segunda-feira, junho 07, 2010

Reflexão lenta, curta... e muito séria - 41

Há algo que será oportuno dizer. Nem que seja, apenas, para reflectir em voz alta (ou como se o fosse…).
Nunca se esteve contra este governo por ser do PS, ou contra outros por serem do PSD, ou por se servirem (ambos) do “andarilho” do CDS/PP. Não se trata de alergia ao rosa, ao laranja, ou a qualquer outra cor por se gostar do vermelho, e só do vermelho.
Os governos avaliam-se, julgam-se, denunciam-se, derrotam-se pelas suas políticas, pelos interesses que servem. E não há que lhes dar benefícios da dúvida, “períodos de graça”, mas sim tudo fazer, pela luta, para que as suas políticas reflictam a relação de forças na sociedade… mobilizando para que a força esteja (como está!... mesmo quando as massas o ignoram) do lado dos trabalhadores, dos desfavorecidos por nascimento e/ou circunstâncias.
Que ninguém se iluda. E há, parece…, dois tipos de ludíbrios ou ilusões:


  1. que governos geneticamente ao serviço de uma classe dominante, de interesses egoístas, exploradora, se auto-corrigem, ou que são corrigíveis, porque não o são se não forem as massas, o esclarecimento e a mobilização do povo (não é a democracia o poder do povo?), a obrigarem que a sua força na relação de forças sociais se reflicta em todos os níveis da organização da sociedade, dos Estados;

  2. que os governos e os partidos são o que são e que não há nada a fazer (a não ser, talvez…, esperar por eleições), porquq nenhum partido, nenhum governo, como nenhum Estado, pode deixar de reflectir a relação de forças na sociedade, na realidade... real; em Portugal, já todos os partidos tiveram (e envergonhadamente mantém) socialista, popular ou social no nome, e estiveram empenhados no avanço da democracia e na transformação das relações de produção, e alguns foram marxistas (até foram leninistas… por pouco tempo), porque a relação de forças a isso obrigava.

Passando ao concreto, actual e local:
o poder financeiro porque já encontrou quem melhor o sirva que Sócrates e o “seu” Partido Socialista, vai fazer com que Sócrates (e o “seu” partido) suporte todo o odioso das políticas que, como real poder, está a impor neste “salto qualitativo” do capitalismo. Ao mesmo tempo vai lançando, para vir a colocar na primeira fila dos seus servidores, alguém (Passos Coelho e o “seu” partido) mais ou menos incólume (tanto quanto possível…) das muito graves, recentes (e maiores ainda se não se lhe puser travão) malfeitorias que os trabalhadores e as populações estão a sofrer.
E se as massas passam, aqui e além, por períodos (de extensão variável) em que parecem tudo aguentar resignadamente porque desorganizadas e sem rumo, desconhecendo a sua força, uma coisa é certa: a “nata” da classe dominante não ignora essa força, e está muito atenta a ela e ao modo como evolui, como de si toma consciência. Não para ajudar. Claro...

4 comentários:

José Rodrigues disse...

Pelo que se viu na posse do novo chefe[tremia] do BdP a "nata" estava toda lá e disse de sua "justiça"...manter o rumo como manda o clube de Bilderberg!

Abraço

Antuã disse...

Os povos mais cedo ou mais tarde levam a água ao seu moínho.

Maria disse...

Foi o tema discutido durante o almoço com um amigo. A propósito da nossa moção de censura!

Beijo.

Graciete Rietsch disse...

Não há dúvida que a grande força está concentrada na massa trabalhadora e nos desfavorecidos seja qual for a causa, mas falta-lhes organização e a consciência dessa força. Mas mais cedo ou mais tarde eles despertarão e então o Sol nascerá realmente paratodos nós.

Um beijo.