terça-feira, fevereiro 12, 2019

Voltou a falar-se de convergência - 2

Li e ouvi afirmado, com algum despudor, que se teria verificado convergência económica com a União Europeia. 
É como se - para usar informação recorrente nestes dias... numa bem diferente vertente social... - se noticiasse um momento de apaziguamento num casal com um quadro de violência doméstica habitual e tolerada, ou não denunciada. 
Acresce que essa jubilosa informação se segue ao período de mais evidente  agressão de divergência. Que vem da origem da relação no que se refere à soberania sobre os recursos nacionais e à qualidade do aproveitamento desses recursos - como se verá oportunamente -, mas quantitativamente claramente agravada pela introdução do euro (e sua preparação... ou namoro), e também por uma eclosão violenta e inevitável da crise sempre latente.

Veja-se a evolução de 1996 a 2010 (como foi estimada em anteriores  trabalhos, com dados disponíveis)

Igualando a 100 o indicador "comunitário", e vendo qual a percentagem do PIB português, o primeiro gráfico mostra uma aproximação até 1999, por maior ser o "crescimento" de Portugal, e uma inversão clara dessa tendência, o que faz com que, depois de 2005, a percentagem do PIB baixe para inferior aos 77% do início do período em consideração.
O que será naturalmente mais visível no segundo gráfico, que mostra como depois de 1999 só em 2009 houve - excepcionalmente - convergência, por o indicador da evolução de Portugal desse ano ser superior ao "comunitário"... ou melhor (?!) não ser tão pior... Assim, pode resumir-se os gráficos dizendo que houve quatro anos de convergência, mais um "de excepção" e difícil definição, dois de igual percentagem de crescimento, e oito de divergência.
Separando o período em consideração - 1996-2010 - em três períodos, um pré e dois pós-euro, ainda fica mais claro

A qualidade, a estrutura do tal PIB, ver-se-á mais tarde...



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