sexta-feira, março 14, 2008

Mais uma do Ministério da (má) Educação

Recebi o jornal (de) A Voz do Operário, como todos os meses e comecei folheando-o.
Este é um número especial, relativo ao 125º aniversário desta colectividade. Passei páginas, e detive-me na crónica assinada pelo presidente de direcção, Modesto Navarro. O título: Presença notável e uma ausência inaceitável nas Comemorações do 125º Aniversário. Não reproduzo a lista das presença na Sessão Solene, que foi presidida pelo Presidente da Assembleia da República, 2ª figura da hierarquia do Estado, porque seria demasiada extensa (e pesada de significado), mas transcrevo este parágrafo:
"... enviámos três ofícios à Senhora Ministra, a convidá-la para integrar a Comissão de Honra, para que participasse na sessão solene de 13 de Fevereiro e no jantar de 16 de Fevereiro. Nem uma linha recebemos do gabinete do Ministério, a cumprir, ao menos, o que é obrigatório na função pública, ou seja, dizer que tinham recebido as nossas comunicações e que oportunamente iriam responder."
Depois, vem o mais importante, que ultrapassa o devido protocolarmente, para ser verdadeiramente "kafkiano":
"... temos manifestado toda a disponibilidade para que voltem a ser celebrados contratos simples, relativos ao estudo de crianças e jovens de famílias com mais dificuldades financeiras. Representam 72% dos estudantes da Voz, com 50% daquela percentagem nos escalões de rendimentos mais baixos. Foi e é A Voz do Operário, desde 2003, que suporta à cabeça, logo no acto do pagamento, a comparticipação desta instituição e a do Ministério da Educação, sem qualquer aumento para as famílias. A ausência de comparticipações do Ministério representa um prejuízo acumulado de 800.000 euros para A Voz do Operário. Entretanto, não contentes com isso, o Ministério e a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo insistem na exigência da devolução de 401.582 euros relativos a contratos entre 1995 e 2002, em que A Voz do Operário realizou o trabalho com os alunos e descontou, nas suas mensalidades, desde logo, nos actos de pagamento, o que A Voz assumia e o que o Ministério só iria entregar mais tarde.(...)"
Cada vez mais solidário com a direcção ainda transcrevo o que esta, pelo seu presidente, lembra mais adiante:
"... continuamos a respeitar e a levar à prática o que foram os objectivos desde o início definidos e cumpridos pelos fundadores da nossa casa, que não sabiam ler mas criaram um jornal, em 1879, que aprenderam a construir a sua associação, quatro anos depois, em 1883, num trabalho colectivo e abnegado de afirmação humana, de entrega ao ideal mais digno e estimulante, de contrariar o destino miserável que lhes queriam impor e de transformar a vida para melhor (...)"
terminando deste modo:
"Pelo nosso lado, estamos disponíveis para o diálogo democrático, assim como responderemos a todos os ofícios que o gabinete da Senhora Ministra da Educação venha eventualmente a enviar-nos, em cumprimento dos bons princípios de relacionamento institucional."

5 comentários:

Maria disse...

Como dizes, há gente muito mal educada.....

GR disse...

Não, não é má educação!
É uma vergonha.
É desumanidade e espírito de um governo fascistazoide!

GR

samuel disse...

Má educação seriam os adjectivos que me ocorrem sempre que a senhora e os seus cúmplices vêm à baila.
Aquilo é outra coisa...

Anónimo disse...

Como diz o Smuel, é outra coisa e, bem mais grave, que é o facto de fugir ás responsabilidades, é brincar com o trabalho ecom ahonestidade dos outros, é má fé!
Esta Ministra é Salazarenta!
José Manangão

Justine disse...

Concordo com os dois comentaristas anteriores: é prepotência, é arrogância, é desonestidade, é a intenção obstinada de destruir tudo o que se refere a valores sociais.
Isto está mau...