quarta-feira, maio 26, 2010

Como é que um Estado se enDivida… e se desenDivida – 3

Nestas brevíssimas notas, que se vão encadeando como reflexões e pistas de reflexão, já se viu que, ao falar de dívida do Estado, de dívida de um Estado, não se pode falar só de dívida pública, da dívida do sector público.
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E a dívida total do Estado aparece e cresce,
não só porque a dívida pública cresça
mas também porque, em determinada altura,

(com a internacionalização da vida económica, a multinacionalização das empresas, a formação e expansão de grupos financeiros transnacionais)
a financeirização (banqueirização) da economia veio criar "produtos financeiros", crédito fácil e barato,
promover a chamada “livre iniciativa”, o “trabalho independente” (o agora chamado “empreendedorismo”),
compensar a contenção (quando não a baixa) salarial enquanto a publicidade desmedida estimulava o consumismo.
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Assim, quando se ouve falar em endividamento do Estado, e esse facto é feito fundamento e pretexto para atacar o Estado, há que contrapor que a dívida do Estado é total e tem mais duas componentes
e que, por outro lado – mas na mesma “economia de mercado” –, são entidades financeiras transnacionais que financiam bancos, nacionais ou em espaço nacional, para financiarem as empresas e os particulares ou famílias
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Um autêntico carrossel! De que só se conhecem (e deixam) alguns dos cavalinhos e outros bicharocos, aparatos, procedimentos e ritmos com que se "diverte" a malta.
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Entretanto, aparecem… “os mercados”!
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3 comentários:

Graciete Rietsch disse...

E com essa financeirização quantas famílias têm ficado arruinadas,engordando os banqueiros. Há uma pergunta que eu faço muitas vezes a mim própria.Com tanto apelo ao consumismo que por aí há, será justo criticar uma família por recorrer a um banco para financiar uma viagem, por exemplo? Já nem falo em casa que é um bem
essencial.
Essa pergunta deixa-me angustiada mas resulta de eu ouvir essas crít
icas muitas vezes não a mim, que até viajo pouco, mas em relação a pessoas que conheço.

Um beijo.

Sérgio Ribeiro disse...

Graciete - A caminho de Viana, com a minha companheira, vamos passar pelo Porto. Queres dar-me o teu telefone - para o email sergio_f_ribeiro@sapo.pt - para o caso de haver alguma possibilidade de nos encontrarmos.Obrigado

Saudações camaradas

Maria disse...

Não gosto da palavra 'empreendedorismo'.
Estes posts são tão clarinhos que até é fácil entendermos o que se passa. De endividamento (dos outros) estou cheia. Cá por coisas...

Boa viagem até VC e bom trabalho.
Beijo.