sábado, agosto 29, 2009

Reflexões lentas... à procura da ética política - 3

Nas viagens de informação “à toa”, clicando sem bússola, há sempre encontros. Alguns maus… são os maus encontros. Mas todos úteis. Como os votos.
Ora um dos maus encontros foi onde não o queria ter. Mas… paciência! E pergunto-me: terei sido demasiado agressivo para, indirectamente, me/nos agredirem? Desta maneira!
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Para quem vem, indirectamente, "levantar a luva" e entrar no que não é – porque não pode ser – uma troca aguerrida (e ética) de opiniões, uma discussão política sobre políticas, o mal está, sempre, nos comunistas. Tem algo de freudiano...
Na gaveta ao lado daquela em que repousa o socialismo, e os estatutos e os programas que terão dado a razão e o nome à coisa a que pertencem, têm a União Soviética, Estaline, a Hungria, a Polónia, a Checoslováquia das suas memórias bem trabalhadas pela história que lhes foi e é contada. Ah! E Gorbatchov no altar.
Mas há outra História. Bem diferente. Em que União Soviética foi outra História, em que tudo o resto teve outras histórias. Da História que é a da luta de classes.
O czarismo, a tentativa churchiliniana de “afogar o bebé no berço”, o cerco, os cercos, os bloqueios (não só o de Cuba, mas este!), as exterminações maciças de comunistas ou suspeitos de (na Indonésia, no Brasil, nos EUA-McCarthy, na Alemanha, na Ásia, em tanto país de África), a(s) guerra(s), a guerra fria, o retalhar de países, o que foi, contra tudo e sempre, a resistência, a luta, e a afirmação e confirmação, aqui e ali, e ali e aqui. E o imperialismo duro, brutal, anti-trabalhadores, anti-socialismo, anti-Humanidade. Com ajudas sociais-democratas.
Houve conquistas sociais no século XX enquanto o capitalismo crescia aos tropeços, desenvolvia as suas crises, e nelas mergulhava a Humanidade, criando condições de pauperização(*)? Teriam sido possíveis sem um “mundo socialista” e sem um movimento operário em luta?
Disse Jerónimo de Sousa "Seremos governo, se e quando o povo português quiser e quando a ruptura e a mudança de políticas forem impostas pela vontade popular." Há quem faça ironia e liturgia. Por mim, gosto e subscrevo. Com duas precisões:
1. Por muito que não o queiram ver, sempre assim foi, com o exemplo mais relevante e primeiro na Rússia de 1917 e anos seguintes.
2. A vontade popular não tem o voto como a exclusiva forma de se impor, e os seus tempos, modos e formas de maturação e manifestação não obedecem a manuais e formatações.
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Por agora, chega.
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(*) - conceito (pauperismo na tradução portuguesa) enunciado em 1868, no Manifesto, a precisar muito de ser estudado... e reflectido, com base nas necessidades sociais a cuja satisfação temos direito por decorrerem da evolução histórica.

2 comentários:

Maria disse...

Já percebi que a tua manhã foi... produtiva.
Textos para reflectir, sim, com água das pedras aqui ao lado.

Abraço, que será ao vivo sexta-feira!

Graciete Rietsch disse...

Massacres de comunistas quem fala e pior quem acredita nisso? Os nossos "media" esclarecidos vão-se encarregando de lavar os cérebros da maneira que mais lhe convenha.E os padres tambem,embora poucos que felizmente lá vão aprendendo a raciocinar,já se tenham libertado das garras da mentira. Esperemos que o POVO tome urgentemente consciência da sua enorme força que poderá derrubar tantos obstáculos!!!!!