segunda-feira, junho 13, 2011

Previsões e "adivinhações"

Vínhamos para aqui, na concretização desta imposta “terapia de substituição” (expressão que há uns anitos me foi familiar…), com o rádio aceso. Como sempre está. E chegou a hora certa, a dos noticiários. Distraidamente ouvi dizer, no resumo, que o economista que tinha previsto a crise de 2008, previa mais uma “tempestade” para 2013.
Claro que, não obstante todas as promessas e sentidas necessidades, fiquei logo alerta. Querem ver que…? Que iriam falar da nossa Conferência Económica de 2007 (do PCP, é óbvio) ou, atrás e mais fundo, que iriam falar de Karl Marx e das suas análises sobre o funcionamento do capitalismo?
Ouvi o desenvolvimento. Não podia fugir. Ia dentro do carro…
Afinal, o "bruxo" era um economista da Universidade de Nova Iorque, e ainda veio o Nicolau Santos dizer que o senhor economista, que teria falado do crescente défice orçamental dos EUA, da crise financeira na “Europa”, do abrandamento do crescimento na China e da continuada estagnação no Japão, devia ser levado a sério.
Não me digam, disse eu de mim para mim. E desliguei. Estou em tratamento.
No entanto... já agora.
E ainda procurei uma foto do dito economista (que deve ser tomado a sério!, segundo Nicolau, o Santos) mas não me esforcei muito. Arranjei esta ilustração. Que parece adequada quando se fala de previsões, quando são assentes sobre mais que previsões porque feitas com base em conhecimento de funcionamentos e de dinâmicas. Históricos, uns e outras.

4 comentários:

Pata Negra disse...

Quanto a previsões, continuo-me a guiar pelo borda-de-água e pelo canto dos pássaros. Só um tipo muito sócretino não previria esta crise, só um povo muito crente não acreditará no seu desfecho!
Um abraço e bom tempo

J Eduardo Brissos disse...

Agora também disponível em formato eBook, para iPad e Kindle.

samuel disse...

Toda a gente sabe que as "previsões" que vêm de fora... são outra coisa. Artigo fino.
As da casa são botabaixismo.

Abraço.

Ricardo O. disse...

Não ouvi a notícia, nem ouvi os respectivos comentários do «comentador/economista/sistemicamente credibilizado».
Sim, o mesmo que hoje diz uma coisa e amanhã o seu contrário. Hoje serve os patrões e amanhã denúncia os seus interesses em oposição às necessidades do país.
O mesmo que considera que a economia é única, quase exacta, e assim recusa que os economistas optam, fazem a sua opção de classe. Não é uma questão de ética, é opção de classe!
Mas voltando ao tema do texto, é ridículo como se valorizam comentários (que também são válidos) que se baseiam no estudo de séries de comportamento e evolução dos mercados de capitais e não se valorizam os comentários (análises ou previsões) que se baseiam no estudo das dinâmicas sociais.