«Henrique Raposo regressa hoje de férias e escreve sobre este tema (dos refugiados em "invasão europeia"):
“o público europeu está a comover-se em 2015 com a crise dos refugiados da
mesma forma que se comoveu em 2011 com a Primavera Árabe; em 2011 não pensou
nas consequências, em 2015 recusa pensar na ação prática, recusa sair do
pedestal da comoção virtuosa para responder à grande pergunta: o que fazer com
milhões de pessoas que chegam de repente às sociedades europeias?”»
O sr. Henrique Raposo tem, naturalmente, a sua maneira de ocupar a coluna e o espaço que lhe estão reservados. Diz coisas, como uma tia que eu tinha. E, às vezes, nem me desagrada lê-lo... quando escreve sobre coisas do futebol...
Desta feita, decerto bem bronzeado, HR espraia-se sobre a primavera árabe e as suas consequências e atira barretes ao ar, que se enfiarão em algumas cabeças e talvez haja os que lhe sirvam, nanja a mim (ou a nós, colectivamente falando).
Mas o que me leva a vir comentar tal escrevinhador é a utilização da expressão público europeu por forma que me deixa todas as dúvidas sobre ao que se refere.
Se por "público europeu" se deve entender povo, o povo sujeito à informação do que é publicado na dita "Europa", talvez tivéssemos um bom começo de reflexão. E não digo começo de conversa porque, pelo seu tom e estilo superior e convencido, HR só deve conversar consigo próprio ou semelhantemente.
Assim, registam-se o justo interesse e as justas preocupações sobre uma verdadeira tragédia humana, mas não se aceita o ar sobranceiro e responsabilizador relativamente a um indeterminado "público europeu" por causas e efeitos que são de um sistema (de relações sociais) e de políticas que dele decorrem e o servem.
3 comentários:
Dois pedestais opostos: o da 'comoção' e o pedestal da barbárie onde épico se encontra o HR.
Se o termo "povo" causa urticária a cerTos comentadores, poderiam talvez falar em "cidadãos" Mas "povo", cidadãos" ou "direitos huumanos" estão impregnados de "subservidade", vade retro satanás. Poderiam em alternativa usar expressões como "utentes" ou "consumidores", o que seria demasiado evidente e seria um "inconseguimento" na senda do norteamento da "vida pela simplicidade da procura do conhecimento permanente.", pimba, desencantam o "público", quem sabe se em homenagem subliminar à concorrência de Belmiro.
Ê mais fâcil responsabilizar um indeterminado "pûblido europeu",do que analisar correctamente as causas reais que provocam esta verdadeira tragêdia humana.Fica bem a comocao,mas defender o sistema que cria estas situacoes,torna o sr.HR cûmplice dessa mesma tragêdia!Bjo
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