quarta-feira, junho 16, 2010

Reflexões lentas - necessidades e luxos (3)

Évora, 12 de Junho de 2010
Aprofundemos um pouco o então dito. com o que passa nos nossos quotidianos. Que não começaram ontem… nem amanhã acabarão.
É um automóvel um “bem de luxo”?
Para alguns, será. Porque alguns procuram um carro de “colecção”, para “demonstração”, o último modelo daquela marca”.
Para outros, talvez seja. Porque essoutros têm o carro, também pelo menos..., para lazer, para “dar umas voltas”.
Para muitos, é uma evidente necessidade. Ou porque é o seu instrumento de trabalho (um taxista), ou porque é o meio que tem para se deslocar para o local de trabalho.
E sempre foi assim?
Claro que não.
Até já houve tempos, por incrível que pareça, em que o automóvel não foi nada. Nem existia… E não foi há tantas décadas como isso.
Depois, houve uma altura em que até se dizia que o automóvel era um "sinal exterior de riqueza". Ou seja, era, claramente, um luxo.
Hoje, um casal desse estrato social, para quem o ter um automóvel já foi considerado por outros como esse tal "sinal exterior de riqueza", tem dois automóveis, e não são considerados nenhum sinal exterior de riqueza – nem pelos menos que assim viam o carrinho de há, sei lá…, 20/30 anos –, pois organizaram a sua vida de modo que é o meio de se deslocarem, cada um para o seu trabalho, ou para outras necessidades como ir às compras ou, até, um dar um salto à praia enquanto o outro tem obrigações familiares do seu lado.
E sempre será assim, como hoje é?
Claro que não.
Quando, e se, houver um serviço de transportes públicos eficaz, criado à medida de um viver futuro, quando o ambiente cultural deixar de ser o de cada um para si e do salve-se quem puder, o automóvel (os automóveis) podem voltar a ser um “bem de luxo” e não uma necessidade.

5 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Obrigada camarada Sérgio. Fiquei mesmo contente por ter uma opinião tão próxima da tua.

Um beijo.

GR disse...

Hoje em dia determinados produtos deixaram de ser um bem de luxo, como o carro e até alguns electrodomésticos. O ritmo de vida tornou estes bens numa necessidade para o dia-a-dia do trabalhador.
Naturalmente que não me refiro a carros como Lamborghini , JAGUAR, Rolls-Royce, entre outros, muito usados cá para os meus lados.
Precisávamos tanto de uma aula deste teor, cá na minha aldeia.

Bjs,

GR

Anónimo disse...

Será que o criador do blog não sabe o que é uma mercadoria enquanto valor de troca e valor de uso? Não sabe que existe um mercado de mercadorias de valores de uso destinado apenas a uma determinada classe e outras mercadorias de consumo, destinada a outras. Porquê só falar dos automóveis? Aconselho a leitura da Crítica ao Programa de Gotha de 1875 de Karl Marx. Acho que aí sempre se aprende qualquer coisa...

GR disse...

Nossa...
Anónimo ou és totó ou queres LUTA!
Saberás tu a quem estás a mandar essa boca?!!!
O "criador deste blog", deve estar aos saltos de tanto rir.

Bj

GR

Sérgio Ribeiro disse...

Pois é, GR, ri muito... mas tristemente. Há espectáculos que deprimem! É que, ainda por cima, se junta a ignorância à postura conselheiral!
Será que ouviu falar am unidade dialéctica?

Abreijos, Graciete e GR