quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Guantánamo

O nome de Guantánamo faz-nos corar. De vergonha. Como "ocidentais" e, agora, particularmente como portugueses. Por termos um ministro dos negócios estrangeiros que diz o que diz depois de ter dito o que disse e não disse, um governo que disse o que disse depois de ter não-dito o que desdiz, por sermos de um Estado aparentemente soberano que fez o que fez e cujos eleitos afirmaram (juraram a pés juntos...) não ter feito. Uma vergonha!

De uma visita a Cuba trouxe um livro, muito bem documentado, de que traduzo os parágrafos finais antes dos anexos (ver ficha em som da tinta):

«A história demonstrou que os Estados Unidos não têm nenhum argumento válido, que não seja a partir da prepotência imperialista e da violação da soberania de Cuba, para manter-se na zona ocupada de Guantánamo. A verdade é que os EUA não têm nem jurídica nem histórica nem moralmente direito a este pedaço do território cubano, cuja ocupação ilegal e pela força fere a soberania e a sensibilidade nacionais.
A vida internacional actual corre com uma celeridade que impossibilita a um livro vinculado a esta abarcar, ou apenas mencionar, os fenómenos que se verificam no contexto mundial. Como são os casos, no que a esta presente obra se refere, da invasão estado-unidense do Panamá em Dezembro de 1989, o triunfo da direita nas eleições que se verificaram na Nicarágua em Fevereiro de 1990 e os acontecimentos que desmoronaram o socialismo na Europa de Leste.
Ainda assim, a hostilidade militar norte-americana à volta de Cuba recrudesceu. Três grandes manobras militares de mar, ar e terra, inabitualmente simultâneas, realizaram-se desde o começo de 1990. Estas incluiram o mais perigoso golpe aéreo maciço realizado contra as províncias ocidentais pela Força Aérea dos Estados Unidos, junto a manobras na Base Naval de Guantánamo, que provocaram a realização, pelas nossas Forças Armadas Revolucionárias, do exercício nacional Escudo Cubano, o qual manifestou amplamente o poderio defensivo e o espírito inquebrantavelmente patriótico do nosso povo.»

3 comentários:

samuel disse...

"Fechar" Guantanamo, daqui por uns tempos... é o óbvio. O que eu gostava de ouvir Obama anunciar era mesmo a retirada dos EUA do território ocupado... mas isso é capaz de ser "change" a mais!

Abraço, ao som de uma Guajira Guantanemera.

samuel disse...

Guantanamera! Ai!...

olga disse...

Quando eu daqui a algum tempo tiver finalmente junto dinheiro para ir à linda CUBA, espero que esta maldita base esteja definitivamente encerrada, contudo não me parece que visto os prisioneiros serem apenas transferidos para outro faz com o problema seja apenas meio resolvido.
Por outro lado concordo em pleno com o Samuel ao afirmar retirar a ocupação do território de CUBA por parte dos EUA seria uma "change" imensa e claro para o orgulho "estúpido" daquele povo que se acha superior seria como cortarem os pulsos visto admitirem que estavam errados, e a ir contra os direitos humanos, e a subjugar um povo inocente e mais umas quantas coisas que todos sabemos.
Até lá, até haver um governo dos EUA que tenha coragem de o fazer, continuaremos sempre a entoar "CUBA VENCERÁ!!"
Abraços