segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Uma espécie de retrospectiva de/requiem para um governo - 2

Qundo foi apresentado o governo, o ministro das finanças seria o mais aguardado. A questão central, "troika" oblige!, era a do défice orçamental e dívida pública para que as metas impostas eram apertadas e as condições para lá chegar draconianas. Vários nomes surgiram, e o de Vitor Gaspar, para o comum dos mortais, mesmo daqueles que procuram estar informados mas não são do "millieu" bancário-transnacional, foi uma... novidade-surpresa.
E o homem, com aquele seu ar e aquela sua postura, surpreendeu... para além do nome. Terá enganado muita gente. Estava ali um não-político, um técnico com currículum, um homem sério, independente de ideologias. Para além do ar e da (im)postura.
Pelo meu lado, desconfiei logo. Não porque me ache mais esperto, ou porque tivesse outras informações, mas aquela sua "boca" de que lera Marx aos 16 ou 17 anos e que tomara outras opções, foi fatal para a minha avaliação. Aos 16 ou 17 anos do cavalheiro, e português, apenas poderia ter lido resumos resumidissimos de resumos de textos de Marx, pelo que a vanglória do fundamento da sua opção (de rejeição) revelava bem pouca seriedade e, pelo menos, um odiozinho... de classe. Havia ali ideologia, e fortemente arreigada.

Depois de alcandorado aos píncaros, teve a sorte que se viu. Em meses, despenhou-se do Capitólio pela colina da Rocha Tarpeia, e apenas as suas ligações (perigosas...) o sustentam. É um retrato deste governo, a pedir meças, surpreendentemente, ao mini istro Relvas. 
Então a semana que passou foi um desastre!
O que previra há semanas ser o decréscimo do PIB para este ano, 1%, foi corrigido para 2% (mais 100%!), pelo que a recessão acumulada não será de 4%, como ele previra, mas de 7% (mais 75% que o previsto), o desemprego, que deveria ficar em 16,5% para 2013, já vai 16,9% neste mês de Fevereiro, e etc.. Pelo que o "prazo de ajustamento" troikado, de que sempre recusou a sequer possibilidade de ser discutido vai, mendigadamente, ser pedido para ser alargado por mais um ano. No exame-avaliação começado hoje, perante os mestres-cúmplices, tão responsáveis como ele, mas de que será dilecto comparsa.
O homem está pelas ruas da amargura. O pilar do governo está roido pelo bicho da madeira ou por uma qualquer maleita do cimento.
É o que concluo da leitura do Caderno Economia do Expresso (para não falar apenas por mim...) 

página 2:
A triste figura da semana
e o mais baixo dos baixos








página 5:
"A realidade tem falhas terríveis, twilight zones, buracos negros, por onde desaparecem as mais sólidas e credíveis previsões do senhor da Gasparlândia"





página 6:
"O homem que não consegue acertar um número"






página 6 (no artigo abaixo):
"2013 O ano com que Gaspar não sonhou"




que termina assim:

não tinha a intenção
de fazer um 3º post
mas  lá terá de ser
... quando possível

2 comentários:

Olinda disse...

Gaspar ê como uma mosca que ao poisar no microscôpio,pensa que ê um cavalo.Afinal,tanta competencia,para tao grave resultado.

Um beijo

Graciete Rietsch disse...

O Salvador já nem pelos seus é aceite. Que poderão sentir os explorados?

Um beijo.