Mail amigo enviou-me este artigo publicado na revista Visão, com o seguinte comentário:
Como este assunto não
interessa nada a Portugal, os media estiveram-se nas tintas e, em vez disso,
deram um pouco mais de futebol, que é o que nos faz mais falta
Contra a
vontade da Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos
e da própria
União Europeia
a assembleia
da ONU aprovou nove princípios democráticos
que devem
sobrepor-se à voracidade dos credores
(artigo publicado na VISÃO 1176, de 17 de setembro)
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Contra a vontade de alguns dos maiores credores mundiais - Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos - e da própria União Europeia, que se absteve, a assembleia das Nações Unidas aprovou, na quinta-feira, 10, um conjunto de nove princípios democráticos que devem sobrepor-se à voracidade dos credores sempre que um país tenha de reestruturar a dívida. Em sua defesa, além dos 136 membros que votaram a favor, estiveram 19 conhecidos economistas, entre os quais Yanis Varoufakis, ex-ministro grego das Finanças, e Thomas Piketty, autor do livro-sensação O Capital no século XXI.
Para evitar novas Argentinas (ainda em litígio contra os fundos-abutre) ou
novas Grécias, as Nações Unidas recomendam que as partes negociadoras não se
esqueçam de incluir, nas suas contas, o respeito por princípios universais como
a soberania, boa fé, transparência, imparcialidade, igualdade de tratamento,
imunidade soberana, legitimidade, sustentabilidade e que qualquer
reestruturação de dívida deve ser sempre aprovada por maioria. Assim, quem
empresta deve cooperar com quem pede emprestado, reconhecendo a legitimidade de
um país soberano orientar a sua política macroeconómica no sentido do crescimento,
desde que os direitos dos credores não sejam postos em causa. A despolitização
do sistema financeiro e a ausência de alternativas às políticas de austeridade
são também referidas no documento.
No manifesto assinado pelos 19 economistas, a situação recente da Grécia
está bastante presente. "A crise grega tornou claro que os países que agem
isoladamente não conseguem negociar condições razoáveis para a reestruturação
da sua dívida." E terminavam apelando à União Europeia que votasse favoravelmente
a resolução.
A Argentina, forçada pelos credores a aceitar uma dura renegociação da
dívida em 2002, foi um dos países mais empenhados na aprovação da recomendação.
O ministro dos Estrangeiros, Héctor Timerman, declarou, perante a assembleia
das Nações Unidas: "Esta é uma resolução a favor da estabilidade económica
e social, da paz e do desenvolvimento. A dívida é hoje responsável pela
violência, pela desigualdade e pelas situações em que os poderosos ficam em
vantagem perante o países menos desenvolvidos que precisam de capital."
Os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia (enquanto bloco de
países, incluindo a Grécia...) alegaram a vontade de preservar o papel de
árbitro do Fundo Monetário Internacional (FMI), no que respeita aos planos de
reestruturação de dívida soberana, para justificar as suas posições.
2 comentários:
De facto, em que raio pode interessar a Portugal uma notícia destas?
Já cumpriste hoje a tua função de serviço público...
Atê parece um parecer do PCP!Sao recomendacoes que nao interessa aos servomêdias divulgar.Bjo
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