quarta-feira, agosto 04, 2010

O caso exemplar (!?) do Clube Militar Naval e do ministro Santos Silva

Ontem, ao fim do dia, ou ao começar deste..., ouvi, na SIC-notícias, o contra-almirante Martins Guerreiro relatar uma situação que me pareceu exemplar. Exemplar de uma atitude de quem se julga com o "poder (ou o rei) na barriga" :

Um pouco tarde (ou mais cedo, já hoje...) vi, aqui, no cantigueiro, uma mensagem que me pareceu muito pertinente e acutilante sobre o mesmo facto, com razão (ou melhor: sem ela) na pesporrência de que sr. ministro Santos Silva gosta de fazer exibição e alarde.
Por aqui me ficaria, por estes dois registos, se uma vivência pessoal relativamente ao Clube Militar Naval não me tivesse sido desperta por esses registos.
E, ultrapassando o crivo da procura de não transformar tudo em recordações pessoais, para que convida o tanto e o que tão intensamente já vivi, auto-criticando esse pecadilho, trago um testemunho que até me parece oportuno:
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Em Novembro de 1967 a libra desvalorizou. Algo escrevi sobre o tema, e recebi um convite - que me surprendeu - do Clube Militar Naval para lá ir fazer colóquio-explicação sobre o acontecimento. Era, então, no Marquês do Pombal, e lá fui, com muito gosto, participar nessa iniciativa, antecedida por um simpático jantar e visita às instalações.
Então, expliquei, usando a minha (de)formação profissional, o que era uma desvalorização, e aquela da libra em particular, numa sessão aberta, com a sala de entrada cheia a estender-se pela escada. Foi um debate de que me não esqueci - e de tema que, hoje, ainda ganhou maior pertinência dada a financeirização e a "crise", embora a sua realização em 1967 tivesse um enorme significado -, e recordo dois pormenores:
1. na minha introdução, li um trecho relativamente longo de Marx, sobre o ouro e o dinheiro, que considerei esclarecedor, deixando para o final da citação o nome do autor, o que teve algum impacto;
2. sentado num sofá, que me pareceu que lhe era, implícita ou explicitamente, reservado, esteve a assistir à sessão o almirante Sarmento Rodrigues que, se me não engano, até pouco tempo antes tinha sido muito conhecida personalidade como ministro de Salazar, se não o era ainda.
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Fiquei visita do Clube e, tal como o Samuel-cantigueiro, depois do 25 de Abril, nessa data foi várias vezes, local de passagem e comemoração para mim e muitos, e nalgumas mudanças de ano - isto antes de 1974 - por lá passei a brindar pelo ano novo e pelo futuro.
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Coisas que Santos Silva não sabia, ou não se lembrou, ou achou conveniente esquecer!

4 comentários:

samuel disse...

É no que dá andar pelos mesmos sítios, embora fazendo coisas (aparentemente) diferentes... :-)))

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Esses sujeitos sempre foram iguais a si próprios em todos os sítios por onde saltitaram e enfim fixaram-se no PS que lhes deu a fama, os proventos e o poder que o PGR diz que lhe falta.
Que consideração se pode ter pessoas assim!

Um beijo, camarada.

poesianopopular disse...

O PS é o partido de todas/os (oportunidades)oportunistas, daí o estado social, político e económico a que chegou Portugal e muitos portugueses.
Muitos destes xuxialistas, só se interessaram no derrube da ditadura, para ocuparem o lugar dos ditadores, outros porem, fizeram da sua presença em determinados eventos, uma forma (missão)para melhor darem a volta a isto, (o que não é nada fácil.
Abraço

Maria disse...

O snr. silva é um.... desqualificado!

Beijo.