quinta-feira, julho 30, 2009

Quem é que não escapa à crise?

Estas notícias de que "bilionários não escapam à crise" são curiosas, para não dizer insultuosas (pelo menos, à nossa inteligência).


A partir de "contabilidades" capciosas e por vias subliminares lá se vai dizendo às pessoas, ao vulgo, que "estamos todos no mesmo barco" pois também os pobres dos bilionários estão a ficar menos ricos com a crise, coitadinhos.

Ainda que as "contabilidades" fossem correctas seria de cotejar o que eles, os pobres bilionários, estão a perder num ano com o que ganha o comum dos mortais em quantos anos, ou numa vida inteira. Mas não é isso...

O que, nestes momentos (históricos) ditos de crise é facto é que há aceleração da centralização e concentração da riqueza. Da riqueza das nações de que falava o Adam Smith, do que é material. Não só daquilo com que se compram os melões mas também, e sobretudo, dos melões... Ou não fossem os períodos ditos de crise para todos um tempo de oportunidades para os que estão em condições de as aproveitar porque são os fautores da crise.

6 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Sempre pensei que para que o capitalismo floresça é preciso que haja muitas Áfricas muitas Ásias muitos "Harlem" muita muita miséria enfim e ai de quem se atreva a levantar cabeça. Lá estão os "vigilantes" para o reprimir. E Portugal lá está pressuroso a segui-los e a apoià-los. Onde está o 25 de ABRIL e o povo que com o MFA permitiu a sua concretização. Ainda bem que o PCP se mantem firme e corajoso se cedências na sua luta por um Portugal a caminho do socialismo. Um abraço camarada.

Justine disse...

A gente sabe isso, mas é bom (e necessário) que o venhas recordar assim, claramente!E nunca é demais desmascarar inteligentemente os insultos à nossa inteligência

Anónimo disse...

No final da 2.ª Grande Guerra os racionamentos de géneros alimentares (e outros) impunham condições leoninas ao povo, como muitos de nós se recordam.
Passado pouco tempo lamentava-se um comerciante perante a diminuição de lucro ocasionada pela alteração das circunstâncias: "Raio! Não vir outra guerra!"
Ainda existe hoje muita burguesia que passou por isso e os que não passaram, depressa aprenderam.
Cumprimentos e que o PCP continue a desmascarar os sabotadores!

J.S. Teixeira disse...

A culpa da actual crise é da política de economia neo-liberal (capitalismo) que está implantada na sociedade desde a revolução industrial.

Se toda a economia não vivesse em torno do lucro, a crise não passaria de uma diminuição da actividade produtiva e provavelmente nem sequer teria lugar.

Toda a argumentação patrões gira em torno do princípio do lucro dos patrões que é produzido pelos operários e que não é distribuído de forma igualitária por todos, proporcionando o enriquecimento de alguns (poucos) em detrimento do trabalho de outros (muitos mais).

O tema da crise é, muito mais do que puramente económico como algumas pessoas querem fazer parecer. É uma questão social de fundo e que é inerente ao modelo que os governos de ideologia neo-liberal adoptaram. Karl Marx em "O Capital", faz a previsão desta crise e de outras que virão, através do principio básico que acabei de alumiar.

Concluindo, o PS e o PSD como partidos neo-liberais e senhores únicos da alternância democrática em Portugal, têm a grande responsabilidade da crise que se abate no nosso país, não só porque alimentaram políticas sociais capitalistas mas também, porque nada fizeram para proteger os cidadãos dos seus efeitos.

samuel disse...

Pena... que os insultos à inteligência não possam ter respostas "à antiga", com as bengalas de Gestaçô...

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Gosto muito de Saramago.Aliàs já lho disse pessoalmente.A mesma coisa não posso dizer desta última página do seu caderno,pois não posso admitir que se rebaixe tanto a memória do Homem mais completo que me foi dado conhecer. O PCP mereceu e merece ÁLVARO CUNHAL e ÁLVARO CUNHAL também se orgulharia deste Partido. Náo conhecia a frase do escritor Graham Greene mas fiquei satisfeita por estar de acordo com a opinião que dele formei através da leitura de alguns dos seus livros.E agora vou plagiar a expressão que acho tão significativa. Os autores que me desculpem pois é também uma homenagem a eles. Abreijos.