1. No “Congresso das Misericórdias”, a obsessão do mercado levou ao desplante de se ter feito a propaganda de preços de mercado 30% mais baixos, embora caiba perguntar contra quem, contra que concorrentes? Contra os hospitais dos grupos privados, contra os serviços a prestar por grupos financeiros presentes no enorme e crescente negócio da saúde?
O ambiente era de festa, com o PR a deitar foguetes, embora se falasse de fome e de sede que, foi garantido!, a caridadezinha nunca deixará que venham a existir neste País, numa boca que seja. Aliás, as Misericórdias devem estar a preparar-se para abrir instalações anexas a cada centro de (des)emprego.
2. Nessa “festa”, o PR falou, do alto de um banquito com a altura dos 23% dos eleitores que o escolheram, como se fosse o que não é, como se estivesse no cimo de um escadote, ignorou que tem condicionantes legais e constitucionais a cumprir, avalizou e exigiu respeito por um governo que, sendo legítimo, não é mais do que o resultado de uma coligação que representa 22% mais 7% dos eleitores, assimilou o voto de 45% dos eleitores no PSD, PS e CDS a acordo de 80% da população portuguesa com as troikas e suas medidas.
Mas, como é claro, para o conceito de democracia de Cavaco Silva, quem não votou perdeu direitos e legitimidade, e não faltará tentar retirá-los a quem nele não votou (isto é, mais de 80% dos portugueses), ou vier a não mostrar o devido, segundo ele, respeitinho por este seu governo.
Desiluda-se.
5 comentários:
Encontrei este: http://comunidade.sol.pt/blogs/2074472.aspx
Uma vergonha. Um Presidente da República em vez de estar atento às soluçôes para melhorar o País, manda "brincar à caridadezinha".
Um beijo.
Sérgio,
Na sexta-feira estive no Congresso das Misericórdias, em representação do nosso Partido. Pena que o sr. Presidente da República não tenha estado presente para assistir ao que se disse no painel «A importância da Economia Social na promoção do Desenvolvimento sustentável».
Foi curioso que o único partido que, convidado, esteve presente foi o Partido.
Foi um «debate» interessante, com o confronto entre a lógica caritativa como almofada social e a iniciativa de organização «popular» como forma de satisfação das necessidades não satisfeitas pelos instrumentos mercantis.
Foi interessante o confronto entre o conceito de economia social e de economia, que é sempre social...
Interessante o acolhimento que a nossa intervenção teve no congresso, pelos aplausos (mais que educados) e pelas reacções pessoais...
Abraço!
Arrogância que até dá vómitos!
Esperem lá.
Posso até concordar com algumas coisas que foram ditas.
Só não percebi uma coisa: se o PR foi eleito com 23%...não entendo. Então não tem que ser mais de 50%?
Se estamos a falar dos votos expressos para chegar aos tais 23%, então o PCP, em vez dos 12 ou 13% deve ter uns cerca de 2 ou 3%. Estarei a ver mal? Ou estamos a atirar areia para os olhos do pessoal?
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