamentos de mulheres dos partidos políticos, designadamente da Organização das Mulheres Comunistas?
- Porque motivo não foram as associações auscultadas em nenhum momento do processo de destituição do anterior Conselho Consultivo e composição do novo, como aliás foi prática ao longo de décadas?
- Quais são as 30 organizações de âmbito nacional e as dez de âmbito local ou regional que passarão a integrar a Secção das Organizações Não Governamentais do Conselho Consultivo da CIG?

Na verdade, o modo como foram afastadas organizações com assento no anterior Conselho Consultivo da CIDM, sem que tenham sido ouvidas sobre as razões de tal decisão, consubstancia uma inaceitável desvalorização do papel das organizações de mulheres e da sua acção contra as desigualdades e discriminações e pelo cumprimento dos seus direitos enquanto mulheres em todas as esferas da vida da sociedade portuguesa e uma flagrante limitação do direito destas organizações de participarem na definição das políticas governamentais neste âmbito.

Para o PCP, a concepção que emerge do processo visa a "governamentalização" deste novo órgão Consultivo e a tentativa da sua intrumentalização ao serviço das políticas do Governo, como está indiciado na decisão de ser presidido pelo membro do Governo que tutela esta Comissão, facto inédito em trinta anos de existência da Comissão.

No que concerne à exclusão das estrututuras partidárias, ela representa um novo passo na desvalorização do papel dos partidos políticos, enquanto expressão do direito de associação e organização política dos cidadãos e das responsabilidades que lhe são conferidas nos espaços institucionais onde participam. Tal decisão serve os objectivos de branqueamento da responsabilidade do(s) Governo(s) do PS na realização de políticas de direita que estão na origem do agravamento das injustiças e discriminações que afectam as mulheres e nos retrocessos do seu direito de participação em igualdade no trabalho, na família, na vida social e política.

A Organização das Mulheres Comunistas considera que, num quadro marcado pelas consequências negativas das políticas do actual Governo que divergem dos interesses e necessidades das mulheres no trabalho, na família e na sociedade, deveria ser reforçada a intervenção da Secção das ONG na avaliação dos seus impactos negativos, na elaboração de propostas por parte das organizações que afirmassem a sua opinião autónoma sobre os problemas e dessem corpo à sua convergência na defesa do cumprimento dos direitos das mulheres.

2. A alteração do nome da estrutura representativa das mulheres e das suas organizações - Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género - bem como da sua missão e atribuições, atribuindo-lhe a "execução das políticas públicas no âmbito da cidadania e da promoção e defesa da igualdade de género" afasta deliberadamente a referência específica às questões da discriminação da mulher, da sua luta, diluindo-a numa questão de "cidadania".

Recorda-se que os objectivos desta "restruturação" têm lugar num quadro em que se reduzem os mecanismos de combate às flagrantes discriminações das mulheres no trabalho como está patente na deliberada redução das funções inspectivas, patentes na inoperância da Autoridade para as Condições de Trabalho (ex-IGT) e no bloqueamento do papel da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego - CITE.

A extinção da CIDM e da sua Secção das ONG representa, não um reforço dos mecanismo de intervenção que invertam a proliferação das desigualdades e discriminações, mas sim um retrocesso que acompanha o aprofundamento das consequências das políticas de direita do actual Governo que estão na origem do aumeto do desemprego e da generalização da precariedade laboral, do brutal agravamento das condições de vida das jovens, das trabalhadoras e reformadas e que atira milhares de mulheres para uma situação de pobreza e de exclusão social.

Por todas estas razões e na sequências de diversas iniciativas que têm vindo a ser tomadas sobre o processo de restruturação da CIDM,[3] o Grupo Parlamentar do PCP vai chamar à Assembleia da República o Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros para prestar esclarecimentos sobre todo este processo.

O PCP continuará a intervir no sentido de apoiar o importante papel das organizações de mulheres no elevar da sua consciência e da sua participação em defesa dos seus direitos e aspirações e a pautar a sua intervenção social e política na luta em defesa dos direitos das mulheres, pelo reforço da sua participação em igualdade em todas as esferas da vida, pelo combate à política de direita do actual Governo PS/Sócrates e pela adopção de políticas capazes de dar êxito à sua luta emancipadora.

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[1] Artigo 6º, Decreto-lei nº 164/2007, de 3 Maio
[2] Pergunta 1025, 2 de Abril de 2008
[3] Requerimento 1473, de 24 de Maio de 2007 sobre a Reestruturação da Comissão para a Igualdade e Direito das Mulheres; Pergunta ao Governo, de 13 de Novembro de 2007 sobre o Conselho Consultivo da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género

segunda-feira, abril 07, 2008

Parabéns a Eduardo Barrento

Junto-me aos que cumprimentaram o nosso conterrâneo - escrevo como oureense - Eduardo Barrento, e me deram a conhecer o prémio que lhe foi atribuído. Aliás, não é a primeira vez que tenho a satisfação de a ele me referir, aqui na blogosfera, e de lembrar as curtíssimas e agradáveis conversas que tínhamos quando eu passava - há quantos anos?! - a portagem à entrada no concelho que é o nosso...
Um grande e agradecido abraço.
Vejam:

Galeria de Premiados 2008

quarta-feira, abril 02, 2008

Crónica (mais ou menos política) na manhã

Uma senhora ucraniana vem, duas manhãs por semana, aqui ajudar-nos a manter a casa habitável. É jovem, veio há anos de lá longe, com o marido, deixando uma filha de 12/13 anos com os avós.
O seu “português”, apesar dos anos por cá, é… macarrónico.
O nosso relacionamento é simpático, quase afectuoso. Por causa de alguns problemas que tiveram com o carro, abalroado e destruído estando estacionado, tivemos a oportunidade de confrontar o modo desumano, inqualificável, como as companhias de seguros se quiseram aproveitar de serem imigrantes e da dificuldade em dominarem a língua portuguesa, e só a nossa intervenção conseguiu atenuar o roubo que lhes preparavam.
Julgo que a “Lécia” gosta de trabalhar aqui em casa, e tem uma simpatia muito especial pelo Mounti. Com uma preparação escolar e profissional que a habilitaria para outras tarefas que não aquelas que faz (mal), por aqui vai amealhando o que pode para um futuro que nem ela sabe bem qual será.
Revela conhecimentos que me surpreendem, como a propósito de 8 de Março e de 1 de Maio, tem um fundo cultural que se vislumbra em alguns pormenores. E não falta a uma missa, e é fiel devota da Senhora de Fátima, a quem deve “meter cunhas” para que esse futuro seja na Ucrânia e com a filha.
Alguns sinais espalhados cá por casa denunciam quem nós somos e como pensamos. O que, evidentemente, a perturbou. E gosta de discutir (isto é uma maneira de dizer…) política comigo. Comenta casos, põe-me questões. Às vezes nos momentos mais inoportunos. Lá vou procurando estar à altura…
Hoje, veio-me perguntar se ouvira noticiários (sinhor!... debe óvir notícias…) com a visita do Bush à terra dela. Disse-lhe que não, e perguntei-lhe pelas manifestações de que ouvira falar. “Sinhor, isso são coisas dos russos…”. Sabendo o que ela pensa dos… russos, nem me atrevi a argumentar porque tinha um escrito a meio: 1 a 0 para a Ucrânia. A tentar o empate em jogada de surpresa ainda resmunguei qualquer coisa sobre o Iraque, mas ela, a festejar o golo, nem ouviu. Acontece...
Acabado o escrito, fui, atrasado e a correr, tomar o pequeno-almoço. Cruzei-me com a “Lécia”. Aproveitou a vantagem que trazia do intervalo e resolveu tentar a goleada “Sinhor… e o Tibet?, e a China?... órribel…!... num acha?”. Resolvi “num” achar nada!
Para esta manhã, a perder já por 2 a 0 a poucos minutos do início do jogo, chega! Preferi a falta de comparência.

Actualização

Há dias (dois?/três?...) que não passava pelo alberguedosdanados. Venho de lá agorinha, num recomeço do que não há, isto é, normalidade, rotinas. Actualizei-me como só lá:
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O regime du soleil. Quando alguém diz que o senhor dr. Alberto João Jardim é “um exemplo supremo na vida democrática” pátria, como fez o senhor dr. Jaime Gama, percebe-se a necessidade de rever-se a noção de palhaçada. Nicky Florentino.
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Com a lembrança de que o dr. Jaime Gama é o Presidente da Assembleia da República, 2ª figura do Estado (em que estamos), e que já assemelhou (e não com intuitos elogiativos) o dito dr. Alberto João a Bokassa, está tudo dito. Pelo que passo adiante no começo da manhã.