quarta-feira, março 13, 2013

"questões de moral" - 12

Em tempos idos, mas relativamente recentes (tudo é relativo... aí há umas duas/três décadas)  escrevi, para uso interno, um "decálogo" a que dei o nome de manualitância. Uma das "máximas" que me pretendia impor, e que é das que consumo frequentemente, era a de que
"sê o mais disciplinado dos não obedientes".
E assim procuro ser. Se não a consigo cumprir (ou, melhor..., quando não consigo), maior é a minha responsabilidade pessoal! Mas sempre o será (ou terá sido) por escassez de disciplina e nunca por obediência.

Vem esta lembrança (moral...) a propósito do que estou a ler, o recentemente saído 6º volume dos Dias Comuns, do José Gomes Ferreira, Memória Possível.
Este diário, de que "devorei" os 5 anteriores volumes, tem a circunstância pessoal e intransmissível de me fazer (re)viver, com a idade de hoje, o que vivi intensamente com menos quarenta e tal anos, e contado (com a qualidade de José Gomes Ferreira, qualidade de escrita, densidade de reflexões, capacidade de comunicação... em prosa ou poesia) por quem tinha, então, quase a idade que eu hoje tenho. Por isso, esta leitura me exige prioridade sobre outras e me empurra para a transcrição. Aliás, por vezes de enorme oportunidade.
Assim, enquanto parece estar todo o mundo - e não está!... - à espera de fumo branco lá para os céus de Roma, leio isto, referido a 27 de Novembro de 1968: 


Como comenta Zé Gomes, umas linhas à frente: "que lhes faça bom proveito - que ao mundo não faz nenhum". Ou, como escreve mais adiante e a propósito de outra coisa: "Que o futuro lhe(s) seja leve".

Mas há muito mais coisas a pedir transcrição. Tantas...

2 comentários:

trepadeira disse...

Mas que santanazes.

Abraço,
mário

Graciete Rietsch disse...

Como é possível aceitar, mesmo não se sendo religioso, um papa cúmplice de um governo criminoso e fascista?

Um beijo.