SEXTA-FEIRA, JULHO 09, 2010
Interessante!
Faz parte das leituras actualizadoras, a página Cem por Cento, de Nicolau Santos, no caderno Economia do Expresso.
Neste último número surpreendeu-me pela evidente tomada de posição. Diria que o caso PT/Telefónica-BES-golden share o irritou. Além deste título do artigo central – O Estado fez muito bem! –, publica uma “caixa” que merecerá ser lida:
Neste último número surpreendeu-me pela evidente tomada de posição. Diria que o caso PT/Telefónica-BES-golden share o irritou. Além deste título do artigo central – O Estado fez muito bem! –, publica uma “caixa” que merecerá ser lida:
«O papel do Estado na economia
O caso PT/Telefónica coloca em cima da mesa a questão central do papel do Estado na economia, que muitos querem reduzir à função assistencialista dos pobres e desvalidos do progresso. Viu-se na recente crise que, se não fosse o Estado (i.e. o dinheiro dos contribuintes), inúmeros bancos privados se teriam afundado sem remissão. Que depois disso os mercados façam pagar a esses mesmos Estados (i.e. aos cidadãos), com língua de palmo, os apoios à banca e à economia, é de uma revoltante hipocrisia. Como ficou provadíssimo, os mercados são muito imperfeitos e as empresas estão muito longe de se autorregular. O Estado deve, por isso, ser um regulador forte e impiedoso, controlar sem medo nem hesitações algumas empresas e áreas de actividades que considera estratégicas para o país. De outro modo, será o poder do dinheiro e dos mais fortes a mandar em tudo e todos. Ora, esse poder só tem um interesse: o seu. E uma divisa: privatizar lucros, socializar prejuízos. E isso é intolerável.»
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Interessante
Claro que, quanto a nós, falta dizer muita coisa, como a referência a uma Constituição que ainda vigora com um Sector Empresarial do Estado, ao processo privatizador que vem de trás (de 1976) e é insaciável na sua gula (para o que tem contado com tantos apoios e aplausos...), que há que inverter este rumo, que há que renacionalizar o que foi privatizado contra o interesse do Estado (isto é, das gentes)… e mais coisas que vamos dizendo!
Confesso é a curiosidade em ler o Cem por Cem do próximo sábado.
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Interessante
Claro que, quanto a nós, falta dizer muita coisa, como a referência a uma Constituição que ainda vigora com um Sector Empresarial do Estado, ao processo privatizador que vem de trás (de 1976) e é insaciável na sua gula (para o que tem contado com tantos apoios e aplausos...), que há que inverter este rumo, que há que renacionalizar o que foi privatizado contra o interesse do Estado (isto é, das gentes)… e mais coisas que vamos dizendo!
Confesso é a curiosidade em ler o Cem por Cem do próximo sábado.
QUINTA-FEIRA, JULHO 08, 2010
Tribunal (cheio) de "lata" sobre "golden share"
Tribunal de Justiça da UE chumba uso da "golden share" na PTO Tribunal de Justiça da UE (Luxemburgo) considerou que o Estado Português não podia ter vetado o negócio da Telefónica com a PT, usando dos poderes especiais concedidos pelas "golden share" (acções douradas, no sentido de direitos especiais). Os juízes consideram que tal recurso compromete a eficácia da proibição de restrição da livre circulação de capitais.
(SIC)
(SIC)
Comentário: "... tal recurso compromete a eficácia da proibição de restrição da livre circulação de capitais..."!!!!!! É preciso ter "lata".
Eis a posição jurídica solicitada pelo Exmo. Senhor Presidente dessa coisa chamada Comissão Europeia (é este o nome?), é isto que consideram os meretíssimos juízes sobre "... a eficácia da proibição de restrição da livre circulação de capitais". Quanto se lhes paga para produzirem prosa desta em várias línguas? "... proibição da restrição da livre circulação"?!
Duas observações:
- uma, recorrente: as "golden share" apenas existem porque algo que era de todos passou a ser só de alguns por via de privatização... mas com algumas reservas, teoricamente para possibilidade futura de defesa do todo de que todos ficaram desapossados (coisa que o sr. Ministro das Finanças já se comprometeu a não voltar a fazer... com que direito?... perdão, com que direita?)
- uma outra, histórica: essa tal sacrossanta coisa da livre circulação de capitais é recente. Na União Europeia (dentro dela) apareceu (para se implementar) com o Acto Único, de 1986, ou seja, é de ontem, tem menos de duas décadas e meia. Numa História que se faz em séculos e milénios andou vertiginosamente. Tão vertiginosamente que faz vertigens. E passou da livre circulação para alibertinagem na circulação. Assim o dizem os meretíssimos juízes (e o "nosso" Ministro das Finanças). Talvez se estampem...
QUARTA-FEIRA, JUNHO 02, 2010
A PT e a Telefonica "ao Vivo"
Como se pode comprovar, comecei aqui a falar da dívida e das dívidas das empresas há mas de uma semana.
Logo na primeira mensagem referi as dívidas enormes de duas empresas, a da EDP, com 15 mil milhões de euros, e a Galp, com mais de 2 mil milhões, para dar uma certa dimensão à dívida do Estado que não tem a ver com o défice orçamental e a dívida pública (ou terá...). E também da existêncis de golden-shares, isto é, de reserva de posição para o Estado em empresas que eram públicas, através de acções com direitos e disposições estatutárias especiais.
Poderia ter referido a PT, agora a motivar grande alarido pela enormíssima negociata que está em curso, porque essa dívida é superior a 7 mil milhões de euros, da qual 93% a médio e longo prazo.
Há demissões (sob a capa de adiamentos de tomadas de posição) inaceitáveis!
Última actualização: 4 Mar 2010
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