quarta-feira, junho 30, 2010

Reflexões lentas - o serviço público e as empresas - 7 (penúltima e síntese)

Enquanto hoje se decide a (não) venda da Vivo brasileira à Telefónica espanhola (*), que é sua co-proprietária na Portugal Telecom, depois de espectaculares golpes e golpaças, de negócios e negociatas, estou mesmo com pressa de acabar esta série de reflexões em que me meti. Não que as considere inúteis, não que não as vá continuar... mas, por agora e aqui, chega!
Assim, antes da última mensagem, que será sobre duas “empresas de serviço público” muito especiais – os CTT e a Caixa Geral dos Depósitos – deixo uma reflexão de resumo sobre as quatro já referidas rapidamente, embora lentamente na reflexão sobre cada uma, cada uma com a sua especificidade embora todas parecendo, mais do primas, gémeas-entre-si.
E o que quero sublinhar na rápida reflexão de resumo (e lenta…) são duas coisas:

  1. todas elas abundam em áreas de negócio, em segmentos de negócio, em… negócios, colocando num plano secundário o que passou a ser um pretexto para os negócios – o abastecimento de água, o fornecimento de electricidade, de energia, as telecomunicações, aquilo que o “cidadão comum” delas esperaria em vez da… "sustentabilidade" e outras palavras e frases deste teor;
  2. esses negócios (áreas, segmentos, o que lhes chamem) assentam em esquemas e “engenharias” financeiras, do que resulta o montante global actual de perto de 30 mil milhões de dívida, só para as quatro empresas, ou quatro grupos, o que é número impressionante e pouco referido quando se fala, ou escreve, ou comenta a dívida do Estado português.

______________________________________________

(*) - hoje, a declaração solene do sr. Passos Coelho, conselheiral e tirando primos da cartola, é de um oportunismo de estarrecer e que deveria esclarecer sobre a qualidade destes políticos desta política!

4 comentários:

José Rodrigues disse...

Ouvi de manhã o Bagão Félix na Antena 1,agora o afilhado do Ângelo Correia.Não há dúvida eles estão ao assalto do poder total,dispostos a esmagar o regime constitucional.Resistir e lutar é o caminho!

Abraço

samuel disse...

Para esta gente, tudo, mas mesmo tudo, é um negócio... ou uma oportunudade de negócio. Causam-me asco! Será apenas porque não sou nada "calhado" para o negócio? Penso que não.

Abraço.

poesianopopular disse...

"Em terra de cegos, quem tem um olho é rei"
Estes politiqueiros, juntamente com estes accionistas (se não os travamos)comem tudo!
Este é o ano de todas as lutas!
Abraço

Graciete Rietsch disse...

Ando outra vez a ficar desanimada. Então as pessoas não conseguem ver que este sistema político está do lado de quem detém o capital despezando, humilhando, explorando a grande maioria que sobrevive com as migalhas que lhe atiram?
Estão todos cegos e, quem consegue ver, corre o risco de ser esmagado pela cegueira que acaba por usar mal a força que afinal detém.
Pelo menos foi assim que eu
interpretei o "Ensaio sobre a Cegueira" de SARAMAGO.
Quando começará o Povo a abrir os olhos?

Um beijo,camarada.