segunda-feira, maio 25, 2020

Novo Banco - sangrar ou falir... não há alternativa?

Tenho andado fugidio (ou fugitivo?) da auto-assumida tarefa de comentar a política nacional. Por razões (umas) objectivas e (outras) subjectivas. Mas gosto dela. Puxa-me o pézinho p'rá dança...
Hoje não resisto ao som que me trouxe o Expresso-curto.
Num texto que começa agradável de ler, porque inteligente e culto (são duas dimensões bem diferentes), porque provocador de tão individualista (a  história - a que se lê e a que se está a escrever - como se feita por protagonistas sem haver gente - classes sociais - por detrás do pano), o autor (Vitor Matos) às tantas escorrega, ao falar do que teria a recomendação de calar, e derrapa:

Jerónimo e o Novo Banco - Não é novo que o PCP seja contra as ajudas à banca e ontem o secretário-geral do PCP disse que os 850 milhões de euros transferidos para o Novo Banco davam para “resolver metade dos problemas sociais que neste momento existem”, mas não explicou que problemas sociais seriam criados com a falência de um banco.

Esqueceu-se (se alguma vez soube) que já houve bancos (e banca) nacionalizados e que, nesse período,  houve importantíssimos saltos positivos na organização da banca para o serviço público, e que o que Jerónimo e o PCP defende não se reduz à alternativa: injecção desproporcional e anti-social ou falência, mas nacionalização do que está a ser evidentemente uma sangria inaceitável, até pelos defensores do capitalismo mais estreme mas com limites de regulação e decência pública tanto e tão grave é o pecado privado. 

e, assim, termina em estampanço, como acontece depois de se derrapar.

1 comentário:

Olinda disse...

Boa resposta.V.Matos devia lê-la.Bjo