As troikas trocam-nos as voltas e o léxico. Depois de falarem do lixo tóxico intoxicam-nos de austeridade. Mas esta é palavra velha. De léxico usado e abusado (porque se deixa que "eles" abusem). No entanto, entretanto, há verbos novos, trazidos pela dita conjuntura que, sendo de sempre, nos é atirada sempre como novidade e surpresa (a culpa é sempre de fora... dizem os de dentro!). Como conjuntural que é a chamada culpa.
Mas nada é sempre o mesmo, porque tudo é sempre diferente. Até o léxico. Quando não o é apenas o léxico.
Mas nada é sempre o mesmo, porque tudo é sempre diferente. Até o léxico. Quando não o é apenas o léxico.
Por isso, eis senão quando nos invade... o entendimento.
Entenderam, sobretudo os banqueiros, que tinha de vir a fora a troika, que lá fora foi entendido formar para por aí andar a pôr tudo nos eixos decretados pelos considerados entendidos; entendeu o governo de cá (se é que entendeu alguma coisa...) que seria de pedir à troika que viesse ajudar-nos (a quem?, a nós, pobres de entendimento?, claro que não!... sobretudo aos banqueiros, que vinham "ajudando" e "pediram ajuda" para poderem continuar a "ajudar").
Veio essa troika fandanga e entenderam-se três de cá para formarem uma troika de dentro, cuidando de mostrar aos indígenas que não se entendiam entre si (embora sejam primos-entre-si, ou ainda mais chegados parentes).
Entendeu tudo isto o Exmo. Senhor Presidente da República (dita) Portuguesa e apelou ao entendimento entre todos... Entre todos os que se entendem, evidentemente.
Impôs-se o entendimento que entendido foi porque entendido vinha de lá e se confirmou cá. Quais discussão, quais negociação, quais conciliação, quais acordo, quais "intenções de" (em carta), quais ajustamento, quais soberania nacional?
Entendimento!, e em protocolo. Para ser cumprido vigilantemente inspeccionado, havendo quem diga, zeloso do que teria entendido, que mais longe irá que o entendidamente imposto.
E até já há sindicatos que troikam greves por... entendimento. Chegaram, com o patronato, não a acordo mas a entendimento, pois claro.
E paro por aqui porque já estou entediado. Percebe-se, não?
1 comentário:
Incrível!
6 crápulas dão a cara (os outros não se vêem) traçando o destino deste velho país. Alteram o rumo de 11 milhões de portugueses (?), exigem, ordenam e que se cuide quem pense fazer greves, contestações., quem ouse dizer-lhes, NÂO!
Algo me diz que iremos ter um Outono quente e um Inverno a ferver.
(adoro o teu jogo de palavras, grande texto)
BJS,
GR
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