quinta-feira, agosto 06, 2020

Hiroxima e outras lembranças

Do meu (quase-)diário:  

06.08.2020

De novo, as notícias da manhã de hoje quase monopolizadas pelo desastre em Beirute, aquela “tremenda asneira” (se foi isso…) de armazenar produto explosivo em quantidade desmesurada num porto de uma grande cidade.

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A brutalidade da explosão que destruiu parte da martirizada capital do Líbano e matou centenas de pessoas, e que fez lembrar, em mais de uma fonte da nossa informação, Hiroshima e Nagasaki, cidades japonesas destruídas pelo lançamento de bombas atómicas no final, ou para lá, do final da guerra de 1939-45, de que neste Agosto se assinala a efeméride.

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Tanta História que se suscita!

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Em todos os Agostos de todos os anos se lembra Hiroshima e Nagasaki, e é bom que se lembre… para que não se esqueça (o que pode parecer deslize na formulação mas não é, é propositado).

 

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Mas seria também de lembrar por quem, por quê e quando se lançaram aquelas bombas que ainda hoje horrorizam quem lembra e quem é lembrado (embora, evidentemente, de maneiras diferentes)

 

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Por quem?, pela força áerea dos Estados Unidos, que mantém até agora (e se deseja para sempre) o exclusivo de terem lançado bombas atómicas contra alvos civis.

 

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Por quê?, em retaliação final contra o ataque surpresa à base militar naval de Pearl Harbor pela força aérea do Japão, em Dezembro de 1941, que levou os Estados Unidos a entrarem na guerra.

 

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Quando?, nestes primeiros dias de Agosto mas de 1945, já com a Alemanha derrotada e simultânea com a conferência de Potsdam, sequente à de Ialta do mês de Fevereiro, em que os Aliados consubstanciaram o final da guerra (e um deles, ali sentado em conversações de paz, carregava no botão que provocou aquele crime sem nome!).

 

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Em Fevereiro de 1945, em Ialta-União Soviética, tinham estado Churchill, Roosevelt e Staline, acertando o final da guerra, que, no entanto, ainda foi uma corrida entre eles, como o comprovam, na frente leste, actos como o desnecessário bombardeamento de Dresden para atrasar o desfraldar a bandeira da URSS nos cimos de Berlim a 8 de Maio, o que Truman, nessa noite, proclamou como sendo “o tremular das bandeiras da liberdade sobre toda a Europa”.

 

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O mesmo Truman que, em Potdsam, substituiu Roosevelt (falecido em Abril), como Atlee substituiu Churchill (vencido por eleições no Reino Unido) e com Staline negociavam a administração da vencida Alemanha e a complicada posição de Berlim, mas ao mesmo tempo dessas negociações em paz alcançada pelos Aliados, um deles destruía Hiroshima e Nagasaki.

 

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Decerto para mostrar, aos Aliados…, de que força dispunha e que estava disposto a usá-la.

 

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Depois, veio a guerra da Coreia, e o célebre (para quem então o viveu) paralelo 38 (que também atravessa Portugal),



4 comentários:

Olinda disse...

Em todos os Agostos de todos os anos se lembra Hiroshima e Nagasaki e seria bom que a efeméride fosse lembrada com rigor histórico.Hoje,num canal generalista da televisão(notícias das 13h)a informação dada foi que a bomba caíu,falaram em queda mais que uma vez e a peça seguiu até ao fim sem pronunciarem uma única vez a palavra Estados Unidos.É indignante.Bjo

Sérgio Ribeiro disse...

Inteiramente de acordo, camarada Olinda. É monstruosa a desinformação, É de uma indignidade total.

Anónimo disse...

Há três dias não foi uma explosão nuclear? Como explodiram Hiroxima e Nagasaqui? Que lembrança dos 75 anos... E os aviões a voarem baixinho? A tecnologia e a comunicação são muito mais avançadas, para que não vejamos o que está á nossa frente.

João Baranda disse...

Importa referir que o fanatismo dos soldados japoneses iria vitimar ainda muitos jovens americanos naquele final de WWII. Ou seja sendo certo que a derrota do Japão era uma questão de tempo ainda iriam morrer muitos americanos porquanto a mentalidade nipónica era resistir e não a rendição ... Os EUA não estavam preparados para um sacrifício desses (diferentemente do que ocorreu com a URSS na sua luta com a Alemanha). E não desculpando o ato ... haverá aqui que dizer que o fanatismo e o código de ética do soldado japonês empurrou Truman para o ataque nuclear.
Abraço