quinta-feira, junho 07, 2012

Conversa de barbeiro

Introito
(de "dias de agora"):

«07.06.2012
Ontem escrevi, aqui nestes “dias de agora”, que foi dia Mário Castrim, e alinhei uma série de coincidências a comprová-lo.
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Depois de um e-mail da Alice Vieira a convocar-nos (aos amigos do Mário) para o lançamento de dois livros dele na Bucholz, no dia 20 de Junho, houve uma sucessão de factos que me levaram a escrever que não acredito em bruxas pero que las hay, las hay… e a terminar com um Olá, Mário!.
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Mas o dia de ontem foi mais coisas.
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Entre outras, uma ida ao barbeiro, motivando uma das periódicas conversas (nem todas vindas para aqui) e um almoço no Zé da Azinheira, agora em Fátima, com abertura de um novo canto para escritos em papel de toalhas.
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Desses dois “acontecimentos” farei dois “posts”.
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Um no anónimo; outro no ficções do cordel.

Conversa de barbeiro

Ir ao barbeiro é, também, pôr-me em dia com a "opinião pública". Não com toda a minha "opinião pública", mas com parte significativa dela. E faz-me sentir que... devia cortar mais vezes o cabelo, e não só de dois em dois meses (mais ou menos).
É que, nestas idas ao barbeiro, nestas meias horas/três quartos de hora (há que contar com a barba que cresce mais que o cabelo) aprendo muito sobre o "estado da Nação".
Partimos sempre .do pressuposto (dele) que eu sou o político. Ao que eu lhe respondo sempre que todos somos políticos e fazemos política (um-a-um em pressupostos!) 
Conhecemo-nos há já vão alguns anos, de andanças pelos teatros e temos algum à-vontade entre nós (e, até, simpatia... mútua... acho eu). As conversas são soltas, embora nem sempre muito calmas, e só não me irrito seriamente com coisas que ouço, entre duas tesouradas, porque estou ali manietado e "sob ameaça", e tenho de me controlar.
Bem, vamos à actualização. Embora com alguns sinais positivos (na lenta, engulhada, tomada de consciência), aumenta a descrença naquela minha "opinião pública". Ninguém presta, todos chegam lá e fazem o mesmo, os políticos são todos iguais ("desculpe lá, ó soutôr!..."), isto só lá vai com uma ditadura, e etc.s no mesmo tom. 
Quando a tesoura me permitia abrir a boca lá disse umas coisas sobre os antecedentes, as causas fundas, as alternâncias servindo os mesmos interesses e iludindo o povo. 
E entrámos, ontem, em coisas mais a sério, na tal economia produtiva, nos nossos recurros ("somos um país rico, sôr A.!") malbaratados por desprezo do trabalho (dos trabalhadores) que é o que cria riqueza, na especulação...
Mas o que eu queria era ouvi-lo, depois de uma dicas com intenção de provocarem reacção.
Duas preocupações: a velhice e evolução demográfica nesta Europa, e como é que, sem se produzir, se vai arranjar dinheiro para lhe pagarem (a ele) a reforma ("... ó amigo, a sua reforma já foi - e está a ser - paga por si, com o que desconta... foi-lhes adiantada... eles só têm que lhe devolver o que é seu..."). Pois é... mas há uma ditadura económica (olá!), isto não pode continuar assim... ah!, pois há e é preciso lutar contra ela. Lutar? Pois, lutar! Ora...sto só lá vai com uma ditadura, não é com democracias e lutas. Democracias?, mas onde é que ela está se não há democracia na economia, como disse aquela minha "opinião pública"... não estaremos já em ditadura... económica, como o senhor disse?
E já para o fim, o sôr A., que foi emigrante em França, atirou-me com o debate Hollande-Sarkosy e provocou-me "ouvi o debate todinho... aquela do Sarkosy dizer que o Hollande quer acabar com os ricos enquanto ele-Sarkosy quer acabar com os pobres, foi muito boa, aquele Hollande não me convence...". Ficou surpreendido por não me ter a provocado como esperava, e por ter descoberto um acordo entre nós. Só que comigo a pender para um lado (onde estou, que é o da ditadura do proletariado antes de!), e ele a pender para o outro, que é o grande perigo dos e das Le Pen. 
Não houve tempo para mais, a não ser para ainda lhe ouvir, quando me dava o troco, um elogio ao Medina Carreira que, com os eus gráficos, mostra muita coisa ("mas, ó sôr A., nós também temos números e gráficos... o sôr já os viu?... porque é que não são mostrados?... pense nisso").
Lá nos despedimos.
Feito o balancete, as coisas estão melhores que da última vez, e que da penúltima. Mas perigosas... Tenho que ver se o cabelo cresce mais depressa...






tenho de publicar mais gráficos!...

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Acabar com os pobres,sim. Mas como sr. barbeiro ou srª cabeleireira onde também vou tendo dessas conversas? Matando-os ou matando o capitalismo?

Um beijo.

samuel disse...

Ah... se os gráficos ficassem bem nos calendários dos barbeiros...

Abraço.