quinta-feira, setembro 24, 2015

reflexões lentas - sobre refugiados e solidariedade

Participei ontem, como membro da Presidência do CPPC (que julgo que sou desde que existe o CPPC... e antes dele existir), numa sessão de solidariedade relativamente aos refugiados do Médio Oriente que estariam a "invadir a Europa". 
Neste momento da vida social e política portuguesa essa sessão terá tido particular dificuldade e oportunidade.
Há duas posições extremas com implicações ampliadas pela campanha eleitoral, que é necessário ter em conta face a uma "opinião pública" inundada (a colocação ou não de aspas nunca é despicienda ou indiferente...) por uma comunicação social que não informa mas manipula, que não esclarece mas veícula e comenta "à maneira". Uma, a de total e incondicional apoio aos refugiados, ignorando totalmente causas, condições e condicionalismos dos países (e povos) de acolhimento; outra, a de intransigente recusa de qualquer solidariedade para com outros, sem quaisquer escrúpulos e com aproveitamento de graves situações nossas, acirrando posições de racismo e xenofobia.
Há que, como em tudo, ter posições informadas e reflectidas. O que não tem nada a ver com "estar no meio" ou não tomar posição.
Como então disse, na última intervenção, que por isso beneficiou das contribuições anteriores, solidárias, justas, equilibradas, e resumo
  • questão humanitária? sem qualquer dúvida!
  • solidariedade? sem hesitações!, e de quem e como sempre é solidário com os outros.!
  • oportunidade para nos conhecermos melhor e para melhor NOS informarmos.
Por isso, e como meu contributo, procurei chamar a atenção para três vertentes da questão - a humanitária, a mediática, a histórica-económica-política -, que se entrecruzam mas se devem ter em consideração.
Como acrescento (ou reforço) pessoal  ao que tenho (ou)visto sobre o tema, lembrei que, no âmbito da União Europeia, a questão coloca-se sobretudo em termos do acordo de Schengen segundo o qual passada uma fronteira de um Estado.membro se entrou no espaço comunitário e há (deveria haver...) livre circulação.
Mas livre circulação só a do capital (que é libertina) e a que interessa ao capital. Como o confirmou a declaração do patronato alemão favorável à entrada de mão-de-obra que possa influenciar o "mercado do trabalho", e do vice-presidente do BCE, Victor Constâncio, preocupado com o envelhecimento da população e que via o lado positivo  da entrada "na Europa" de jovens (procriadores, digo eu...) e crianças (para a estatística e sem doenças transmissíveis, continuo eu a dizer...). A estas posições chamei, por minha conta e responsabilidade, repugnantes.
Assim se evidencia uma União Europeia em implosão, instrumento do capital financeiro transnacional sem "espaço" para solidariedades, internas ou externas... a não ser nas declarações demagógicas. 
Antes, na minha intervenção, reportei o meu "trabalho de casa", referindo três capítulos de um estudo de uma agência noticiosa| sobre o Médio Oriente, de onde respiguei três capítulos - 1-berço da civilização; 6-Primavera Árabe; 9-Os refugiados sírios -, lendo números (que tornam irrisórios, ridículos se não fossem cada um um ser humano, os números para que a tal Umião Europeia não encontra resposta conjunta, decente e solidária) e fazendo uma citação:
  • refugiados sírios na região, depois da "primavera árabe": 2.304.266 até 17.12.2013 (842.482 no Líbano!)

  • deslocamentos no interior da Síria entre Janeiro e Julho de 2015: 1.187.102
  • citação: "Já referi noutro artigo que a principal razão que explica esta emergência da tentativa de restauração do califado na região Síria/Iraque resulta de dois erros estratégicos cometidos pelos EUA. O primeiro, da responsabilidade de Bush, quando invadiu o Iraque, com os efeitos que se conhecem, e o segundo, cometido por Obama, ao promover uma insurreição contra o regime sírio, mas sem dar o apoio militar que os insurgentes requeriam, o que permitiu a ascensão dos grupos mais extremistas na contestação do regime de Assad e conquista do território por si controlado. " 
    (General Loureiro dos Santos Público 29/8 /2014)
Quando se fala da "tragédia humanitária" dos refugiados, nos direitos do homem, nos mortos por afogamento no Mediterrâneo, nos que não tiveram condições para fugir, no mafioso tráfico, há que não esquecer as causas, os principais responsáveis, o sistema que mexe cordelinhos conhecidos e escondidos.

3 comentários:

cid simoes disse...

Causas e responsáveis... todos sabem mas é tabu.

Olinda disse...

As causas ,sabemos quais sao.Mas o que estâ a mover este gigantesco fluxo,ainda estâ muito enublado!Bjo

rui disse...

Toda a ente sabe que nazis é coisa que há por aí aos montes.
NOTA: Nazismo não é o ser 'alto e louro', bla bla bla,... mas sim... a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros.
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Os 'globalization-lovers' que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa!
Existem 'globalization-lovers'... e existem 'globalization-lovers' nazis (estes buscam pretextos para negar o Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones).
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Quando se diz «todos diferentes, todos iguais... isto é, todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta» [nota: inclusive as de 'baixo rendimento demográfico'... inclusive as economicamente pouco rentáveis...], nazis made-in-USA - desde há séculos com a bênção de responsáveis da Igreja Católica - proclamam logo «a sobrevivência de Identidades Autóctones provoca danos à economia...»
[nota: os nazis made-in-USA provocaram holocaustos massivos em Identidades Autóctones]
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Obs: que a situação dos refugiados não seja usada para propaganda nazi.
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P.S.
Pelo Direito à Sobrevivência:
-> http://separatismo--50--50.blogspot.com/
(antes que seja tarde demais)


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Anexo:
AUTARCAS EM GRAVE DESLEIXO
{uma riqueza que as regiões/sociedades não podem deixar de aproveitar}
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-> Muitas mulheres heterossexuais não querem ter o trabalho de criar filhos... querem 'gozar' a vida; etc;
-> Muitos homens heterossexuais não querem ter o trabalho de criar filhos... querem 'gozar' a vida; etc;
CONCLUINDO: é uma riqueza que as sociedades/regiões não podem deixar de aproveitar - a existência de pessoas (homossexuais ou heterossexuais) com disponibilidade para criar/educar crianças.
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---> Já há mais de dez anos (comecei nos fóruns clix e sapo) que venho divulgando algo que, embora seja politicamente incorrecto, é, no entanto, óbvio:
- Promover a Monoparentalidade - sem 'beliscar' a Parentalidade Tradicional (e vice-versa) - é EVOLUÇÃO NATURAL DAS SOCIEDADES TRADICIONALMENTE MONOGÂMICAS...
{ver blogs http://tabusexo.blogspot.com/ e http://existeestedireito.blogspot.pt/}
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P.S.
Tal como eu explico no blog «http://tabusexo.blogspot.com/» -> o Tabu-Sexo não se tratou de um mero preconceito... foi, isso sim, uma estratégia que algumas sociedades adoptaram no sentido de conseguirem Sobreviver... leia-se: o Tabu-Sexo tinha como objectivo proporcionar uma melhor Rentabilização dos Recursos Humanos da Sociedade... leia-se, o verdadeiro objectivo do Tabu-Sexo era proceder à integração social dos machos mais fracos!!!
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P.S.2.
Uma sociedade/região, para sobreviver, precisa de (COMO É ÓBVIO) possuir a capacidade de renovação demográfica.
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P.S.3.
Existem autoridades de sociedades/regiões (que estão sem capacidade de renovação demográfica) em desleixo:
- não monitorizam/motivam/apoiam uma riqueza que não podem deixar de aproveitar -> a existência de pessoas (homossexuais ou heterossexuais) com disponibilidade para criar/educar crianças.
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P.S.4.
Mais, existem autoridades de sociedades/regiões (que estão sem capacidade de renovação demográfica) que são cúmplices de 'globalization lovers' nazis.
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P.S.5.
Uma NAÇÃO é uma comunidade duma mesma matriz racial onde existe partilha laços de sangue, com um património etno-cultural comum.
Uma PÁTRIA é a realização de uma Nação num espaço.