De Aloísio Barroso recebemos este seu artigo que estimamos valer a pena divulgar:
«Frias Filho e o último trem de horror
Por A.Sérgio Barroso
Enfim, infindáveis meses de conspirata antipovo, a aliança do consórcio oposicionista (mídia golpista+ sistema financeiro internacional+ FHC e PSDB et caterva) aninhou-se no editorial de domingo (13/9) da Folha de S. Paulo.
Porta-voz credenciada de uma renitente facção bastarda e apátrida da burguesia, a declaração foi sancionada e autorizada por Otavio Frias Filho, diretor de redação do jornal. Sim, o mesmo que buscou humilhar o presidente Lula inquirindo-lhe como ele faria sendo um presidente da República que não sabia falar inglês. Diz-se que Lula levantou-se ato contínuo da fracassada reunião.
Jornal conhecido no mundo inteiro por nos “anos de chumbo” ter determinado suas camionetas transportar presos (as) políticos (as) para serem levados (as) clandestinamente à tortura e à morte nos porões fétidos da OBAN, a Folha defendeu de público derrogar os direitos e liquidar as políticas sociais conquistadas por nosso povo, e especialmente sustentadas contra a devastação neoliberal – sempre por ela apoiada.
Acusa ali o jornal, covardemente, todos os partidos apoiadores de Lula e Dilma promotores do “desmantelamento ético”. Prepotente, ameaça os integrantes do Congresso Nacional fazedores de “provocações e a chantagem”; diz também que os deputados e senadores “não podem se eximir das suas responsabilidades”, evidentemente as do interesse ideológico e programático do jornal.
A conclamação reacionária exige cortar gastos sociais com uma “radicalidade sem precedentes”; cobra a “desobrigação parcial e temporária dos gastos compulsórios com saúde e educação”, bem como desmontar a “perdulária Previdência Social” em nome de supostas razões demográficas. Mentindo e manipulando como milita via de regra, escreve existir no Brasil uma “inflação descontrolada”. Ora, já foi oficializado: a própria recessão motivou recentemente sua desaceleração e haverá evidente queda da inflação daqui em diante.
Trem de horror para Atenas
Eis o verdadeiro “ajuste” com que sonha impor esse sabujo porta-voz da reação golpista e de círculos financistas! Trata-se duma similar receita “grega” ou de políticas ultraliberais que devastaram social e economicamente aquele país, hoje sem qualquer horizonte social e econômico; e que necessitam universalizar. Enfiados no pântano da crise capitalista, essa é a fórmula mágica da salvação ansiosamente perseguida pela bruxaria neoliberal da “nova mediocridade”. Uma burguesia amedrontada agora pelo acicate dos “refugiados”.
De acordo com estudo recente divulgado pela BBC londrina, comprovadamente, o “ajuste” dos banqueiros europeus (principalmente alemães, franceses e espanhóis) decretado sobre a Grécia levou o país a: 1) 25% de queda do PIB nos últimos sete anos. 2) 52% dos jovens não têm emprego; o desemprego triplicou, alcançando 26% da força de trabalho; três quartos dos desempregados estão há 12 meses ou mais sem trabalhar. 3) 45% dos aposentados são pobres e muitos pensionistas vivem abaixo da linha de pobreza. 4) 40% das crianças estão sob a linha de pobreza (Unicef constatara 597 mil crianças vivendo abaixo da linha de pobreza em 2013). 5) 200 mil funcionários públicos a menos, desde 2009.
Mais ainda: além da dívida pública grega ter passado de quase 100% do PIB para 174% do PIB, entre 2008 e 2014, a “muamba” grega vem simultaneamente cevando o crescimento de correntes nazistas na desaparecidas na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Intitulado de “Última chance”, o editorial - sentença repleta de hipocrisia e bafejada a neofascismo -, conclui: se a Presidenta (eleita, empossada e governante) Dilma Rousseff não cumprir essas medidas só lhe restaria “senão abandonar suas responsabilidades” – isto é, a renúncia.
Ora, o jornal, sua mídia e os que assim exortam, precisam ser repudiados, vigorosamente denunciados e acusada definitivamente de apologia e incitamento à saída da Presidenta da República de suas funções legais e legítimas. Porque agem à margem dos órgãos constitucionais detentores de prerrogativas intransferíveis. Porque querem a derrocada nacional para erigir uma nova e imensa sanzala!»
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