sexta-feira, dezembro 16, 2011

José Dias Coelho - nos 50 anos do seu assassinato - 2

«(...)
Apesar de três anos de militância que já levava, e de já ter feito a tarefa mais de uma vez, senti a habitual ansiedade, algum nervosismo.
Com tempo folgado, dirigi-me ao local marcado. Conhecia bem os sítios dos meus tempos no Liceu D. João de Castro. Dei uma volta larga de reconhecimento, que fui apertando, e não gostei do “ambiente”. A minha sensibilidade alertou-me. Havia “vultos suspeitos” pelas esquinas…
Sosseguei-me com um «lá estás tu a ver fantasmas… é a “cagufa” habitual e normal». Mas…
Uns minutos antes das 8 entrei na rua, vindo de cima, estacionei o carro voltado para baixo perto do cruzamento com a Rua dos Lusíadas, e esperei.
Logo passaram as 8 horas. E comecei, minuto a minuto, a olhar para o relógio. Alguma inquietação me ia tomando à medida que os minutos se somavam.
Que fazer? Cumprir as regras.
Passado um tempo considerado razoável (não mais que um quarto de hora), arranquei com o carro, dei a volta pelo Alto de Santo Amaro (o final da carreira 22 que tão bem conhecia), desci até à estação dos carros eléctricos, arrumei o carro no Largo do Calvário, fui a uma cervejaria comer qualquer coisa e fazer, com toda a naturalidade, tempo para esgotar a “hora de recurso”.
(...)»

(1ºs. páginas de 50 anos de economia e militância)



3 comentários:

Carlos Gomes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Manuel Gomes disse...

Camarada,

o pintor não morreu! Está bem vivo nas lembranças de cada um de nós!
(Adorei o teu livro)

Por sorte encontrei Miro Casabella - A Morte Saiu à Rua (na Televisão de Galiza / TVG):

http://www.youtube.com/watch?v=jZmaV1AnKfg

Uma boa estadia na Galiza, terra lindíssima e que conheço bem.

Um grande abraço desde Vila do Conde,

Jorge

Maria disse...

Outro abraço...