quinta-feira, março 26, 2015

Reflexões lentas - Banco de... Portugal?, Governo de... Portugal?

Acabo de ouvir que acabou a comissão parlamentar ao "caso BES" (pelo menos a título provisório..., ou nesta fase porque, pelo menos, haverá o relatório e a sequência das propostas deste) .

Assisti, no canal TVdirecto da Assembleia da República, a algumas sessões dessa comissão, em que muito aprendi. Sobre o funcionamento da comissão propriamente dita, sobre o aproveitamento político desse funcionamento, revelado pelos resumos noticiosos das sessões - quem e o quê se promovia, quem e o quê se silenciava -, sobre o modo como actuam os agentes do capitalismo financeiro-bancário, sobre a falta de respeito pelos representantes eleitos da parte de alguns dos inquiridos (apesar do tratamento polido... e hipócrita), sobre a ausência de ética na forma escandalosa de "sacudir água do capote" e atirar com a lama para os sapatos do vizinho, sobre amnésias desresponsabilizadoras e recursos desavergonhados ao estratagema de não se poder violar vários segredos (invioláveis, claro), sobre pedradas entre telhados de vidro com forma de submarinos ou de helicópteros, sobre... tudo.
E, ao chegar a casa, e a este canto de lentas reflexões "blogáveis", antes de retomar questões pendentes sinto necessidade de  desbafar, sem intenção de me antecipar a qualquer conclusão. Desabafo reflectido e reflectindo uma lembrança...
Quando da  decisão sobre os Estados-membros a serem "in" e a decisão de Estados-membros que optariam por ficarem "out" (em 15, três foram), retive um argumento de responsáveis suecos, parlamentares ou membros do executivo, que diziam querer ficar de fora do €uro (e da União Económiva e Monetária, com o seu Banco Central Europeu) porque não queriam que o banco central da Suécia (Sveriges Riksbank), que será o mais antigo banco central do mundo, se viesse a tornar num mero balcão do BCE.
Pois do trabalho desta comissão parlamentar de inquérito ao BES/GES  fica a comprovação claro de que o Banco de Portugal se tornou num "balcão" do Banco Central Europeu, sobre o qual o Governo português, que se funda no funcionamento da democracia portuguesa, não tem qualquer capacidade de intervenção... Apenas terá que providenciar para que exista a legislação necessária para a aparência de legalidade de execução das ordens dimanadas dos arranjos entre a sede de Frankfurt do BCE e o seu "balcão" de Lisboa, para se resolverem problemas particulares deste.  

1 comentário:

Olinda disse...

Ficou decidido,desde o inîcio da UEM,que os governos dos estados membros nao poderiam dar ordens ao BCE,Nôs que temos tido governos-vende-pâtrias,aceitaram logo de cruz,esta dependencia econômica.

Bjo