Continuando a saga, e sem a levar até ao fim - porque mais coisas poderia para aqui trazer dessa leitura do Público de domingo, em três horas de ir e voltar a Lisboa - referiria, agora, duas “matérias” que mais me provocaram e impuseram comentário.
Uma, deriva da coluna de Vasco Pulido Valente, de que me julgava liberto mas que, talvez por um desejo absurdo de sofrer (influência de Cesário Verde...) não resisti a ler, apesar da dose que me foi dado observar estar disponível na revista única do Expresso, com o homem na capa e em muitas páginas de texto e tristes fotografias. Deve tratar-se de epidemia…
O texto de VPV tem o título apelativo de A esquerda no dia seguinte e é, na verdade, prova do estado em que está. Que, confirmo, não melhorou nada nem mostra sinais de recuperação. Mas que ali vai ocupando o canto superior esquerdo da última página do Público.
Então, o Correia Guedes, perdão, o Pulido Valente, com o seu doentio snobismo, arquiva a sua/dele esquerda, que se resumiria um partido, o PS, que de esquerda nada mostra que seja, outro, o BE, que ele admite, benevolentemente, que partido seja, e um outro partido, o PCP, de que escreve quatro linhas de antologia para fechar a coluna: «No meio de todo este delíquio, fica o PC, que, habituado a desgraças, se porta com dignidade no seu próprio enterro». Pelo meu lado, habituado à desgraça do colunista, nem comento, militante que sou de um PC de boa saúde, resistindo a todas as certidões de óbito passadas por enfermos e moribundos.
osítiodosdesenhos
Fernando Campos
Outra nota é relativa à Dona Teresa de Sousa, senhora por quem tenho desamor desde a primeira vista, que tem vindo a transformar-se em alergia. Ora a DonaTS está muito zangada com a Senhora Merkel, e escreve uma página inteira sobre A chancelar que temos e a que gostaríamos de ter.
A D. TS, na sua longa prosa, destila as suas opiniões, que poucas são, sobre a “Europa”: União Económica e União Política, já!
Só duas observações para exemplo da sua “qualidade” (embora vá aproveitar outros seus “estímulos” para um artigo entre mãos, ou entre mentes, ou entre dentes...).
A D. TS faz um paralelo entre as posições do “chefe do Tesouro americano” (que rigor!) que teria dito que «nada se resolverá se a Europa não conseguir agir “como uma só voz, e uma voz clara, sobre uma estratégia”» e a da vice-ministra dos Negócios Estrangeiros de Pequim que teria dito, a 17 de Junho, «que “é de uma importância vital” para a China que os Estados europeus consigam resolver as suas dificuldades». A opinião da senhora chinesa será o que é mas decerto que, para ela, Estados europeus não são a mesma coisa que, para a D. TS e para o homem do Tesouro dos EUA, é "a Europa”.
Aliás, a D. TS farta-se de fazer citações, mostrando baralhar o muito que lhe passa debaixo dos olhos, e desse muito (demasiado?) retira a opinião/conselho de que «Angela Merkel tem de usar a sua autoridade e a sua legitimidade política para explicar claramente aos alemães que a Europa não se resume aos erros da Grécia ou de Portugal». Depressa!, alguém que leve isto a ler à Sra. Merkel até porque se correm graves riscos dada «… a oposição dos cidadãos europeus, cada vez mais conquistados pelos velhos demónios do populismo e da xenofobia que ciclicamente a vêm ensombrar» (à Europa dela).
Como tudo seria fácil se se desse ouvidos à Dona Teresa de Sousa e se se esquecesse tudo o que a vida nos ensina!
2 comentários:
Caspité!... ou, atrever-me-ia mesmo a dizer, apre!, que dupla! :-)))
Abraço.
Também, escolhendo o VPV e as TS o que é que querias?...
Um abraço.
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