sexta-feira, dezembro 29, 2017

VENEZUELA, a falta de pernil e o impéri(alism)o

do quase-diário:

«(...)
(ontem, na madrugada) ainda li o Correia da Fonseca no avante!.

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Com o  gosto e proveito semanais…

 - Edição Nº2300  -  28-12-2017

Uma espécie de sigilo

A televisão portuguesa, dividida nas suas diferentes empresas operadoras como pessoas distintas de uma só realidade verdadeira (o que talvez nos recorde qualquer outra coisa), tem para connosco cuidados que por vezes parecem verdadeiramente maternais: não só nos educa, é claro que segundo critérios seus, como permanentemente está alerta para que nada nos desvie do bom caminho e nenhuns eventuais maus exemplos nos venham perturbar. Um caso concreto deste desvelo aconteceu recentemente e não decerto por força da proximidade do Natal. É que há poucas semanas se realizaram na Venezuela, esse país terrivelmente mal comportado que se atreveu a nacionalizar o seu próprio petróleo, eleições autárquicas para disputa do poder local em 335 municípios e 23 capitais regionais. Parecia, naturalmente, que os venezuelanos se atreveriam a contestar a dura repressão que os mediademocráticos não se cansam de denunciar e, para tanto, acorreriam aos lugares de voto para derrotar os candidatos apoiantes do governo Maduro. Também desta vez terá havido observadores do acto eleitoral, sem o que teriam ocorrido denúncias públicas e veementes. Feitas as contas, porém, os resultados foram desanimadores: os apoiantes de Maduro venceram em 300 dos 335 municípios e em 19 das 23 capitais de distrito! Sejamos sinceros: com tão fragorosas derrotas nem dará gosto ser democrático nem é rentável o generoso e permanente apoio dos Estados Unidos da América. 
Cumprir a norma
Felizmente, a televisão portuguesa vela por todos nós e não gosta de nos afligir com notícias tristes: quanto a amarguras, bem basta o constante regresso aos lugares queimados no nosso País desde 17 de Junho a 15 de Outubro, regresso que não apenas tem o sinal de solidariedade para com as vítimas da desgraça como a vantagem de nele sempre poder ser incluída uma seta envenenada dirigida aos responsáveis supostos ou não. Assim, decerto para não nos entristecer com notícias amargas, a informação acerca dos referidos resultados eleitorais na Venezuela foi reduzida a um mínimo tempo de antena quando não de todo esquecida. Repare-se que nem sequer houve o trabalho de noticiar os resultados havidos, assim se neutralizando antecipadamente uma eventual acusação de eliminação por puros métodos censórios, para logo de seguida se pulverizar a informação com suspeitas de viciação que mesmo sem qualquer prova teriam algum efeito: para sementeiras desse género é que o terreno, que neste caso são as cabeças dos telespectadores, está sempre bem preparado. Mas a opção escolhida foi a de envolver esses resultados eleitorais numa espécie de sigilo. Como em tempos dizia um estribilho publicitário, é fácil, é barato e dá milhões. Neste caso os milhões são duvidosos, não sendo plausível, bem pelo contrário, que tenham um directo carácter financeiro. Mas em verdade continua em vigor o dever, agora já não expresso em letra de forma, de «activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas». Cumprir a norma pode continuar a ser obrigatório, a obediência tem muitos caminhos e os diversos poderes estarão atentos.
Correia da Fonseca

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E teria sido útil mostrar esta imagem:
  
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E, hoje, comecei o dia por vir procurar notícias na net, para me actualizar sobre a Venezuela… e o caso do pernil de porco J !

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pt.euronews.com/tag/venezuela

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Se isto não fosse tão sério, seria de um ridículo hilariante

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Mas… logo se ultrapassam a si próprios os nossos meios de comunicação social ao serviço do impéri(alism)o, dos USA e seus cúmplices.

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O Público de hoje já me veio notificar que, afinal, o pernil de porco ficara retido na Colômbia!

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«Agora a culpa pela falta de pernil no Natal venezuelano já não é de Portugal. Afinal, o pernil está retido na Colômbia, segundo afirmou o ministro da Agricultura e coordenador dos Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), Freddy Bernal.
"Informo a Venezuela que 2200 toneladas de pernil estão retidas na Colômbia. A sabotagem não é só dos EUA ao congelar as contas dos que vendem comida ao país, agora o governo colombiano retém os pernis há sete dias na fronteira de Paraguachón", escreveu Bernal no Twitter.»

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Isto é insuportável… de riso e de lágrimas!

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Para protesto e indispensável DENÚNCIA. 

Até pela exigência de lembrar o bloqueio a Cuba e o golpe criminoso do Chile, e a tão recente vergonha (para todos nós) do Brasil. 
O impéri(alism)o em todo o seu esplendor (e ridículo!). Que não precisou de Trumps ou outras diversões, de que, agora, se socorre!

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