segunda-feira, junho 18, 2012

Além de outras (más) razões...

Há quem me pergunte porque continuo a comprar e a ler o Expresso, se tanto dele me queixo?
Não, não é por hábito ou inércia. Nem por masoquismo.
Há razões, talvez entendíveis.
Umas, que diria as más porque me fazem mal "à saúde", são as de querer estar mais ou menos ao corrente do ambiente "nas hostes", em todas as "hostes", e o Expresso ser uma espécie de barómetro de um lado da trincheira. Há muitos anos.
Uma outra é a de, quase sempre, me deter na página 5 de segundo caderno - o da Economia -, e ali encontrar que ler com interesse e até com gosto e "uso-fruto". Como nesta semana, com a escolha (são sempre boas estas escolhas) de Eugénio de Andrade e de um dos seus poemas maiores (tem tantos tão grandes...), o adeus do belo Já gastámos as palavras...
Mas há também os textos de Nicolau Santos que, apesar de deixarem sempre um "sabor a pouco", a sensação de que não pode ir mais longe porque mais longe não sabe (ou saberá?) onde o levaria, são... diferentes.
Esta semana, o artigo de fundo (se assim se lhe pode chamar) socorre-se de quem ele diz serem "dois dos seus melhores" para falar do Portugal que somos (para além do futebolístico, que parece que também temos de ser...). E todo esse texto se poderia transcrever porque diz e cita considerações que são de bom senso e vêm ao encontro de outras considerações feitas por outros há anos que somam décadas e séculos, e que nada mais eram que previsões e prevenções para o que estamos a viver, por inseridas numa análise dinâmica da evolução histórica. Embora disso se faça olvido porque, a não ser assim se iria às causas e delas é preciso fugir.
Há alternativas? Claro que há, dizem "os dois dos nossos melhores", e tão longe vão que um acrescenta que "Aquilo que se fez depois do 25 de Abril - dignificar as pessoas, que passaram a ter liberdade, a poder ir à escola, a ter direito à saúde -, isso sim constitui um projecto e uma verdadeira reforma da sociedade" (e Nicolau Santos comenta "Sob este ponto de vista, tudo o que está a ser feito agora é o anti-25 de Abril").

Só falta dizer que o Congresso do PCP, no final deste ano tem, há meses (retomando o que diz - e luta - sempre), o lema Democracia e Socialismo-Os valores de Abril no futuro de Portugal. Mas a tanto não chega a página Cem por Cento! Claro.

No entanto, ainda há dois artigos que vale a pena serem lidos; "Quando falamos de salários..." ( e de António Borges!) e "A ANA e a cafetaria".

Esta semana haverá mais uma página 5 que me levará a ter razões (boas) para ler o Expresso? Espero que sim... porque se sabe, de antemão, que outras (as más) não faltarão.

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

É necessário saber escolher, ler e depois tirar as conclusões. A mim vai-me faltando a paciência.

Um beijo.

samuel disse...

Aquilo que vai sendo oferecido "online"... vou bisbilhotando.

Abraço.