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terça-feira, janeiro 30, 2018

CTT - serviço público em gestão PRIVADA


do meu (quase) diário de hoje:
(...)
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 E CTT, claro!

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 O “número” do prós e contras de ontem foi… a regra do abuso.
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Estranhem o que não for estranho
Tomem por inexplicável o habitual
Sintam-se perplexos ante o quotidiano
Tratem de receitar remédio para o abuso
Mas não se esqueçam que o abuso é a regra!
(A excepção e a regraB. Brecht)
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 É certo que não acompanhei o programa todo (as voltas que o estômago dá tem limites de tolerância…) mas o critério de selecção dos intervenientes foi bem claro na exclusão da ideologia do debate (J) impondo a gestão como ideologia a partir de uma evidente opção ideológica, a da gestão ao serviço da ideologia única!
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Contrapõe-se o bem nutrido e fundamentado dossier editado pelo PCP de que é preciso avisar toda a gente (http://www.pcp.pt/preciso-libertar-ctt-da-ruinosa-gestao-privada)
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(...)


quinta-feira, julho 29, 2010

Permito-me...

... ou atrevo-me a deixar a possibilidade de leitura rápida de uma mensagem que aqui deixei em 29 de Junho último (uma eternidade!) na série que foi fazenod sobre empresas de serviço público e seu endividamento.
Foi sobre a PT, e ainda me permito (ou atrevo...) a deixar sublinhado o último parágrafo:
«... o acrescento de um dado que venho juntando sobre estas empresas: a dívida bruta da PT ultrapassa 7 mil milhões de euros, e é endividando-se que, empresa a empresa, se alargam as áreas de negócio destas empresas.»

sexta-feira, julho 02, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 8b (CGD)

Será esta a última mensagem desta série. Não porque se tenha esgotado, ainda que só relativamente ao objectivo da sua colocação neste blog. Seria inesgotável…
Será a última mensagem (pelo menos por agora) porque sinto necessidade de parar. Talvez por cansaço. É que as empresas que tenho vindo a escolher informação são cansativamente repetitivas. E a última que aqui trago, que se esperaria fosse diferente – como, aliás, cada uma das outras – é igualzinha. Na linguagem – no paleio… –, que nada tem a ver com o conceito de empresas de serviço(s) público(s) em que insisto, e pela inserção, melhor se diria no mergulho e afogamento, na esfera da economia de mercado, eufemismo para capitalismo puro e duro.
Ele são as áreas de negócio, a sustentabilidade, os accionistas, os clientes.
A Caixa Geral de Depósitos, como empresa do Estado, teria uma missão. E tem-na. Assim definida:
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«Missão
A CGD tem como Missão:
• A consolidação da sua posição como um Grupo estruturante do sistema financeiro Português, distinto pela relevância e responsabilidade fortes na sua contribuição para:
– O desenvolvimento económico;
– O reforço da competitividade, capacidade de inovação e internacionalização das empresas portuguesas;
– A estabilidade e solidez do sistema financeiro nacional.
Enquanto líder do mercado, a procura de uma evolução equilibrada entre rentabilidade, crescimento e solidez financeira, sempre no quadro de uma gestão prudente dos riscos.»

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"Enquanto líder do mercado”, os seus “Principais Objectivos Estratégicos” são:

«A CGD, para além das orientações estratégicas definidas para a globalidade do Sector Empresarial do Estado através de Resolução do Conselho de Ministros (RCM) n.º 70/2008, de 22 de Abril, está sujeita a orientações de gestão específicas definidas pelo accionista através de Deliberação Unânime, de 11 de Julho de 2008. Essa Deliberação estabeleceu os objectivos para o ano de 2008 bem como os objectivos para o triénio 2008-2010, os quais têm por referência o documento com as “Prioridades Estratégicas do Grupo CGD para o triénio 2008-2010”.
As Directrizes estratégicas orientadoras da actividade são as seguintes:
I. Consolidar a evolução de crescimento rentável (em Portugal e nos principais mercados internacionais) e contribuir para o desenvolvimento económico;
II. Alinhar com as melhores práticas em eficiência operativa e qualidade de serviço;
III. Reforçar as capacidades e mecanismos de controlo e gestão de risco;
IV. Desenvolver uma política de recursos humanos baseada nos pilares dos Valores e Cultura da Empresa, do Conhecimento, da Comunicação e do Desempenho;
V. Apoiar o desenvolvimento cultural e social, promover a sustentabilidade e ser uma referência de Bom Governo em Portugal;
VI. Reestruturar o modelo corporativo.»
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Vale a pena comentar?
Para além do "paleio" (não encontro outro termo!), pergunta-se que Sector Empresarial do Estado é este que assim enquadra a sua actuação:

«1 — As empresas públicas que integram o sector empresarial do Estado devem, sem prejuízo da sua independência em matéria de gestão, prosseguir a sua missão e exercer a sua actividade em articulação com as políticas estratégicas sectoriais definidas pelo Governo, num quadro de racionalidade empresarial, optimização permanente dos seus níveis de eficiência, qualidade do serviço prestado, respeito por elevados padrões de qualidade e segurança.
2 — As empresas públicas que integram o sector empresarial do Estado devem ser socialmente responsáveis, prosseguindo na sua actuação objectivos sociais e ambientais e promovendo a competitividade no mercado, a protecção dos consumidores, o investimento na valorização profissional e pessoal, a promoção da igualdade, a protecção do ambiente e o respeito por princípios éticos.
3 — As empresas públicas prestadoras de serviços de interesse económico geral devem, em especial, promover o equilíbrio adequado, devidamente evidenciado nos seus instrumentos previsionais de gestão (IPG), entre os níveis quantitativos e qualitativos de serviço público a prestar, tendo em vista a satisfação dos utentes, e a respectiva comportabilidade e sustentabilidade económica, financeira e ambiental, no quadro geral das respectivas fontes de financiamento, e da sua compatibilidade com o esforço financeiro global do Estado com o seu sector de actividade, tal como resulta das afectações de verbas constantes do orçamento do Estado em cada exercício.»
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Onde uma referência aos serviços públicos fora da órbita do lucro, da acumulação do capital financeiro, como deus ex-machina?
E, voltando à Caixa Geral de Depósitos, sublinhe-se que:
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«O capital social da Caixa Geral de Depósitos é representado por novecentos milhões de acções com o valor nominal de cinco euros cada uma, podendo ser representadas por um único título. As acções representativas do capital social só poderão pertencer ao Estado.»
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E aí está: o Estado como accionista. Por agora único, mas na óptica do accionista que investiu capital com a intenção de o multiplicar. Esse o único critério por mais voltas que se dê ao texto.

quinta-feira, julho 01, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 8a (CTT)




Quando, na sequência de outras reflexões, comecei esta série sobre os serviços públicos e as empresas que teriam sido criadas para os cumprir, não adivinhava (se calhar um dedinho estava a adivinhar qualquer coisa…) que ia cair neste imbróglio da PT-Telefónica-BES & tudo o mais que está para vir.
Certo que reabrirei o tema, fecho esta série com duas notas.
Esta abordagem coloca a questão central no processo de privatizações que transformou empresas com o objecto social de prestar serviços públicos, fora da área do mercado em que o que provoca as movimentações é o lucro e não a satisfação das necessidades que as pessoas sentem, em empresas a ganhar crescente e prioritária (ou até exclusiva) vocação para... os negócios.
E ficam-se as análises pela ramaria a partir do pressuposto que as raízes são aquelas, e só aquelas podem ser. Quando foram outras as raízes e o chão, e se transplantaram para ali, para a procura do lucro, para a dita «sustentabilidade financeira» que é fautora de instabilidade e insustentabilidade real.
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Os CTT ainda não foram privatizados. Luta-se para que o não sejam. Mas a empresa, ou o grupo de empresas, já estão inquinado pelos… mercados.
Ao ler o que define a dita empresa, ou grupo de empresas, lá se tem, nas «orientações específicas» (sublinhados meus)

«1. Missão e linhas de orientação específica
1.1 Missão
Os CTT – Correios de Portugal têm por Missão o estabelecimento de ligações físicas e electrónicas, entre os cidadãos, a Administração Pública, as empresas e as organizações sociais em geral. A sua tradição postal é progressivamente reforçada e alargada às actividades e áreas de negócio, onde a vocação logística e comunicacional da Empresa possa ser eficientemente colocada ao serviço dos Clientes.
1.2. Principais linhas de orientação específica
Destaca-se as principais orientações específicas para o Grupo CTT:
- Assegurar a prestação do serviço postal universal, garantindo o acesso dos cidadãos a serviços postais de alta qualidade a preços acessíveis e em condições de equidade, universalidade e continuidade;
- Promover o crescimento e consolidar a liderança nos negócios actuais;
- Desenvolver novas áreas de negócio nomeadamente as de Printing & Finishing, Soluções de Pagamento, Venda de Soluções Postais, Serviços Públicos e Serviços de Interesse Geral, Negócios Internacionais e mercados de influência ou de interesse (ex.: Espanha);
- Gerar crescimento através da Inovação, lançando produtos que tenham a ver com a sua vocação essencial e recorrendo às oportunidades viabilizadas pelo desenvolvimento/ inovação no mundo das comunicações electrónicas (ex.: hub electrónico de comunicações postais, caixa postal electrónica);
- Assegurar o processo de liberalização dos serviços postais, e garantir que a empresa está em condições para entrar no mercado concorrencial
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Haverá quem considere este o caminho inevitável. E quem estranhe que se denuncie como uma perversão, por via das relações sociais engendradas, do processo histórico, progressivamente libertador do ser humano dos condicionalismos naturais. Apenas se pergunta quantos casos e quanto tempo - e quantos sacrificados… - serão necessários para que a tomada de consciência se alargue até provocar as rupturas que serão, essas sim, inevitáveis.
Sobre os CTT, não se anotam, ainda, as consequências da financeirização reflectidas em endividamento anómalo.
No seu «financiamento», diz-se que
«A empresa não recorre por sistema a capitais alheios para o financiamento dos seus investimentos. Existe contudo uma operação de leasing financeiro contratada em 2002 ao Grupo Caixa Geral de Depósitos para aquisição do terreno onde está a ser construído o novo centro operacional de tratamento de correio do Norte (Maia)».
Depois se verá (espera-se que não!)...

quarta-feira, junho 30, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 7 (penúltima e síntese)

Enquanto hoje se decide a (não) venda da Vivo brasileira à Telefónica espanhola (*), que é sua co-proprietária na Portugal Telecom, depois de espectaculares golpes e golpaças, de negócios e negociatas, estou mesmo com pressa de acabar esta série de reflexões em que me meti. Não que as considere inúteis, não que não as vá continuar... mas, por agora e aqui, chega!
Assim, antes da última mensagem, que será sobre duas “empresas de serviço público” muito especiais – os CTT e a Caixa Geral dos Depósitos – deixo uma reflexão de resumo sobre as quatro já referidas rapidamente, embora lentamente na reflexão sobre cada uma, cada uma com a sua especificidade embora todas parecendo, mais do primas, gémeas-entre-si.
E o que quero sublinhar na rápida reflexão de resumo (e lenta…) são duas coisas:

  1. todas elas abundam em áreas de negócio, em segmentos de negócio, em… negócios, colocando num plano secundário o que passou a ser um pretexto para os negócios – o abastecimento de água, o fornecimento de electricidade, de energia, as telecomunicações, aquilo que o “cidadão comum” delas esperaria em vez da… "sustentabilidade" e outras palavras e frases deste teor;
  2. esses negócios (áreas, segmentos, o que lhes chamem) assentam em esquemas e “engenharias” financeiras, do que resulta o montante global actual de perto de 30 mil milhões de dívida, só para as quatro empresas, ou quatro grupos, o que é número impressionante e pouco referido quando se fala, ou escreve, ou comenta a dívida do Estado português.

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(*) - hoje, a declaração solene do sr. Passos Coelho, conselheiral e tirando primos da cartola, é de um oportunismo de estarrecer e que deveria esclarecer sobre a qualidade destes políticos desta política!

terça-feira, junho 29, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 6 (telecomunicaões)

Mais uma peça para este puzzle. Das últimas do quadro que ficará sempre incompleto.

Hoje, mais que o histerizado encontro de futebol entre Portugal e a Espanha, é a véspera de uma assembleia-geral em que a “questão ibérica” é tema dominante e bem revelador do que são estas empresas que, aparentemente, teriam uma função social de prestar serviço público mas que, sobretudo, são “palco” de grandes manobras na área de negócios e especulação financeira.
Amanhã, a Portugal Telecom (PT), que se define como uma operadora global de telecomunicações, líder a nível nacional em todos os sectores em que actua, e se assume como a entidade portuguesa com maior projecção nacional e internacional, vai reunir accionistas para responder a uma ofensiva de um dos seus, da Telefónica espanhola, com contornos e intensidade shakespereanos.

Sr. Zeinal Bava falou (e fala) de “traição” castelhana, o grupo espanhol usou todos os meios que o jogo do monopólio ensina na idade de torcer o pepino, justificados pelo fim do negócio em "vale tudo", Bava dramatizou, aparece como um herói da resistência, não lhe faltam apoios, como ontem surgiu um oportuno da CMVM. Como dizia, num semanário de fim de semana que lhe deu páginas de “tempo de antena”, “há acionistas que gostam da composição do negócio da PT atual. E para eles é um veículo muito atrativo de investimento”, confirmando à exaustão que o que o preocupa “é fazer o melhor para os acionistas”.
É isto, de parte a parte: negócio, atracção de investimento, accionistas, jogos de poder e especulação!

Antes que se pense que tenho alguma posição a tomar entre as partes em litígio (eu?! que nem uma acçãozita tenho, quis, quero, e quererei ter…), mais show-business que real, apenas deixo este registo, com a transcrição desta prosa elucidativa do "relatório de governo da sociedade de 2009"

“As questões relativas ao governo societário têm estado nas últimas duas décadas, crescentemente no centro das atenções e reflexão dos meios empresariais e financeiros internacionais, com especial intensidade em momentos em que a exsurgência de fenómenos negativos de grande dimensão e impacto público tem conduzido a uma redobrada procura de aperfeiçoamento ou substituição de mecanismos existentes, ou até ensaio evolutivo de novas soluções.”

e o acrescento de um dado que venho juntando sobre estas empresas: a dívida bruta da PT ultrapassa 7 mil milhões de euros, e é endividando-se que, empresa a empresa, se alargam as áreas de negócio destas empresas.

sábado, junho 26, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 5 (energia)

Não tenho a intenção de estar a apresentar estudos sobre empresas ligadas à prestação do que era conhecido como serviços públicos. São meras informações, ao alcance de todos (os que tenham acesso à internet…), escollendo alguns dados que relevam o facto de esses ainda chamados “serviços públicos” (ou com designações próximas), ainda que continuando explicitamente a ser considerados nos seus objectos sociais, parecem muito afastados das finalidades reais das empresas muito mais de ordem financeira, enquanto áreas de negócios.
Assim, a Galp, sendo, hoje, (como se define) “o único grupo integrado de produtos petrolíferos e gás natural de Portugal, com actividades que se estendem desde a exploração e produção de petróleo e gás natural, à refinação e distribuição de produtos petrolíferos, à distribuição e venda de gás natural e à geração de energia eléctrica" é (também por sua definição) “a Galp Energia SGPS, S.A. (que) é uma sociedade emitente de acções que se encontram admitidas à negociação no mercado de cotações oficiais da NYSE Euronext. De acordo com as melhores práticas o modelo de governo assegura um conjunto de órgãos sociais com competências deliberativas, executivas e de fiscalização.”
«Descrição dos principais accionistas
As participações qualificadas no capital social da Galp Energia, foram calculadas de acordo com o artigo 16º e 20.º do Código dos Valores Mobiliários. Segundo estes artigo, os accionistas da Galp Energia têm que notificar a Empresa sempre que as suas participações atinjam, ultrapassem ou se reduzam em relação a determinados limites. (...)

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Participações Qualificadas
Amorim Energia, B.V. Países Baixos - 276.472.161 acções 33,34%
Caixa Geral de Depósitos Portugal - 8.292.510 acções 1,00%
Eni, S.p.A. Itália - 276.472.161 acções 33,34%
Parpública - Part. Públicas Portugal - 58.079.514 acções 7,00%
Free-float
Restantes accionistas - 209.934.289 acções 25,32%
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Os seus segmentos de negócio são, como se pode ler:
  • Exploração & Produção
  • Refinação & Distribuição
  • Gas & Power

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As vendas trimestrais da Galp são de cerca de 3 mil milhões de euros e a sua dívida total era, em 31 de Março de 2010, de 2, 449 mil milhões de euros (eu vou somando...).

sexta-feira, junho 25, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 4 (luz)

Depois da água, vejamos o caso da luz. Ou melhor, uns apontamentos sobre a empresa que, a juízo do cidadão comum, existe para o serviço público de lhe fornecer luz.
É mais uma peça do puzzle, é a entidade descendente das CRGE - Companhias Reunidas de Gás e Electricidade - de outros tempos, e que estavam fora do âmbito das actividades capitalistas. O que não quer dizer que não tivessem de cumprir princípios de racionalidade económica como os de usar o menor possível volume/valor de meios para alcançar um pré-determinado volume/valor de produto e/ou, com um pré-determinado volume/valor de meios, conseguir o volume/valor maior possível de um produto.
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Pois a EDP, S.A. é uma “sociedade aberta”, tendo como accionistas, segundo a última informação, a Parapública, SGPS, S.A (20%), a Iberdrola – Participações, SGPS, S.A. (7%), a, Caixa Geral dos Depósitos, a Caja de Ahorros de Astúrias e José de Mello, SGPS, S.A. ao nível dos 5% e mais accionistas com nomes de Senfora, SARL, BlackRock Inc., BCP, BES, Sonatrach.
A sua actividade define-se em «unidades de negócio», de produção e distribuição de electricidade e de gás.
Com um volume de negócios anual na ordem dos 12 mil milhões de euros (3,5 mil milhões no 1º trimestre de 2010), confessa que “… sendo um dos maiores emissores de dívida em Portugal, a EDP recorre regularmente ao mercado obrigacionista, beneficiando da qualidade do risco de crédito e da confiança estabelecida com a comunidade de investidores, através de um elevado nível de disclosure e transparência. A EDP procura ainda obter financiamento na moeda local de cada área geográfica (Euros na Península Ibérica, Dólares nos Estados Unidos da América e Reais no Brasil). A estrutura do financiamento baseia-se em obrigações para financiamentos de médio longo prazo, dívida bancária para back-up e papel comercial para gestão de tesouraria e de liquidez.»
Daqui resulta que a sua dívida de curto prazo é, actualmente, de cerca de 2,5 mil milhões de euros e a de médio/longo prazo de 13,6 mil milhões de euros.
Ah!, tem mais de 12.000 trabalhadores ao serviço... e «a missão da empresa assenta em três vectores fundamentais: a criação de valor para o accionista, a orientação para o cliente e a aposta no potencial humano da empresa, tendo em vista ser o mais competitivo e eficiente operador de electricidade e gás da Península Ibérica».
Ora aqui está!

A informação mais actual e importante sobre a EDP:
cotação edp 25.Junho.2010 10:50

€2,476

PSI20

7.163,60
-0,84%

quinta-feira, junho 24, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 3 (água)

Nestas reflexões, sinto ter entrado numa espécie de labirinto, ou de monstruosa teia de aranha… não!, talvez a melhor imagem seja a de estar perante um puzzle gigantesco, e ter começado a ver, em zoom, algumas das suas peças minúsculas. Minúsculas? Sim... mas enormes. Tudo depende das escalas que usemos.
Nesta série, não vou deixar mais do que alguns dados, que pistas, que informações sobre coisas do nosso quotidiano mais quotidiano, e no que ele está enredado e enredando-se cada vez mais.
A água. A água é-nos indispensável. Já foi bem livre, não económico. Por isso, o seu acesso, a criação de condições para abastecimento, se processo de "economização", isto é, de transformação em produto, em mercadoria, foi lento, venceu várias etapas, passou inevitavelmente pela de ser objecto de serviço público, fora da óptica do mercado, qual mercadoria cuja preparação e distribuição tivesse a finalidade de acrescer a riqueza individual ou de grupo de uns tantos à custa da exploração de trabalho de muito outros, finalidade inerente ao sistema de relações sociais em que se inseria. Uma espécie de reserva de solidariedade, sem benefícios para uns e sacrifício de outros.
Que vemos hoje?
Diz-nos o grupo de empresas Águas de Portugal (AdP SGPS, S.A.):


Quem Somos
Somos um dos grandes grupos empresariais do sector do Ambiente em Portugal e temos por missão contribuir para a resolução dos problemas nacionais nos domínios de abastecimento de água, de saneamento de águas residuais e de tratamento e valorização de resíduos, num quadro de sustentabilidade económica, financeira, técnica, social e ambiental.

Trabalhamos com o objectivo de proteger e valorizar o ambiente natural e humano: a actividade das empresas do grupo engloba a captação, o tratamento e a distribuição de água para consumo público, observando os mais elevados padrões de qualidade; a recolha, o tratamento e a rejeição de águas residuais urbanas e industriais, incluindo a sua reciclagem e reutilização em condições ambientalmente seguras, e o tratamento e valorização de resíduos sólidos.

A Sustentabilidade na utilização dos recursos naturais e a preservação da água enquanto recurso estratégico essencial à vida, o Equilíbrio e melhoria da qualidade ambiental, a Equidade no acesso aos serviços básicos e a promoção do Bem-estar através da melhoria da qualidade de vida das pessoas são os valores fundamentais do Grupo AdP.
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Diria eu: belo paleio!
Com imagens lindas, cativante.

E… depois?
Depois…
.
“áreas de negócio:
• águas,
• ambiente,
• resíduos,
• outros negócios”

“estrutura accionista:

Parpública - Participações Públicas, SGPS, S.A -. 72,2%
Parcaixa, SGPS, S.A. - 19,0%
Direcção Geral do Tesouro (DGT) - 8,8%
.
Mais informações:
um capital próprio que ronda os 500 milhões de euros,
uma dívida bancária que duplicou nos últimos 5 anos, ultrapassando, agora, os 2, 5 mil milhões de euros!

quarta-feira, junho 23, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 2

Que esperam – e desejam – as pessoas, aquelas a quem chamam “cidadão comum”, de entidades ou empresas como a EDP, a AdP, a PT, os CTT?
Que, nas suas actividades, dêem total prioridade, senão exclusividade, ao fornecimento de electricidade, de água, de energia, de condições de comunicação, que lhes satisfaçam essas necessidades adequadamente ao desenvolvimento alcançado pelas forças produtivas.
E, na generalidade, pouco lhes importará, ao cidadão comum, que tais entidades, empresas, ou seja lá o que forem, sejam públicas ou privadas, tenham esta ou aquela forma jurídica. O que poderá ilustrar o atraso na tomada de consciência, por vezes um recuo no caminho para a consciência da necessidade.
O que esperam – e desejam –, os cidadãos comuns, é que essas entidades lhes prestem o serviço público que, presumem, estará na sua razão social.
No entanto, quem olha para os relatórios e outros documentos de tais entidades, fica surpreso. É verdade que está lá a dita razão social, embora nalguns casos não muito explicita..., mas revelam-se, sobretudo, estruturas, corpos que actuam em… áreas de negócio! Porque a sua actual configuração, ou aquela para que o sistema de relações sociais as empurra – e as justifica… porque tudo o resto não teria justificação ou razão de ser – dá prioridade, não ao fornecimento de água, de luz, de electricidade, de energia, à criação de condições de comunicação entre os cidadãos, mas sim ao modo como contribuem para a acumulação de capital-financeiro. Em algumas poucas mãos. Para isso, entrando em intrincados jogos (ou "engenharias")… financeiros, endividando-se(-nos)

Irei ilustrar com alguns casos

terça-feira, junho 22, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 1

No tempo do fascismo, que foi nesse que nasci e cresci, o sistema era capitalista e o regime o mais reaccionário que o sistema podia ser. Mas…
Mas a evolução das forças produtivas e a relação de forças sociais, e também uma ideologia paternístico-social (mais de padrasto…), fazia com que houvesse áreas de actividade económica que o regime não incluía dentro da lógica do que hoje se chama economia do mercado e outra coisa não é que capitalismo. Eram os serviço público. Que correspondiam a áreas de direitos essenciais das pessoas, e direitos que se traduziam em acessos gratuitos, ou de simbólico preço, para a população em número crescente. Sem pressas, que o tempo por cá não era para isso.
Havia a CRGE, a CAL e similares, os CTT. Quero eu dizer que as Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, a Companhia das Águas de Lisboa e outras, os Correios, Telégrafos e Telefones não eram empresas capitalistas, das que tivessem a finalidade de aumentar o capital investido por accionistas.
Isto digo eu, em jeito simplificado, para dizer que as pessoas esperavam, e justamente, que essas entidades lhes fornecessem bens essenciais, primários, fora da área do lucro. A luz, a electricidade, a luz, o correio, as comunicações.
Protestava-se contra haver tanta gente sem esses direitos com resposta, contra os preços, as deficiências de abastecimento, e lutava-se pela acessibilidade. Na lógica de serviço público, ao serviço de que estavam essas, e algumas outras, entidades.
A reflexão continua