sábado, junho 06, 2020

OS FACTOS (desta semana) E A ARTE DE OS MANIPULAR - 1


OS FACTOS E A ARTE DE OS MANIPULAR

Artefacto à
- Aparelho ou engenho construído 
para determinado fim.
(in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)


Os factos (relevantes) nesta 1ª semana de Junho de 2020 são

·       o “esquecimento” do acórdão do Tribunal Constitucional Alemão;
·       a “sem-importância” do Conselho Europeu face à iniciativa franco-alemã;
·       a decisão da Comissão de dotar a recuperação de 750 mil milhões €;
·       a decisão do BCE de aumentar com mais 600 mil milhões € a dita recuperação;
·       a nomeação pelo 1º ministro português de um estratega hors-governo para a recuperação da economia portuguesa;
·      a apresentação, pelo presidente do PSD do plano para recuperação da economia portuguesa;
·       depois de Marshall, a ressus-citação de Keynes na ideologia da classe.

Comento, seguindo a ordem, mais ou menos arbitrária, dos factos relevantes porque todos se interpenetram, com o meu ofício de cidadão-economista, isto é, a minha “arte” embora me falte o engenho de tantos “artistas”, alguns que até engenheiros são (e de minas).

Se bem que não seja facto desta semana, porque lhe é anterior, parece de relevar a irrelevância que é dada ao acórdão do Tribunal Constitucinal que punha em causa o programa de compra da dívida pública lançada em 2015 pelo Banco Central Europeu. Logo  uma futura, naquelas condições
Sublinhando que a União Europeia não é um estado federal, tal acórdão questiona o primado do Direito europeu sobre os direitos nacionais, o que levanta uma questão de fundo. Alguma comunicação social portuguesa ouviu imediatamente deputados portugueses no Parlamento Europeu, mas apenas dos partidos unioeuropeistas de cega obediência a Bruxelas, que, com alguma despropositada veemência, estigmatizaram a decisão do TCA ligando o seu acórdão a interesses dos Estados-membros polaco e húngaro e a movimentos populistas.
Esse também foi argumento a reacção conjunta das instituições europeias - do Banco Central Europeu ao Tribunal de Justiça, passando pela Comissão Europeia (CE), liderada pela alemã Ursula von der Leyen, que até admitiu mesmo um "procedimentos por infracção" à Alemanha  -  pelo teria sido reduzido o impacto.
Aliás, a grande preocupação dessas instâncias é que do acórdão pudessem resultar sinais “negativos para os mercados”. O que levou o BCE, Madame Lagarde, a não ter hesitado, e reagido de forma “generosa” e determinada (a la gardère…). E, claro, dando bons auspícios aos… mercados. No entanto, o acórdão existe. Tal como o risco de subida dos juros da dívida.
(...)
...

2 comentários:

Maria João Brito de Sousa disse...

E os países mais frágeis, os povos mais castigados, cada vez mais atolados na dívida...

Abraço

Sérgio Ribeiro disse...

É a chamada armadilha de dívida que foi montada há 50 anos para os "subdesenvolvidos" e que ou foi direccionada ou aumentaras os assim chamados.