quarta-feira, março 24, 2021

para aula prática

 24.03.2021

 

Nas leituras matinais, (...) ao ler o editorial do director do Público tive uma reacção inhabitual.

 

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Reacção inhabitual relativamente às que me provoca o sr. director, com o pessoal gravame de tal indivíduo alimentar a minha permanente dúvida sobre a importância que tenho (ou que me dou), por nunca dar guarida e resposta (isto é, publicação) a cartas minhas.  

 

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Pois o sr. Manuel  Carvalho editorialou um bom texto de qualidade, coloca bem o dedo numa ferida de fundo da formação social em que vivemos, fruto da correlação de forças sociais.

 

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Não o subscreveria na totalidade, até porque não conseguiu fugir à sua intervençãozinha (que pretende sempre escamotear, ou que não notória seja) no jogo político batoteiro que caracteriza o tempo em que estamos (e alguns somos).

 

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Referir as “investidas” do Bloco e do PSD no plano parlamentar revela a tendência para a redução da vida cívico-política a esse plano, rejeitando como inexistentes ou irrelevantes as outras em que as investidas (!) do PCP são preponderantes.

 

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Mereceria o “caso das barragens” outro relevo que o que é dado no documento da reunião do CC do PCP de 22 de Marco – “Beneficiando de importantes apoios públicos – ao contrário do que acontece com milhares de MPME – e da perspectiva de novas transferências a partir dos recursos disponibilizados no âmbito da UE, os grupos económicos têm da parte do Governo PS a cobertura e o financiamento para decisões contrárias aos interesses nacionais. São disso exemplo: (…) a venda de seis barragens pela EDP; ou os escandalosos benefícios fiscais aos grandes grupos económicos.?

 

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Tê-lo-á decerto, mas não no quadro do superficial, espumoso, “jogo político”.

 

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Tirando esse pecadilho (quem os não tem?), o texto de MC

serviria para uma aula prática de um curso do marxismo, exemplificando como, nos fundamentos desta leitura do caminho da sociedade  –  ou seja, no Manual do Partido Comunista -, antes do que, após o mergulho nas características do funcionamento do capital como relação de produção, se acrescentou:

“... o moderno poder do Estado é apenas uma comissão que administra os negócios comunitários de toda a classe burguesa...”.

 

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De onde se partiria para o desenvolvimento, com léxico mais actual para a questão do poder político subordinado (por ausências, omissões e actos) ao poder económico dominante.

 

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Lamenta-se que, em termos de contributos para a informação que ajude à tomada de consciência dos cidadãos, tão raros sejam as denúncias de erupções epidé(r)micas de um tecido (social) de que se escondem as incuráveis úlceras.

1 comentário:

Olinda disse...

São negócios feitos sem priorizar os interesses das populações.Mas não é assim que os partidos que nos tem desgovernado sempre funcionaram?Dá para reflectir com o texto exposto.Bjo