sábado, agosto 27, 2005

História de uma andorinha - 7 e último episódio


Curioso…
Também foi com saudade que a vimos partir,
no seu voo elegante e rápido,
a juntar-se à família que parecia esperá-la,
toda reunida nos fios da luz e do telefone,
seus locais de repouso e de encontro,
e de onde partem, em grupo organizado,
depois de ensaios que ficamos presos a observar.
Para regressarem no próximo verão.
Cá as esperamos, amigas.

Talvez uma se recorde da aventura que viveu este ano.
Nós aqui a deixamos registada para não a esquecer.

Fim

6 comentários:

Anónimo disse...

Interessante a foto, e a possível simbologia.
As outras andorinhas, pousadas nos fios, parecem notas de música, numa pauta virtual, em que cantando anunciam à recém chegada companheira, a promessa de novas Primaveras...
Um abraço.
Skywatcher

Sérgio Ribeiro disse...

... e depois partem, para depois voltarem... é o voo das aves (leu o livro do José Casanova?)
Um abraço

Anónimo disse...

Voltei aqui hoje, para saber como tinha acabado a história da andorinha; e fiquei a saber de outras histórias e, se tivesse tempo, poderia contar a história de dois gatinhos aos quais salvei a vida e que vivem comigo, um deles já há mais de dez anos. Ou do pequeno mocho com uma asa ferida que eu e o meu pai encontrámos, em noite de Natal; mais curiosa ainda, aquela que ontem me foi contada: uma gata que caiu de um 3º andar, na AV. Infante Santo, em Lisboa, já de noite. E que se escondeu num carro, cujo condutor, ao ir no dia seguinte para o trabalho, estranhava um som que parecia um miado...Ao chegar ao destino, abriu o capot e encontrou a gata, ferida da queda (mas a origem dos ferimentos, ele não a sabia). Levou-a ao veterinário, onde foi radiografada e tratada e depois levou-a para casa dele. Entretanto, a "dona" da gata sofria, por não saber o que teria sucedido ao animal. Três dias depois da queda, o condutor do carro comentava no café o que lhe tinha acontecido; a porteira do prédio da "dona" da gata estava, casualmente, a tomar café no mesmo estabelecimento e, ouvindo o que ele estava a contar, fez-lhe algumas perguntas e chegou à conclusão de que a gata era a mesma que a senhora do 3º andar do prédio do qual era porteira tanto procurava, há três dias! Conheci, ontei, a gata e respectiva"dona"; ambas estão felizes e de boa saúde. História com final feliz e que merecia ser contada com mais tempo; desculpar-me-ão a escrita apressada e porventura algum erro, mas não tenho tempo de rever o que escrevi.

Vamos, felizmente, constatando que, em "contraponto" à crescente insensibilidade, da qual vamos sendo, penosamente, testemunhas, existem os que se deixam "tocar" pelos outros que sofrem e não hesitam em agir, no sentido de minorar ou dar término a esse sofrimento.
Deixo-vos, com os olhos toldados por umas lágrimas de furtiva emoção, o meu abraço.

mg

Elvira disse...

Uma história bem bonita...

Sérgio Ribeiro disse...

Obrigado, mg (romeiro, romeiro,quem és tu?), pela contribuição para fazer este canto mais vivo, com mais vida e emoção.
Essa história - e tantas outras - têm de ser contadas.
Até já!

Anónimo disse...

Que bela história (. Em jeito de agradecimento transcrevo aqui algumas linhas de um livro de Hugo Santos (duas histórias de amor):
"Não esqueci. Chegaste com nuvens de pássaros no olhar - que mais poderia senão deixá-los pousar sobre os meus? E agora, cegado d`asas, que vamos nós fazer meu amor? Que vamos nós fazer com todas as palavras que ainda não dissemos?"