Recebemos este mail, que esclarece uma questão delicada, e se reproduz:
«No
debate de Marisa Matias com Edgar Silva levantou-se o problema do sentido de
voto daquela eurodeputada na resolução que abriu caminho à intervenção na
Líbia.
A
eurodeputada pôs termo ao diferendo com a recomendação de consulta da acta.
Consultando a acta,
afinal, vê-se que «Matias» votou a favor.
No Parlamento Europeu, em
março de 2011, foi votada uma resolução imediatamente entendida como o abrir
caminho para uma intervenção militar na Líbia (Resolução RC-B7-0169/2011,
de 10/03/2011).
Essa resolução, além do seu
evidente caráter geral de ingerência, continha um parágrafo decisivo (§ 10), aí
incluido para justificar, legitimar e promover a intervenção militar, inseparável,
como no Iraque, do objetivo do controlo do petróleo líbio.
O respetivo parágrafo, ao
solicitar aos Estados-membros e à Alta Representante da União
para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança a disponibilidade para
a consideração da imposição de uma zona de exclusão aérea (com a justificação
demagógica de impedir o regime de atacar a população civil), incentivou e
desencadeou a posterior intervenção militar, e a sua cobertura pelo
Conselho de Segurança das Nações Unidas, visto que, como todos perceberam, não
se poderia impor uma zona de exclusão aérea sem o intermédio de meios
militares.
Na verdade, a "zona de exclusão aérea" foi o
pretexto para a agressão militar, para os mísseis, a aviação e o
bloqueio naval dos EUA, França, Reino Unido, Canadá e da NATO, para o
bombardeamento de populações inocentes, o apoio às forças revoltosas, a
deposição do regime e a precipitação do país num caos infernal de que nunca
mais saíu, de guerra de facções armadas, fundamentalismos religiosos e
conflitos tribais, terrorismo e tráficos ilegais, perseguições e
generalizada violação dos direitos humanos, repressão dos direitos cívicos e
sociais, destruição da economia nacional e vagas massivas de refugiados que,
para sobreviver, fogem do país e da guerra, aportando nomeadamente à Europa.
O fatídico parágrafo foi tão polémico que foi previamente
votado à parte. A Marisa Matias, tal como os eurodeputados do PCP, votaram
contra. Mas a posição foi muito minoritária e o parágrafo não foi retirado da
resolução.
A resolução, com a inclusão do parágrafo crucial,
foi então submetida a votação final e aprovada com o voto favorável da Marisa
Matias, que nem sequer se absteve, e o coerente voto contra dos
eurodeputados do PCP.
A resolução final aprovada, com o parágrafo aí disposto para
abrir caminho à intervenção militar, contou inequivocamente com o voto
favorável (nem sequer a abstenção) da Marisa Matias. Ao contrário do que esta
afirmou e reiterou no debate televisivo com Edgar Silva, que tinha razão.
(cf. Resolução
RC-B7-0169/2011, de 10/03/2011, § 10:
resultado da votação na p. 6:
Obrigado, amigo
1 comentário:
Ao ouvir Marisa Matias numa entrevista televisiva,faz algum tempo,fiquei com muito má impressão ,da dita,pela sua falta de saber e alguma vaidade pessoal.Com o que acabo de ler,junta-se falta de seriedade aos demais predicados.Bjo
Enviar um comentário