O ministro da defesa (que raio de título para tal fulano...), a propósito do negócio da venda dos Estaleiros Navais de Viana de Castelo, teve a virtude de ser claro.
Segundo ele, o Estado não foi/é solução, o Estado foi/é problema. Segundo ele, este governo (e este ministro que ele é...) é que foi solução para o problema criado pela gestão do Estado.
Para além da confusão nada inocente entre Estado e governo, como se o governo não fosse parte e executivo do Estado (poderia contrapor-se que foram os governos que criaram o problema e que este desgoverno o resolveu contra os interesses do Estado, interesses que tinha a estrita obrigação de defender), o que este ministro tornou claro é que está (ele e o governo que o acollhe) ao serviço dos privados para que, ao correr dos negócios e das negociatas, alguns possam ter a concessão do que era de todos, a pretexto de uma concepção de gestão em que só uns poucos beneficiem do trabalho de muitos.
4 comentários:
Ele até foi claro ao considerar-se, ele e o seu desgoverno, como solução para destruir o País.
Um beijo.
Continuamos a falar do mesmo modelo econômico,pelo qual,esta gentalha se rege.E ,mais tarde,terao as devidas recompensas...
Um beijo
Desculpa, mas não será este ministrozeco que me fará esquecer a magnifica noite que passei no bonito Auditório Municipal de Gaia (repleto de gente), na Homenagem a Ary dos Santos, no âmbito do programa das Comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril, realizada pelo Associação Conquistas da Revolução (Núcleo do Porto).
Pelo palco passou Coral de Letras da UP, com o Maestro Borges Coelho e Fausto Neves ao piano, ouvimos a belíssima Voz de Samuel, acompanhado ao piano pelo Nuno Tavares e ainda Luísa Bastos (a sua voz é uma Bandeira) e Manuel Freire (fez-me voltar aos meus 16 anos, o seu grande registo de voz não se alterou). Leitura integral do poema As Portas que Abril Abriu, por Carmem Santos e Fernando Tavares Marques (vozes emocionantes).
Qual não é o meu espanto também tu Sérgio, estavas ao lado do Samuel!
Samuel, antes de começar a cantar “A Morte Saiu à Rua”, contou que “um dia... a 19 de Dezembro de 1961 em Lisboa, um jovem economista iria reunir-se (clandestinamente) com um elemento que o esperaria num certo local, a horas rigorosamente exactas. O jovem economista esperou, deu voltas, mas nada. Numa nova tentativa de reunir, o encontro não se deu. Uns dias mais tarde o jovem economista veio a saber que o pintor José Dias Coelho, não tinha falhado o encontro, a PIDE tinha-o assassinado. A partir desse dia o jovem economista, não mais esqueceu o sucedido. 53 anos depois o Economista emocionasse e não esquece o dia 19 de Dezembro do longínquo ano 1961. Esse Economista é o meu grande Amigo e Extraordinário Homem, Sérgio Ribeiro”.
O Auditório estremeceu com palmas que se fizeram ouvir em uníssono.
Emocionei-me, grande orgulho que senti.
Depois…depois foi ouvir o Samuel cantar e encantar, com a sua poderosa e suave VOZ.
Grande BJ
GR
Excelente comentário da Guida. Também lá estive e emocionei-me principalmente em dois momentos. Quando o Samuel cantou "Força, força companheiro Vasco" e se referiu a um jovem economista que não concretizou o contacto com um camarada, entretanto assassinado. Eu já sabia que eras tu, através de um dos teus livros que eu tinha lido.
Foi uma noite linda, emocionante, que me fez regressar aos momentos tão felizes do 25 de ABRIL, apesar dos problemas que hoje me estão a
entristecer.
E estes eventos fortalecem o nosso ânimo para a continuação da luta.
Um beijo.
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