domingo, julho 05, 2009

Outras reflexões lentas... sem compromisso

novaiorquinas9:

Um dia em cheio. Talvez por ser o 4 de Julho.
De manhã, fomos a uma "feira da ladra". No extremo oeste da ilha, para lá de mid-town (começo a usar termos destes...). Nada de especial, mas uma experiência curiosa, por ser em Nova Iorque, na NY que até hoje viemos percorrendo. E muitas recordações que nos fizeram sorrir: Playboys de há 40 anos, muito púdicos, Capitão América e Bucha e Estica. E compras em que se poupou imenso dinheiro...


À tarde, Harlem. Outra cidade. Melhor: outro mundo a que se chega sem sair de Nova Iorque num autocarro, indo da rua 46 para a 165, do sul para o Norte pela 2ª avenida.
Uma impressão fortíssima. Imigração instalada. Uma outra Nova Iorque mas uma Nova Iorque de que também temos muitas referências. Não turística, não financeira, hispânica, africana (almoçámos - excelentemente - num restaurante senagalês...) Igrejas, igrejas, igrejas, com as mais variadas designações e como que fazendo parte da paisagem.
Mas procurávamos o célebre Teatro Apollo, e caímos no Harlem profundo, no âmago, num dos seus âmagos. Mesmo a sério. Onde, diz-se..., há alguns anos se não podia ir.
Um boicote a uma loja que se atreveu a não fechar no dia da comemoração do 84º aniversário de Malcolm X, a 19 de Maio!
E ninguém entra naquela loja!

Um grupo de militantes do Revolutionary Communist Party, com uma banca de livros, a distribuir o seu jornal, a fazer um comício e a promover uma sessão-debate para 14 de Julho sobre "The Ascendancy de Obama... and the Continued Need for Resistance and Liberation".

E muito gente por ali a passar, tudo à volta do Teatro Apollo, com muitas bancas e uma parede com uma enorme faixa a receber mensagens dirigidas a Michael Jackson. E flores.


Muito para fazer reflectir.
Nas bancas, Michael Jackson a ser objecto de muitas homenagens (com o comércio a imperar), mas também a presença, não emocional até à quase histeria que se criou à volta da morte de rei do pop, de Luther King, MalcolmX e... Obama, os três juntos em t-shirts, sacos e outros objectos.
Faz pensar! A importância da cor da pele, ali vivida, numa outra e diferente experiência. Em mudança e, em muitos aspectos, de esperança.
À noite, espectacular fogo de artifício do rio para os arranha-céus, patrocionado por uns grandes armazéns com apoio de marcas conhecidas, e - parece... - festa nas ruas. Sobretudo em Times Square

3 comentários:

Maria disse...

Bom dia quando acordarem!
Também aí a luta continua. E embora NY nunca me tenha seduzido, começo a ter uma pontinha de inveja desses paseios...

Abreijos do lado de cá

Graciete Rietsch disse...

Como é posível juntar Malcom X, Luther King e.....Obama? Só se for a cor da pele o que já não é mau. Mas o Michael Jackson que renega a sua própria identidade tambem custa a aceitar. Um abraço camarada, continuação de boas férias e bons blogues.

samuel disse...

Bela crónica!