segunda-feira, fevereiro 11, 2013

DIREITO À versus ACESSO A se

No "post" anterior referi-me à primeira página do caderno Economia do Expresso, e destaquei a chamada para o interior sobre os seguros de saúde.
Há um aspecto que quero sublinhar com toda a força, intenção e indignação.
Os portugueses têm, constitucionalmente, direito à saúde e para isso se criou o Serviço Nacional de Saúde que, ao longo de anos, se foi estruturando e que não será perfeito, que terá muito a melhorar e a racionalizar economicamente como utilização de recursos, mas que é das coisas boas que temos (que tínhamos...), que uma das conquistas sociais vindas na esteira de um acontecimento histórico chamado 25 de Abril! As estatísticas, que representam a realidade, ajudam a essa avaliação, com as suas médias e distribuições por estratos sociais.

Na sanha privatizadora, na ganância de aproveitar tudo que possa dar lucro, o "negócio da doença" (e da velhice que lhe está associado) tem vindo a tentar gulosamente os capitais financeiros em busca de aplicações que os acumulem, seja à custa do que for, sem olhar a critérios outros que não os seus.
Assim, as seguradoras, ligadas a grupos onde pontificam bancos, parecem vampiros, e o direito à saúde veio, paulatinamente (apesar das resistências que se procuram amortecer), sendo substituido pelo acesso aos cuidados médicos e afins, via seguros de saúde.
A diferença, qualitativa!, é que o direito à saúde é para todos - incluindo os que têm a basófia de o poder dispensar por poderem tudo pagar, esquecendo que para ele contribuiram (deveriam ter contribuido) com os impostos que pagaram (deveriam ter pago) - e o acesso a cuidados médicos, através de seguradoras, é só para os puderem pagar os prémios de seguro, calculados acturialmente por forma a  possibilitar que as companhias de seguros tenham lucros seguros.

Depois, bem... depois haverá uma gente remanescente - mesmo que maioritária estatisticamente - que ficará à mercê da caridadezinha, e viverá pior e morrerá mais cedo do que tinha direito.

Que importa? A quem?

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Seguros de saúde ou saúde para quem a pode pagar, como já foi dito?
Uma vergonha e uma tristeza.

Um beijo.

Olinda disse...

Ê isso mesmo.Os bancos,em troca de um pequeno crêdito,obrigam a fazer um seguro de saûde,um seguro de vida...Ê uma ditadura dos banksters.

Um beijo