sábado, agosto 21, 2010

Tomar partido! (pausa)

Uma pequena nota prévia: o facto de tanto gostar da expressão tomar partido não me leva a reivindicar qualquer originalidade. Considero, até, que muito do gosto que por ela tenho resulta da sua força quase diria universal. Acho, por exemplo, de grande felicidade o uso que lhe foi dado aqui na vizinhança, ao aproveitar-se o nome da cidade e concelho de Tomar para se “jogar” com a expressão tomar partido… por Tomar.
Pelo meu lado, insisto na referência à sua retroversão francesa parti pris que, na minha leitura, ainda lhe dá mais (ou menos…) força, pelo significado ou interpretação que pode ter de preconceito, como por vezes se usa, enquanto francesismo na nossa portuguesíssima linguagem corrente.
Pois sem qualquer parti pris… tomei partido, e estou convencido que, por o ter feito sem ambiguidade (mas tentando não ser ostensivo), nada se me colou de preconceituoso. Tomei partido!, num certo momento já longínquo de décadas, por opção de vida. E, nesse Partido que tomei, cá vou fazendo, feliz da vida, a minha vida.
Daqui resulta a assumpção de tarefas e talvez aquela que é agora prioritária, nesta altura da vida, seja a de me dedicar (mais!) ao estudo, não para “saber mais” mas para mais aprender e melhor transmitir como forma de fortalecer, eu, a consciência do partido que tomei e ajudar, outros, a ganharem consciência de classe. Isto como luta e para a luta.
[O que não me desviará de outras formas de luta e tarefas, evidentemente, embora não me sinta muito vocacionado (este físico já não é o que era…) para participar em tarefas como a da construção da Festa, de que guardo, de há muitos anos, a recordação de uma desajeitada martelada num dedo (de intelectual…) que me deixou marca.]
Neste fim de semana, e dada a decorrente baixa de visitantes e de comentários (que comecei a gerir nesta forma de comunicação), fica esta reflexão muito pessoal sobre… tomar partido. Segunda-feira voltarei (talvez…) a continuar a trazer para aqui o trabalho sobre a base teórica em que estou empenhado.

5 comentários:

Justine disse...

Este teu texto é, na minha opinião, muito interessante sob vários pontos de vista, até no aspecto linguístico! Outra lição de como fazer bem, com humor!

Graciete Rietsch disse...

Tomei partido... muito nova, talvez como consequência das conversas com o meu pai que sempre foi republicano e anti- salazarista, e das muitas vezes que ouvíamos a Rádio Moscovo.
Nunca me arrependi ou perdi a confiança.
Agora, com os teus "posts" sinto que a minha adesão é fortificada pela base teórica que tu tão bem trasmites.

Um abraço muito grande.

samuel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
samuel disse...

Que agradável "continuação de conversa"! Só faltam mesmo a mesa lá fora, o verde, a luz de fim de tarde, o pão, o "champanhe" ouriense...

Abraço.

Maria disse...

Opá, não falta só isso...
faltam mais pessoas!!!
(e empadas...)

:))))