terça-feira, junho 21, 2011

Verdadeiramente indigente

Acompanhar a sessão na Assembleia da República, enquanto se trabalha noutras coisas, tem os seus riscos.
Liga-se o televisor, deixa-se o som ligado para que os olhos se levantem do teclado ou dos papeis e vejam o que se está a passar (nem que seja apenas por curiosidade), e julga-se estar em condições de trabalhar ou ler (o que pode ser igual).
Engano! 
Pior: erro indesculpável.
Ter o som ligado é ter de ouvir, mesmo que não se queira, o discorrer de comentários com que a "jornalista" de serviço preenche o tempo em que os 230 (ou quase) deputados vão votando.
O que se ouve é verdadeiramente indigente. Os pormenores, à maneira de "encher chouriços", são reveladores da "cultura política" (pre)dominante.
Aquela política não sai dali. Daquilo. De vitórias e derrotas, das pessoas com nomes, das histórias com cunho de "revista sucial".

Mas deixo uma nota positiva.
No meio de tanta preocupação e de certezas de uma luta dura a continuar, encontro algo de positivo no facto de ser uma deputada o presidente da Assembleia da República.

8 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Não ouvi nada. Nem sei quem é a deputada. Vou informar-me.

Um beijo.

GR disse...

Vi o noticiário, pasmei com algumas perguntas feitas pelos jornalistas a deputado que iam saindo do Parlamento. Um jornalista quis saber qual a razão que levou Teresa Caeiro a vestir uma cor tão forte. Outra jornalista dizia: “…a nova PresidentA da AR é Assunção Esteves…” não há pachorra!
Acredita, quando estou a ver TV tento estar calada, não dizer mal de ninguém, mas as bestas dos jornalistas, provocam.
Gostei de ver o nome de uma Mulher na AR, sei que não vai ter o papel de “abajur” mesmo não concordando com a Assunção Esteves.

Bjs,

GR

Ricardo O. disse...

Sinceramente não sei se o facto de ser mulher trará algo de positivo e sem querer ser demasiado embirrante, sinceramente, não apreciei nada o gesto de vitória com que saudou o anúncio do resultado da votação...
Vamos ver se ao menos do ponto de vista institucional respeita o papel e a intervenção dos pequenos partidos e os direitos das minorias. Mas tenho as minhas muitas dúvidas, tal como vocês...

samuel disse...

Andámos então a sofrer os mesmos enjoos... :-)))

Abraço.

Sérgio Ribeiro disse...

Só quero acrescentar, em comentário aos comentários, que também não espero nada desta eleição, não tenho quaisquer ilusões, nem pretendo, de modo algum, alimentá-las... mas não me é indiferente, em termos gerais e históricos, que seja uma mulher presidente da AR. O que se fica a dever - com esta ou outra deputada - à nossa luta, e não à das forças sociais e políticas em que se insere o partido da deputada Assunção Esteves! Apesar de honra lhe seja por não ter "obedecido" à linha seu partido no caso do referendo sobre a IVG.
Tenho dito!

cristal disse...

Tu sim, Sérgio, és grande. Esperemos que a primeira mulher que ocupa tão alto cargo no Estado português não venha a revelar-se uma profunda desilusão. Quanto ao outro, foi um alívio. Infelizmente conheço-lhe muito bem a falta de ideias, o roubá-las aos outros, o servir-se de uma instituição que é suposto ajudar os outros para se governar e à família. Enfim, uma criatura nojenta que eu tive o desprazer de ter conhecido já há muito tempo, na Guiné.

Fernando Samuel disse...

Positivo,positivo... seria se a senhora não fosse de direita...

Um abraço.

Sérgio Ribeiro disse...

cristal - só se poderá revelar desilusão para quem se iludir. Nanja eu e, muito menos, deixar ambiguidades que alimentem ilusões!

Fernando Samuel - isso seria positivo e não uma "nota positiva, podendo mesmo dimimuir o tamanho da notinha, sem prejuízo daquilo em que insisto: "(...) não me é indiferente, em termos gerais e históricos, que seja uma mulher presidente da AR. O que se fica a dever - com esta ou outra deputada - à nossa luta, e não à das forças sociais e políticas em que se insere o partido da deputada Assunção Esteves!"

Abreijo