Na página 2, tem-se o Resumo e o Aconteceu, e logo na primeira coluna da página 3 a Crónica Internacional, neste número com artigo de Jorge Cadima, de quem muita vez aqui se transcrevem as opiniões:
Hipocrisia sem limites
«Ataque brutal contra a Polónia», proclama o presidente do Conselho Europeu Charles Michel (Morning Star, 14.11.21). «Ameaça híbrida» com que «Lukachenko usa as pessoas, com o apoio do Presidente russo Putin, para desestabilizar o Ocidente», vocifera o ministro do Interior alemão Seehofer (Guardian, 9.11.21). Segundo a CNN (15.11.21), «a Polónia, a Lituânia e a Letónia ponderam invocar o art.º 4.º da NATO […] que apela a consultas sempre que a ‘integridade territorial, independência política ou segurança de qualquer das partes seja ameaçada’».
Quem se lembra que há poucos dias havia uma grave crise entre a UE e a Polónia, por o Tribunal Constitucional polaco afirmar a primazia do Direito nacional sobre o Direito comunitário? O MNE luxemburguês acusava a Polónia de «brincar com o fogo» (Reuters, 8.10.21). A Presidente da Comissão Europeia, von der Leyen, ameaçava com uma «resposta célere». O Ministro francês para a Europa falava no «risco duma saída de facto da Polónia da UE». Havia apelos para que «todos os fluxos financeiros da UE para Varsóvia fossem congelados» (Guardian, 8.10.21). Num ápice, a Polónia passou de besta a bestial. Bastou que «desde Outubro, a polícia polaca tenha sido autorizada a expulsar sumariamente migrantes e ignorar pedidos de asilo» (Guardian, 9.11.21), apesar do «Alto Comissário para os Refugiados da ONU [o lugar que já foi de Guterres] ter declarado que a Polónia estava em violação do Direito Internacional ao forçar os migrantes a regressar à Bielorússia em vez de lhes oferecer asilo» (express.co.uk, 5.11.21).
A UE, cuja presidente da Comissão von der Leyen excluíra terminantemente «o financiamento de arame farpado ou muros» entre fronteiras (Guardian, 22.10.21) vem agora, pela boca do Presidente do Conselho Europeu Michel considerar que esse financiamento «é legalmente possível» (politico.eu, 14.11.21).
Trump foi muito criticado pelo seu muro na fronteira com o México (seria para se defender da «guerra híbrida» das Honduras?). Devia ser «pago pelo México» mas acabou por ser (em parte) pago com 601 milhões de dólares que os EUA saquearam à Venezuela Bolivariana (thegrayzone.com, 29.6.20). A UE não fica atrás das «melhores práticas» dos EUA. A Turquia construiu um muro na sua fronteira com a Síria «com a ajuda de financiamento da União Europeia» e «em Março de 2016 a UE e Ancara fecharam um acordo ao abrigo do qual os europeus pagariam 3 mil milhões de euros à Turquia se o país retivesse os refugiados no interior das suas fronteiras» (www.spiegel.de, 29.3.18). Já a Bielorússia leva com mais sanções.
ainda nessa página 3, é publicado o editorial,
em jornal partidário endereçado aos militantes
1 comentário:
O Cadima...é o Cadima,imprescindível!Bjo
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