- Edição Nº2361 - 28-2-2019
Venezuela vencerá!
De entre as importantes ilações que se devem retirar dos acontecimentos, ocorridos no último fim-de-semana, em torno da provocação montada pelos EUA contra a República Bolivariana da Venezuela, é o terem posto a nu a incomensurável distância que separa a infame campanha de manipulação e mentira – incluindo a veiculada em Portugal – da efectiva realidade venezuelana.
Assinale-se que, mesmo perante o descalabro da acção provocatória, mas imbuídos pelo guião de mentira (e quimera) que tramaram, os seus «mentores» e «actores» – de Pence, Pompeo, Bolton ou Rubio, à sua «marioneta» Guaidó – continuavam a apelar ao recrudescimento da ingerência e da agressão, incluindo através da intervenção militar contra a Venezuela e o seu povo.
No entanto, o que a realidade determinou foi a importante derrota dos agressivos planos imediatos do imperialismo norte-americano, que contaram com o particular envolvimento das autoridades colombianas. Uma derrota que se deve, em primeiro lugar, à resposta determinada e séria das forças bolivarianas, à firmeza da unidade cívico-militar, ao compromisso patriótico da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), à corajosa mobilização popular em defesa da Revolução, da soberania e independência da Venezuela – que contou com o significativo posicionamento em defesa dos princípios da Carta das Nações e a activa solidariedade de diversos países e das forças da paz e do progresso por todo o mundo.
Embora tal resposta tenha contribuído para um maior isolamento do intento, arquitectado pelos EUA e executado pela extrema-direita golpista venezuelana, de abrir o caminho à intervenção armada – a coberto de uma falsa e hipócrita «ajuda humanitária», de que as Nações Unidas e a Cruz Vermelha Internacional correctamente se demarcaram –, continua a incitação ao isolamento e à ingerência contra a Venezuela, nomeadamente através da instigação da operação golpista, como resultou da recente reunião do conspirador «Grupo de Lima».
Para além das ameaças de intervenção militar por parte da Administração Trump, secundadas por Juan Guaidó, contra o povo venezuelano, continuam a desestabilização, as sanções e o bloqueio económico, a confiscação ilegal de bens e recursos financeiros, que visam asfixiar a economia da Venezuela e degradar as condições de vida do seu povo.
Face à expressão do apoio popular e legitimidade do Governo dirigido pelo presidente eleito, Nicolás Maduro, o Governo português continua vergonhosa e irresponsavelmente alinhado com a operação golpista, a que eufemesticamente designa de «transição», tendo chegado a afirmar que a «questão»que se colocava era a de saber se esta se podia «fazer de forma pacífica, sem confrontação interna, nem intervenção externa» (DN, 1.2.19).
Desde há 20 anos que o imperialismo procura esmagar o processo bolivariano, iniciado com a eleição do Presidente Hugo Chávez. Um processo que não só garantiu pela primeira vez direitos a milhões de venezuelanos, como impulsionou um histórico avanço na cooperação soberana latino-americana e caribenha, fora da alçada do domínio dos EUA, contribuindo, pelo seu exemplo, para a luta dos povos de todo o mundo. Os EUA e seus acólitos não irão desistir das suas provocações e intentos agressivos. Tão pouco a Venezuela bolivariana deixará de resistir e de lutar – é com ela que há que estar solidário!
Pedro Guerreiro
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