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domingo, dezembro 19, 2010

IDH-2010 - mais um apontamento


Diria que "ainda a procissão vai no adro". E nem sei se conseguirei levar "o andor" muito mais onge...

O que sei é que este índice IDH, e os relatórios que, ano a ano, vai justificando, merecem atenção. E que para ela pretendo chamar.

Não será com eles, com os IDH tal como estão, que mediremos por forma cabalmente comparável a "riqueza das nações", o bem estar dos povos. Nem se espera que alguma vez se consiga tal fazer, com exactas representações estatísticas das realidades. Mas são aproximações, e aproximações que fazem um esforço.

No relatório deste ano, acabado de publicar, sublinho a introdução de três novas ponderações com a intenção de aproximar às desigualdades e à pobreza. Se não se deve (nunca!) ficar satisfeito com o que se tem, pior seria não aproveitar os instrumentos que vão sendo facultados, e os que se vão "inventando" a partir do instrumental sempre em desenvolvimento (como as forças produtivas) de que se vai dispondo.

sábado, dezembro 18, 2010

IDH-2010 - o índice de não-rendimento (ou monetário)

Se já aqui se referiu o confronto entre as tabelas de crescimento económico (RNB per capita em dolares em ppc) e as do IDH compósito ou conjunto, o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2010 inclui uma coluna em que se lista o IDH de não-rendimento (ou não monetário, na tradução literal do francês), em que se calcula o desenvolvimento humano excluindo o indicador monetarizado.
Parece interessante que, sendo habitualmente avaliado o desenvolvimento humano por via de indicadores económicos (como o PIB ou o RNB), o PNUD, nos seus cálculos, autonomize as componentes relativas à saúde e à educação e ordene os países por índices não monetários mas referidos a níveis nessas vertentes tão significativas do viver (humanizado) das populações.

A lista que elaborei inclui os 45 primeiros países dos 173 arrolados (os 169 com IDH calculado mais 4 que, não estando incluídos nessa lista de IDH total, estão, no entanto, numa outra lista em que se referem os seus valores de IDH de não-rendimento).

Algumas notas de sublinhado:

  1. Cuba que foi excluido da lista de IDH total por "falta de dados internacionalmente compilados e verificados", só o terá sido devido a a dados relativos ao rendimento monetário pois no IDH de não-rendimento ocupa um verdadeiramente extraordinário: 17º lugar, entre a Espanha e a Grécia!
  2. Os países com posição entre os de mais elevado nível de desenvolvimento humano devido à disposição de matérias primeas estratégicas, sobretudo petróleo, desaparecem desta lista de IDH de não-rendimento.
  3. Os países europeus que viveram décadas de experiência de construção do socialismo têm subidas muito significativas, estando todos nesta lista, com excepção da Bulgária que, no entanto, estaria entre os 50 primeiros quando é o 58º no IDH compósito.
  4. Os países "de lavagem de dinheiro" (ou outro tipo de "paraísos"), como Liechenstein (19 lugares), Andorra (14), Singapura (12 lugares) e Luxemburgo (11 lugares) são os de mais forte queda, e até a Suiça, pelo seu papel no sistema bancário-monetário, desce 6 lugares nas componentes saúde-educação relativamente ao lugar que ocupa no IDH conjunto por efeito do peso da componente monetário-especulativa.
  5. A Islândia é o país de maior subida, mas por motivo da queda das componentes de crescimento dito económico, que ainda não teriam atingido as componentes saúde e educação, o que, ao que parece, os islandeses não estão muito dispostos a deixar que aconteça: se há algo que tenha que falir, que vão os bancos responsáveis pela crise à falência...
  6. Portugal desce 5 lugares, passando de 40º para 45º!



____________________
(*) - outro país em idêntica situação é o Palaos, com um 36º lugar, mas não me parece relevante dadas as suas características: uma dimensão pouco superior ao concelho de Ourém e uma população de 20 mil habitantes, em país independente desde 1994 mas totalmente dependente dos Estados Unidos, até nas votações sobre o bloqueio a Cuba, em que o documento de rejeição desse bloqueio, votado este ano na Assembleia-Geral das Nações Unidas, teve apoio quase unânime dos 192 países que integram a ONU, já que 187 membros votaram a favor, dois contra (EUA e Israel), além de 3 abstenções (Ilhas Marshall, Palaos e Micronésia).

sexta-feira, dezembro 17, 2010

IDH-2010 - pequena pausa ou apeadeiro

Qualquer indicador ou índice tem a finalidade de representar a realidade. Essa representação deve ser tratada não como a realidade mas uma sua representação. No entanto, as estatísticas têm vindo a tomar tal importância que é cada vez mais frequente ver-se substituída a realidade pelas suas representações. Na política, no crescimento económico, no desenvolvimento humano, esta verificação chega a ser assustadora. Por ilustrarem a manipulação da informação, como arma perversa da luta ideológica. Refira-se, e apenas a título de exemplo, o uso que se faz de sondagens de intenções de voto nas "nossas democracias ocidentais"…
Mas passe eu adiante, que quero ir por outros caminhos menos enlameados ou minados (embora nem todos o sejam menos!).
As representações relativas à situação económico-social das populações têm de ter por base o factor monetário. A medida em PIB, ou em RNB, é indispensável. Mas em que valor? Não pode ser físico, em quilos, litros, metros, ou "paletes". Naturalmente (porque resultado de um real processo histórico) será em medida monetária, no equivalente geral. E assim nos encontramos no âmago da economia política. Na questão do valor e como o definir e medir(*). Uma unidade de medida comum é tão indispensável como se foi tornando cada vez mais um instrumento usado com fins que servem os interesses (de classe) dominantes.
Venhamos ao que, agora, importa. O nível de crescimento económico pode ser assimilado à riqueza das nações e medir-se em RNB per capita, numa moeda (dólar), com uma correcção técnica que se chama paridades de poder de compra. É muito, mas de modo nenhum é tudo e pode ser, e é, falseador. Porque é uma média, não entra com as desigualdades de distribuição pelas “cabeças”, alimentos e armas e petróleo "valem" o mesmo quando traduzidos em moeda.
79 mil dólares de RNB por habitante do Qatar são, sobretudo, galões de petróleo possuídos por uma pequeníssima minoria dos 835 mil habitantes da nação e não podem servir, como representação exclusiva da(s) realidade(s), para se comparar com os 22 mil dólares de RNB por habitante de Portugal.
Daí a importância do índice de desenvolvimento humano, como passo – e pequeno e tímido, mas muito importante – que, numa primeira aproximação, nos diz que, incorporando indicadores de saúde e de educação, o Qatar está em 38º, com um IDH de 0,803 e Portugal logo a seguir com um IDH de 0,795 (igual ao do Bahrein, que tem um RNB por habitante de 26,7 mil dólares em ppc), enquanto que, no indicador estritamente monetário, o Qatar seria o 2º em aparente riqueza das nações (o 1º seria o Liechtenstein, minúsculo país que é uma autêntica lavandaria de dinheiro.., onde vivem “principescamente” 30 mil habitantes), e Portugal guardaria o 40º lugar na lista dos 169 países para que o PNUD apurou dados.
É com estas prevenções que devemos usar as representações quantitativas. Trabalhando-as com… pinças.
E, a seguir, falarei de Cuba no IDH!
___________
(*) – Marx, numa carta de 27 de Abril de 1867, sobre O Capital:
«O que há de melhor no meu livro (e aí repousa toda a compreensão) é que
1º - como o sublinho desde o começo, o trabalho tem um carácter duplo segundo ele se exprime em valor de uso ou em valor de troca;
2º - a mais-valia, (que) é tratada independentemente das suas formas particulares, tais como o lucro, juro, renda financeira, etc. (...)»

quarta-feira, dezembro 15, 2010

IDH-2010 - Todas iguais, todas diferentes

Adam Smith foi um homem e um momento histórico dos relevantes, dos decisivos. Como os há na música, na arquitectura, sei lá..., em qualquer actividade humana que se venha desenvolvendo ao longo dos milénios.

Adam Smith foi, talvez (há sempre que colocar um talvez quando se fala de um ou de o, porque toda a obra individual é colectiva...), o mais importante representante do ascenso do capitalismo, enquanto manifestação superstrutural do modo de produção e formação social a tornar-se dominante, com a "descoberta" da mão invisível do mercado (dos mercados...), e a sua obra "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", de 1776, depois de ter escrito uma década antes "A teoria dos sentimentos morais", em tempos em que os economistas também filosofavam e tinham preocupações morais.

Quase um século depois, Marx escreveu O Capital (maneira de dizer que exige que se acrescente que O Capital foi sendo escrito ao longo de uma seriíssima vida e investigação... e ainda está a ser escrito), que começa por "A riqueza das sociedades...", e em que, logo a partir das primeiras páginas, Adam Smith é visita permanente com quem Marx muito "conversa"...

Dito isto, voltemos a "A verdadeira riqueza das Nações: caminhos para o Desenvolvimento Humano" que é o título (talvez pretensioso...) do Relatório de Desenvolvimento Humano - edição do 20º aniversário, publicação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Apesar da atenção que estou a ter relativamente a esta investigação, que vai entrar na terceira década, e que há muito venho dedicando e continuarei a dedicar, não espero dela "milagres" parecidos com os de Adam Smith e de Karl Marx (da minha "vizinha" não falo porque é "santa da casa"...), mas considero os seus resultados como um instrumento imprescindível para o acompanhamento da realidade que vivemos. Mais: que, com esse instrumento, temos a possibilidade de acrescentar alguma coisa (dependendo das unhas de quem pegue na guitarra) à compreensão da realidade, escorados na base teórica que é a nossa.

Todas as nações são diferentes, sendo todas iguais no que é a sua riqueza. Como medi-la? Pelo PIB, isto é, Produto Interno Bruto? Não, até porque, na apresentação deste 20º relatório do trabalho do PNUD - e do seu índice de desenvolvimento humano (IDH) - se substitui o PIB per capita pelo Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita "para incluir o rendimento das remessas externas e do apoio internacional ao desenvolvimento". Será então o RNB per capita? Se assim fosse, a mais rica nação seria o Lietchenstein (menos de 35 mil habitantes) e a 2ª o Qatar (pouco mais de 800 mil habitantes.

É a procura de uma medida mais humana da "riqueza das nações" (Tévoédjrè escreveu, nos idos anos 7o, um interessante A pobreza, riqueza dos povos...) que está nas intenções dos criadores do IDH do PNUD. Será trabalho insano, ou seja, de gente sem juízo, procurar fazê-lo? Bem me parece que não, mas já tenho dúvidas sobre a sanidade de quem dedica algumas das suas horas a procurar aproveitar o que se vai avançando nesse caminho e a procurar divulgá-lo, quando o tempo parece ser de outras lutas. E a presumível insanidade estará na convicção de que essas outras lutas não podem prescindir destas procuras.

Isto anda tudo ligado... e estudar a riqueza das nações (todas diferentes, todas iguais porque gente com passado, cultura e futuro) com indicadores de saúde, de educação, de desigualdades, de desigualdade de género, de pobreza multidimensional, é por demais aliciante. E necessário.

terça-feira, dezembro 14, 2010

IDH-2010 - Retomando

Retomar rotinas pode ser, por exemplo, voltar a um trabalho deixado inacabado.

Agora, será voltar ao IDH, esse indicador criado no âmbito do PNUD, que há vinte anos procura cumprir a intenção de introduzir na avaliação do desenvolvimento humano outras componentes para além da medida monetária do crescimento económico (RNB per capita, em dólares e paridades do poder de compra). Basicamente medidas de saúde e de educação.
Uma leitura importante a fazer é a de comparar a lista de países ordenados pela medida económica com a lista dos países ordenados por esta medida mas ponderada pelas medidas de saúde e de educação.
Comparando as duas listas, sublinho que os três países com maior diferença positiva (isto é, maior subida na segunda lista relativamente à primeira) são a Nova Zelândia (+30), a Irlanda (+20) e Islândia (+20), mostrando como os níveis atingidos pela saúde e de educação melhoraram o lugar ocupado pelo nível de crescimento económico monetarizado (em paridades de poder de compra); e os três países com maior diferença negativa (isto é, maior descida na segunda lista relativamente à primeira) são Angola (-47), Kuwait (-42) e Botswana (-38), mostrando como a disposição de recursos (como o petróleo) pode originar valores económicos monetarizados que não têm expressão nos níveis de saúde e de educação.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

IDH-2010 - Revisão e correcção para eventuais “curiosos”

No aproveitamento da publicação do Relatório de Desenvolvimento Humano – 2010, nas muitas contas e nos muitos cálculos que vou fazendo, a publicação de algumas informações pode conter falhas ou erros de que, depois, me apercebo (como quando estou a ser conduzido para tarefas no Algarve...). Aliás, nestas coisas, por mais que se reveja há sempre alguma coisa que escapa…
Talvez ninguém reparasse (!!!), mas aproveito para dizer que estas ordenações obedecem a critérios meus, evidentemente discutíveis, pois excluo alguns países como Liechsenstein, Singapura, Andorra, Qatar por não completarem a série 1990, 1195, 2000, 2005 e 2010, e vi-me obrigado a preencher, por cálculo meu, a falha de dados para Alemanha no ano de 2000.
Quanto às minhas falhas, na folha excel sobre a evolução dos países com DH muito elevado, depois de a "scanear" e publicar no “post”, verifico que a coluna do ano 2000 não está certa e corrijo-a, assim com devo incluir dois países entre os referidos por terem tido lugares entre os 12 primeiros numa destas cinco datas (o Reino Unido no 11º lugar em 1995, a Coreia do Sul no 11º em 2010)
Em 2000, a Irlanda foi o 10º (e não o 5º), a Alemanha o 13º (e não o 9º), o Japão o 11º (e não o 10º), a Islândia o 12º (e não o 7º) e a Dinamarca o 16º (e não o 15º).
Para se poder completar o quadro (e o gráfico), a Coreia do Sul foi, sucessivamente, 31º, 25º, 22º, 19º e 11º e o Reino Unido 24º, 11º, 23º, 21º e 25º.
Logo virei com mais informações. E se as há...

quinta-feira, dezembro 09, 2010

IDH-2010 - Apenas um apontamento

Olhando estes mapas, estes nomes de países, estes números, há uma circunstância que parece perseguir-me. Como é que a Noruega se instalou em 1º lugar e parece de pedra e cal como o país com o desenvolvimemto humano mais elevado?

Isto depois de ter - o seu povo! - dito duas vezes não à chamada "Europa" (CEE e UE) após negociações levadas até ao fim pelos seus executivos, em 1972 e em 1992... mantendo-se um país europeu!

385 mil quilómetros quadrados, perto de 5 milhões de habitantes quase 60 mil dólares ppa de RNB por habitante.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

IDH-2010 - a evolução e os de DH muito elevado

Na sequência da observação deste importante material de estudo, e procurando não ser muito cansativo, ou melhor, ter alguma utilidade a informação que resulta deste meu trabalho, vou deixar algumas notas sobre a evolução neste 2oº ano de publicação dos relatórios sobre Desenvolvimento Humano. Na informação para a imprensa, em Nova Iorque, em 4 de Novembro, foi sublinhado que o índice deste ano (IDH-2010) "não deve ser comparado como o IDH que surgiu em edições anteriores do Relatório de Desenvolvimento Humano devido à utilização de indicadores e cálculos diferentes. Assim, excluiram-se 14 países "por falta de dados internacionalmente compilados e verificados".entre eles Cuba, embora logo se acrescente que, para Cuba existem informações para todos os componentes do IDH, excepto sobre o RNB(rendimento nacional bruto), tal como calculado para este indicador. Pelo que, a Cuba voltarei...
Entretanto, é possível reconstituir a série, e o relatório fá-lo, considerando que as análises dinâmicas têm sentido do de 5 em 5 anos.
Neste "post", fixo-me na evolução no quartil superior dos países de desenvolvimento humano, novo critério para os considerados de DH muito elevado, ainda na sequência do que já adiantei, mas agora com base na nova série.
São estes, com os valores para 1980 (anterior ao cálculo de IDH), 1990, 1995, 2000, 2005, 2009 e 2010:

Depois de algumas simplificações por minha conta e risco, trago informação que me parece poderem ser interessantes.
Por agora, apenas deixo um quadro e um gráfico, que comentarei, em que se vê os países que estão entre os 12 primeiros nos anos de 1990, 1995, 2000, 2005 e 2010.
Depois de alguns comentários em próximos "postas" (por agora, repare-se apenas nas espectaculares subidas da Irlanda -de 21º para 5º - e da Islândia e na enorme "recaída" da Islândia - de 14º para 7º e de 7º para 16º -, estando a Irlanda na calha para subir uns largos lugares), irei - passo a passo - deter-me em evoluções mais relevantes de alguns países. Desculpem a "seca" mas... gosto mesmo disto!
E pergunto-me, de vez em quando, como é que os srs. Marx e Engels trabalhavam sem dispor do excel. Eram mesmo "munta" bons!

terça-feira, dezembro 07, 2010

IDH-2010 - os países de desenvolvimento humano muito elevado

O Relatório do Desenvolvimento Humano 2010 foi publicado no mês de Novembro. O manancial de informações que faculta dá, como tenho dito, "pano para (muitas) mangas". Algumas vou por aqui deixar.

Antes de mais, sublinhar o já dito. Estes relatórios referem-se a um indicador, índice de desenvolvimento humano, que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vem elaborando e publicando desde 1990. Procura ponderar as habituais medidas de crescimento económico com dados relativos à educação e à saúde e procura, ano a ano, introduzir melhorias.

Transcrevi, aqui, o prefácio ao relatório deste ano - A Verdadeira Riqueza das Nações - vias para o desenvolvimento humano -, e também o seu índice, e estou a aproveitar os seus dados.

Nesse aproveitamento, comecei por encontrar a dificuldade de actualizar a série de IDH porque a introdução de alguns conceitos novos o tornam impossível. Esses conceitos e dados novos referem-se às desigualdades - e a eles me referirei - e terão provocado alguma mexida no ordenamento dos países.

No anterior relatório havia arrolados com IDH 182 países e neste, de 2010, há 169, mas continua a distribuição por desenvolvimento humano muito elevado, elevado, médio e fraco, e alguns países para que não se calculou a totalidade das componentes e que, por isso, não se incluem na lista.
No relatório de 2010, consideram-se de IDH muito elevado 42 países, que têm um IDH superior a 0,788 (no anterior relatório o IDH de fronteira era de 0,900 e incluía 38 países), um valor médio de 0,878, uma esperança de vida à nascença de 80,3 anos, 11,3 anos de média de escolaridade, 15,9 anos de escolaridade esperados, e um rendimento nacional bruto por habitante (em paridades de poder de compra) de 37.225 dólares de 2008.
Do anterior relatório para este de 2010, um país desceu ao nível inferior, o Kuwait, e 5 subiram -Eslováquia, Estónia, Hungria, Bahrein e Polónia -, 13 países subiram lugares, sendo o de maior subida a Nova Zelândia que passou de 20º para 3º, 6 mantiveram o lugar que tinham, e 23 desceram com a maior queda da Islândia, com - 14 lugares (de 3º para 17º), além do Kuweit que desceu de 31º para 47º. Portugal desceu 6 lugares, passando de 34º para 40º, e teria baixado de nível (de IDH muito elevado para IDH elavado) se não tivesse havido abertura do critério pois ficou abaixo dos 0,800 (0,795); quanto aos componentes do IDH já referidos, Portugal observa, para 2010, 79,1 anos de esperança de vida à nascença, 8,0 anos de média de escolaridade, 15,5 anos de escolaridade esperada e 22.105 dólares de RNB a PPC, 60% da média do nível muito elevado a que continua a pertencer. É, no entanto, o penúltimo (antes da Polónia) dos 23 países da União Europeu que estão nesse nível (depois da subida da Eslováquia, da Estónia e da Hungria), apenas se mantendo no nível elevado Lituânia. Letónia, Roménia e Bulgária.

Relatório do Desenvolvimento Humano-2010 (PNUD) - Índice

Relatório do Desenvolvimento Humano 2010
Índice
*
Prefácio
Introdução de Amartya Sen
Agradecimento
Abreviaturas
visão geral

.
Capítulo 1
Reafirmação do desenvolvimento humano
A declaração original
Relatórios do Desenvolvimento Humano - à frente do seu tempo
O Desenvolvimento Humano permanece tão vibrante como sempre
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Capítulo 2
O progresso das pessoas
Tendências recentes no desenvolvimento humano:
sob a perspectiva do Índice de Desenvolvimento Humano
Vidas mais longas, melhor saúde
O conhecimento aumenta as possibilidades
Padrões de vida mais elevados
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Capítulo 3
Caminhos diversos para o desenvolvimento
O quebra-cabeças do crescimento económico
e do desenvolvimento humano
Avanço global: o papel das ideias e da inovação
O papel das instituições, das políticas e da equidade
A história mais profunda: mercados, estados e o contrato social
.
Capítulo 4
Tudo o que é bom nem sempre vem junto
As dimensões mais vastas do desenvolvimento humano
Capacitação
Desigualdade
Vulnerabilidade e sustentabilidade
.
Capítulo 5
Inovações na medição das desigualdades e da pobreza
Três novas medidas multidimensionais
Medição da desigualdade multidimensional – o IDH Ajustado à Desigualdade
Medição da desigualdade de género – o Indice de Desigualdade de Género
Medição da Pobreza – o Índice de Pobreza Multidimensional
.
Capítulo 6
A agenda para além de 2010
O progresso e a ameaça das alterações climáticas
Uma agenda para a política
Uma agenda para a investigação
.
Notas
Bibliografia
Anexo estatístico
Guia do leitor
Legenda dos países e classificações do IDH, 2010
Tabelas estatísticas
Notas técnicas
Definições de termos estatísticos
Classificação de países
.
Pano para muitas mangas....

segunda-feira, dezembro 06, 2010

O Indice de Desenvolvimento Humano - o relatório de 2010

Há muito acompanho (há vinte anos...) o indice de desenvolvimento humano, e os relatórios anuais que o criaram e anualmente o apresentam.

A decisão do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de se encontrar uma medida para o desenvolvimento (aliás, na linha de bem separar este conceito do de crescimento económico) tem de ser considerada, na sua proposição, como muito positiva. Independentemenet de todas as reservas que possam merecer algumas intenções... ou as intenções de alguns.
Não se corroborará a afirmação do prefácio do relatório deste ano de que "É agora quase universalmente aceite que o sucesso de um país ou o bem-estar de um indivíduo não podem ser avaliados somente pelo dinheiro" porque parece evidente que essa "quase universalidade" não se traduz, na prática, numa tendência das relações sociais predominantes, podendo mesmo dizer-se que estas têm sido desmesuradamente dominadas pela financeirização da economia, ou seja, pelo domínio do dinheiro, de tudo avaliador, e cada vez mais (juntamente com o crédito) fictício porque cada vez mais desligado da base real, da consideração de que “As pessoas são a verdadeira riqueza de uma nação”, que, como também lembra o prefácio deste ano, foi a primeira frase do primeiro relatório, de 1990.
Já este ano, durante o mês de Maio, e para melhor caracterizar a situação de Cuba no contexto mundial, estudei a sua evolução nos relatórios e indicadores, em sete mensagens a que dei o título genérico de Viagem POR CUBA, com resultados que a mim próprio me surpreenderam.
Esperava, com alguma ansiedade, poder dispor do relatório deste ano, o 20º, anunciado para este fim do ano. Ele aí está, e a ele me estou "a atirar", com o título A verdadeira riqueza das nações - vias para um desnvolvimento humano.





É com vontade de me informar e de informar que o vou trabalhar.




Desde logo, deparei com uma dificuldade. E grande. O relatório deste ano aparece com muitas alterações, resultantes da afirmada procura de cada ano incluir melhorias em áreas muito delicadas, como o prefácio o confirma.

A juntar aos permanentes indicadores sobre saúde e sobre educação que procuram ponderar os de crescimento económico habitualmente utilizados, o prefácio revela que «(...) No Relatório deste ano são introduzidas três novas medidas – que registam a desigualdade multidimensional, as disparidades de género e a privação extrema. O IDH Ajustado à Desigualdade, o Índice de Desigualdade de Género e o Índice de Pobreza Multidimensional, que exploram inovações no terreno e avanços na teoria e nos dados, são aplicados à maior parte dos países do mundo e proporcionam perspectivas novas e importantes(...)»

Assim, diz-se que o relatório deste ano, e o IDH que inclui, actualizado, tem componentes de medida das desigualdades sociais. O que veio alterar, significativamente, a série e cirar as dificuldades que refiro. A primeira, até pela continuidade do trabalho de Maio, pelo facto de Cuba ter saído da lista dos 169 países da lista, embora com inclusão de dados sobre o país.

Por isso, apenas deixo esta nota introdutória ao estudo que vou proseguir, metendo de permeio, em próximo "post", quer o prefácio quer o índice da síntese do relatório.

Sobre Cuba apenas deixo a impressionante referência de que, tendo saído da lista dos 169 países, decerto por questões técnicas-estatísticas, estas, no entanto, não impedem que Cuba seja o 17º mundial, de 173 - os 169 e mais 4 para que é possível encontrar medida para um novo (e muito significativo)indicador, o de valor do IDH não monetário -, numa lista em que os três primeiros são Austrália, Nova Zelândia e Noruega, e em que Portugal ocupa o 45º lugar!