segunda-feira, janeiro 15, 2018

Demo cra cia escrita segundo a ortografia do «mais português dos partidos»? Rejeição liminar!

Comecei mal a manhã! A confrontar informação sobre o que considerava "arrumado", como novas condições do "estado da Nação" num aspecto de alguma importância mas tornado transcendente pela comunicação social. É o Rio? Seja o Rio... mas não chateiem mais (desculpem a ligeireza da forma... mas chateou mesmo!). E apanho com isto, ao "folhear" o Expresso Curto (servido por Filipe Santos Costa):

«(...) Algumas almas ingénuas viram na vitória de Rui Rio a derrota do aparelho partidário. É como acreditar que o Pai Natal existe e escondeu um pote de ouro no final do arco-íris. Nisto do caciquismo e do aparelho partidário não há inocentes, como o Expresso já tinha deixado claro, ao denunciar, na sua edição de sábado, o mistério dos eleitores-fantasma no concelho de Ovar, cuja câmara é presidida por Salvador Malheiro, o diretor de campanha de Rio. Nos cadernos eleitorais de Ovar havia casos tão estranhos como os 17 militantes, todos com sobrenomes diferentes, que supostamente viviam na mesma casa - a Isabel Paulo foi lá e confirmou que nessa casa só vivem oito pessoas e nenhuma é do PSD. O mesmo se passa em várias outras moradas suspeitas. Até num descampado onde não existe casa nenhuma vivem, de acordo com os cadernos eleitorais, oito militantes de Ovar que puderam votar no sábado...

O Observador foi ver como decorreram as diretas na terra do diretor de campanha de Rio. E mostra o aparelho partidário em todo o seu esplendor: gente metida em carrinhas para votar em bloco no candidato em que são mandados votar. É por estas e por outras que, no último dia do prazo, foram pagas as quotas de 20 mil militantes, para que pudessem votar nestas diretas. Tiveram um sobressalto e foram a correr para o multibanco? Nada disso - alguém pagou as quotas por eles; provavelmente os mesmos caciques que depois os levaram em carrinhas às mesas de voto. O caciquismo quando nasce é para todos.(...)»

Luto pela democracia, com o princípio elementar do respeito pelos outros, e indignei-me. Não pela informação mas pelo  que é informado, isto tem de ser divulgado pois não pode ser aceite com um indiferente e desdenhoso encolher de ombros! Trata-se de crimes, impunes e virais. De que todos seremos cúmplices se os não denunciarmos.

(e, em àparte ou nota de pé-de-página: "almas ingénuas viram na vitória de Rio Rui  a derrota do aparelho partidário" do PSD? Mas... não foi ele secretário-geral desse aparelho?, não foi vice-presidente de sucessivos presidentes do partido? "Almas ingénuas" ou gente intencionalmente mal informada?) 

4 comentários:

Justine disse...

Ficaste indignado porque o que foi feito é indigno de alguém honesto. E sim, é preciso divulgar e punir o que é um acto (ou vários actos) criminoso

Olinda disse...

Não sei se é indignação se "raiva"quando a dita comunicação-manipulação pretende mostrar à opinião pública que os partidos são todos iguais.Exemplo maior,aí está à vista.Para além de muitas outras coisas,claro!Bjo

João Baranda disse...

E qual o pasquim responsável pela divulgação do ato de cacicagem ovarense?
Talvez que comece a valer a pena ler menos Expresso e mais Avante e Observador
abraço

Sérgio Ribeiro disse...

Corrijo-me! E agradeço a observação sobre o "pasquim divulgador".
Os picos de indignação deveriam ter sempre a referência à indignação constante face à comunicação massificadora, larvar e ideológica que, por vezes, deixa escapar o que, de tão escandaloso, se impõe (e há, diga-se e honrem-se, profissionais honrados). Por isso, leio o Expresso como via para ME informar... e manter viva a indignação. E reforço o meu lema com quase 5 décadas: Informar, informar-SE... como?
Forte abraço