quinta-feira, abril 23, 2009

Sempre a aprender!

Tenho andado arredio de (a)postar por aqui. E tem-me feito falta. Mas comprovo a dificuldade de, em correria de um lado para o outro, deixar comentários - ou mais do que isso - de quando em vez. Outros dias virão.
Entretanto, não posso deixar de registar algo de verdadeiramente "moderno" e inventivo na ciência económica e na prática da boa governança.
Tinha eu aprendido nos idos tempos de estudante, de economia e português - que aliás me esforço que se prolonguem por todos os anos meus - que défice (que se escrevia deficit) era uma diferença, o saldo negativo entre receitas e despesas.
E assim tem sido, embora utimamente, nesta derradeira década, tenha aparecido uma clara desvalorização do positivo, das receitas, por maior, muito maior importância se dar ao lado matematicamente negativo, as despesas, numa deriva desestatizante. Menos Estado, menos Estado! Nada de intervir na economia, serviços públicos a servirem menos e menos, direito à saúde a ser substituído pelo negócio da doença, educação gratuita e universal (constitucional!) a ser atacada por despesista.
Até que, ontem, se deu um passo na teoria económica e na tal prática de governaça: explicitou-se que o défice só é verdadeiramente défice, e logo a ter que ser corrigido, se for do lado da despesa; se for do lado da receita, se houver desvios para muito menos do lado da receita, não há nada a fazer, é deixar o défice crescer... não houve desvios na despesa, está tudo bem!
Autores? Com o patrocínio do nobel caseiro da economia, o Doutor Constâncio constante, o afirmativo engenheiro Sócrates, o primeiro.
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Pronto, é assim: sempre a aprender!

3 comentários:

poesianopopular disse...

Camarada Sérgio
Aprender a distorcer, que, é o que eles sabem muito bem fazer.
No meu tempo de menino;chamava-se a isto "esperteza saloia" com todo o respeito pelos "saloios"
Abraço

cristal disse...

Malabaristas... "os números,sempre que devidamente torturados, dizem tudo o que se queira que digam"... quem foi que disse isto?Mas, se não disserem, troca-se-lhes o sentido, tanto faz, que o povo não sabe matemática e assim se materá, se esta gente continuar a mandar como desmanda.

samuel disse...

Que é coisa para Nobel, isso é!

Abraço