Hoje, foi dia de Assembleia da República (perdão...) Municipal. Por razões várias, falhas, imprecisões e erros - de que não importará procurar (aqui, pelo menos...) responsáveis -, a sessão foi convocada como extraordinária. O que levou a que não houvesse período antes da ordem de trabalhos, logo sem declaração política. Daí que este eleito que sou eu -1 eleito pela CDU em 34 - trouxesse para casa o que escrevera para ler. Por isso, a publico:
DECLARAÇÃO POLÍTICA
(Cumprimentos protocolares)
Caros
concidadãos
Da
sessão desta Assembleia de 28 de Setembro para a de hoje, 30 de Novembro,
nestes dois meses, em Portugal e no Mundo ocorreram factos e mudanças que alteraram
situações e perspectivas.
Nesta
curtíssima declaração política apenas anoto alguns apontamentos que não podem
deixar de se registar num órgão político como este é, certo que muito de
factualmente relevante me escapará, e reduzirei ao mínimo o comentário.
A
tragédia de Paris merece destaque pelo horror (diria) “à porta de casa” pela
proximidade física e cultural, e tantos serem os nossos compatriotas e
conterrâneos que ali vivem. Foi o crime sem nome, foi o horror, que marcam o
ambiente em que vivemos desde há duas semanas, em que politicamente se dramatiza
e especula, colocando dilemas como democracia ou segurança, alterando o
xadrez internacional. Mas exige-se que se vejam os antecedentes, a criação de
monstros que monstruosamente atacam os seus criadores, repetindo e ampliando o
que já conhecemos. O chamado Estado Islâmico não pode ser separado do que o
criou, da intervenção ocidental directa e indirecta no Norte de África e no
Médio Oriente, da intenção de controlar a Síria e chegar ao Irão, com os riscos
e perigos agravados com incidentes como o verificado com o avião russo derrubado
pela Turquia. De amarelo fixo de risco se não se parar, a situação
internacional passou à cor vermelha de perigo de guerra global. Esperemos que
não. Como cidadãos, lutemos para que não!
A
mudança verificada em Portugal neste tempo trouxe a política para as nossas preocupações
primeiras. Mais do que lamentos pelo estado social, discute-se política na rua.
Com as eleições de 4 de Outubro, e os seus resultados, alterou-se uma situação
que há quase 40 anos era de alternância dentro do “centro-direita” para uma
alternativa “centro-esquerda” com apoio parlamentar da “esquerda” (e não me
venham com o fantasma da “extrema esquerda” quando o perigo é de “extrema
direita”, de fascismo – na Europa, no Mundo – com efeitos de contágio, de que
conhecemos, aqui em casa, meio século de experiência).
Na
acta que hoje aprovámos há uma afirmação de um membro que estimo em que diz,
responsavelmente, “o voto útil apenas será discutido entre duas forças
concorrentes”. Pois bem, as eleições de 4 de Outubro, pelos resultados que
tiveram e sequente evolução política, entre muito, vieram dar-nos duas lições,
de que é urgente TODOS tomarmos consciência:
·
que as eleições
legislativas são para eleger deputados que vão formar a “Casa da Democracia”
e não para primeiros ministros;
·
que, sendo todos
iguais como concidadãos, todos os votos são igualmente úteis!
Assim
se aprende democracia e congratulo-me, como estudante caloiro de ciência
política na “Universidade da Cidadania”, de estar a viver esta aula prática.
1 comentário:
Muito bem!Bjo
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