terça-feira, outubro 23, 2012

Sobre as razões para recusar o OE13 (comentário)

Comentário recebido e transcrito com todo o gosto:

«Ricardo O. disse...


A primeira razão é, por demais, muito perigosa... Tem sido utilizada para justificar que esta opção de agravamento fiscal deveria dar lugar a uma redução da despesa pública.
1. É perigoso porque muitos (não o NS) procuram esconder que se trata de um assalto fiscal de classe que, ao contrário do que esses "papagaios" têm dito, atinge especialmente os trabalhadores e as camadas sociais com menores rendimentos.
2. É perigoso porque o nível de "ajustamento" orçamental em causa não é sustentável a médio e longo prazo, não tem em conta as especificidades e necessidades da economia e do povo português.
3. Porque a redução de despesa em causa significará uma brutal reconfiguração da despesa do Estado, implicando a própria reconfiguração do Estado.
4. Porque esta última, poderá significar do ponto de vista formal, ou de facto, uma nova constituição, uma nova república, um novo regime...

A segunda razão é o reconhecimento da pobreza em que vive o povo português... Segundo dados do Relatório do OE para 2013, estima-se que cerca de 1,4 milhões de agregados familiares (declarações contributivas de IRS) ficarão isentos de pagar qualquer euro de IRS em 2013. Isto é aprersentado como se fosse algo de muita bondade... Pura hipocrísia! Isto significa que os rendimentos de 1,4 milhões de agregados são tão baixos que, segundo o mínimo de existência previsto (um rendimento mensal bruto inferior a 582 euros), ficarão isentos de pagar IRS. Na realidade não faço ideia como, depois de pagarem a renda da casa, a alimentação, depois de vestidos, de pagarem a água, a electricidade e o gás (... e tudo o que hoje consideramos que faz parte das necessidades socialmente consideradas básicas), ainda poderiam pagar IRS!»
Obrigado, Ricardo! 

1 comentário:

Olinda disse...

Lendo o ponto 3 e 4 do comentârio do Ricardo,este OE3013 pode ser uma porta aberta para subverteros ideais de Abril.

Bjo